Meta e o Fortalecimento no Mercado de Publicidade Digital
A Meta Platforms está consolidando sua influência no setor de publicidade digital. A empresa anunciou uma alteração em seu sistema de recomendação. A partir do dia 16 de dezembro, as conversas que os usuários mantêm com as ferramentas de inteligência artificial generativa da empresa — incluindo chatbots disponíveis no Facebook, Instagram, WhatsApp, Messenger, além do aplicativo e site independente Meta AI — serão utilizadas para tornar os anúncios e o conteúdo mais personalizados. Embora os usuários não tenham a opção de não participar, a Meta informou que a nova atualização não se aplicará àqueles que não interagem com a IA em suas plataformas. Além disso, as conversas relacionadas a saúde, política e religião não serão incluídas na coleta de dados.
Análise do Mercado
Gil Luria, analista de tecnologia da D.A. Davidson, considerou essa atualização como "a próxima etapa da Meta para continuar sendo o maior ganhador de participação no mercado publicitário", desde que a companhia estabeleceu sua plataforma de anúncios completa em 2007. Ao incorporar as percepções do Meta AI — que responde a perguntas e gera textos e imagens — em seus sistemas de recomendação, a Meta visa compreender melhor os interesses de mais de um bilhão de usuários que utilizam o chatbot mensalmente, indo além de seus "likes", "follows", publicações e respostas.
Meta espera que essa utilização aprimorada da IA potencialize seu já poderoso motor de publicidade, consolidando ainda mais sua posição como uma das principais forças no setor de publicidade digital. Dados da eMarketer, que acompanha o mercado de publicidade online, colocam a Meta na segunda posição, com uma previsão de captura de quase 21% do investimento em anúncios digitais nos Estados Unidos até 2026. O Google, pertencente à Alphabet, ocupa a primeira posição com quase 24%, enquanto a Amazon é vista como um terceiro colocado em ascensão, com mais de 17%.
Melhoria na Eficácia dos Anúncios
"Luria destacou a capacidade da Meta de explorar o que aprende sobre os consumidores por meio de interações no chat, o que tornará seus anúncios ainda melhores. Existem muitas perguntas que fazemos a um chatbot que vão além do feed de social media", comentou. Ele acrescentou que isso confere à Meta informações extremamente valiosas para aprimorar sua estratégia de entrega de conteúdo mais relevante, o que, consequentemente, se traduz na veiculação de anúncios mais relevantes. Luria também ressaltou que a expansão da coleta de dados pela Meta se alinha diretamente às forças da empresa: manter os consumidores engajados e entregar anúncios que sejam o mais relevante possível.
Retorno sobre o Investimento em Anúncios
"Quanto mais a Meta souber sobre seus consumidores, melhor será a segmentação dos anúncios. Se os anúncios forem bem direcionados, o retorno que o anunciante obtém continuará a aumentar", afirmou Luria, que possui uma recomendação de compra para as ações da empresa e um preço-alvo de US$ 825, o que implica em uma valorização de 15% em relação ao fechamento das ações na quarta-feira.
A intensa abordagem de inteligência artificial da Meta, que o CEO Mark Zuckerberg pretende acelerar com uma onda de contratações no setor de IA neste verão, tem sustentado há muito tempo a dominância da empresa no mercado publicitário. Mesmo antes da atualização mencionada, a Meta já utilizava IA para selecionar o conteúdo que os usuários visualizam e quais anúncios são exibidos, baseando-se em seus interesses e comportamentos. A Meta também vem utilizando IA para auxiliar empresas na criação e segmentação de seus anúncios.
Luria explicou que, ao integrar a IA de forma mais profunda em suas plataformas principais, a Meta demonstra como seu investimento de bilhões de dólares na expansão da IA pode aumentar a precisão e a lucratividade de sua operação publicitária, que também financia seus esforços com óculos de realidade virtual e óculos inteligentes. Essas iniciativas estão inseridas na divisão Reality Labs da Meta, que tem apresentado perdas financeiras.
Perspectivas para o Futuro
"Meta não está apenas investindo em infraestrutura de IA para simplesmente veicular melhores anúncios", afirmou Luria. "Eles desejam ter o melhor modelo", em comparação com modelos de IA rivais, como o ChatGPT da OpenAI, o Gemini do Google e o Claude da Perplexity. "Enquanto isso, para financiar isso, eles vão vender mais anúncios, ajudando a pagar pela infraestrutura", acrescentou.
É importante notar que os investidores expressaram preocupações sobre o alto custo da construção da IA na Meta, o que inclui gastos com centros de dados e chips personalizados, e se esses investimentos resultarão em retornos suficientes. Esse debate surge em um contexto onde alguns investidores temem a formação de uma bolha no comércio de IA, levantando questionamentos sobre quanto crescimento já está embutido nas ações impulsionadas pela IA.
Desde que as ações alcançaram um fechamento recorde de US$ 790 em 12 de agosto, elas esfriaram. Atualmente, as ações são negociadas por cerca de US$ 716 cada — uma alta de 22% até o ano atual, em comparação com um avanço de 14,5% do S&P 500 em 2025.
Considerações de Investimento
Em sua coluna dominical mais recente, Jim Cramer escreveu: "Estamos vivendo na quarta revolução industrial. Ela é baseada em inteligência artificial que reconfigurará setores inteiros." Para a Meta, isso significa utilizar seu enorme fluxo de caixa e expertise em IA para manter sua liderança no mercado de publicidade digital. O Clube mantém seu preço-alvo de US$ 825 nas ações da Meta e uma classificação de "2", indicando que seria prudente aguardar uma correção antes de realizar novas compras.
Como assinante do CNBC Investing Club com Jim Cramer, você receberá um alerta de negociação antes que Jim realize uma operação. Jim espera um intervalo de 45 minutos após o envio do alerta de negociação antes de comprar ou vender uma ação da carteira de seu fundo. Se Jim falou sobre uma ação na CNBC TV, ele aguarda 72 horas após emitir o alerta de negociação antes de executar a transação.
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Fonte: www.cnbc.com