Anúncio do BTG Pactual sobre o Banco Pan
Em um movimento aguardado pelo mercado, o BTG Pactual (BPAC11) anunciou na noite da última segunda-feira, dia 13, sua proposta para a incorporação do restante das ações em circulação do Banco Pan (BPAN4).
Detalhes da transação
A proposta envolve a troca de ações, onde os acionistas do Banco Pan receberão 0,2128 units do BTG Pactual por cada ação preferencial. Segundo analistas do Itaú BBA, trata-se de um negócio que deverá beneficiar ambos os bancos, apesar de a ação ter sido recebida com entusiasmo mais notável por parte dos investidores do Banco Pan, cujos papéis saltaram mais de 20% nas primeiras horas de negociação.
Isso se deve ao fato de que a oferta do BTG representa um prêmio de aproximadamente 30% sobre os preços das ações BPAN4, que fecharam a última segunda-feira cotadas a R$ 7,70. O Banco Pan passará a integrar a estrutura do BTG Pactual, conforme afirmam os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard em seu relatório.
Por volta das 11h20, as units do BTG Pactual (BPAC11) apresentavam uma queda de 1,9%, sendo cotadas a R$ 46,38. Apesar dessa movimentação, o Itaú BBA continua a recomendar a compra dos papéis.
A verdadeira vantagem para o BTG Pactual com a aquisição do Banco Pan (BPAN4)
Os analistas do Itaú BBA calculam que o impacto no lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) seja inicialmente neutro para o BTG Pactual, com uma variação de cerca de 2% no médio prazo, além de ganhos de receita que devem ser relativamente baixos.
O principal benefício para o BTG, segundo os analistas, está na capacidade de aumentar sua agilidade operacional e ter um maior controle estratégico sobre suas operações bancárias. Isso pode abrir caminho para um crescimento a longo prazo do BTG Pactual.
Os analistas mencionam: “Vemos potencial de acréscimo através da carteira de crédito, monetização de créditos fiscais, economia nas despesas gerais e administrativas (SG&A) e benefícios fiscais relacionados à reputação do banco (goodwill)”.
O Papel do Banco Pan no Mercado
Retornando à análise do Banco Pan, este é atualmente reconhecido como um líder em crédito para veículos usados e empréstimos consignados, possuindo uma carteira combinada que gira em torno de R$ 58 bilhões.
De acordo com a visão do Itaú BBA, a aquisição proporciona ao BTG um fluxo de receitas proveniente de empréstimos consignados e contado com FGTS, que pode alcançar cerca de R$ 20 bilhões ao ano. Os clientes que fazem uso de empréstimos consignados tornam-se uma via estratégica para captação de depósitos e venda cruzada (cross-selling) de serviços tarifados, alinhando-se assim à estratégia de varejo a longo prazo do BTG.
Embora o valor estratégico da aquisição seja evidente, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do Banco Pan registrou uma redução nos últimos anos, passando de 17% em 2020 para cerca de 11% atualmente. Segundo os analistas do Itaú BBA, essa diminuição é resultado dos custos de captação elevados e riscos que pressionaram negativamente o indicador nos últimos períodos.
Conclusão
Com essa movimentação, o BTG Pactual se posiciona para uma maior expansão e controle estratégico das suas operações financeiras, enquanto o Banco Pan se insere em um contexto de crescimento e fortalecimento da sua atuação no mercado de crédito.
Fonte: www.moneytimes.com.br