Custos de Ineficiência e Subsídios no Setor de Energia Elétrica
Os consumidores de energia elétrica no Brasil devem enfrentar custos consideráveis, estimados em R$ 103,6 bilhões relativos a ineficiências e subsídios do setor neste ano. Essa informação foi divulgada pela Abrace Energia em um comunicado na quinta-feira (11). O montante representa 26% do total pago na conta de luz pelos consumidores.
Detalhamento dos Custos
De acordo com os dados apresentados, a cada R$ 100 pagos na conta de luz, R$ 26 se referem a custos relacionados a ineficiências e subsídios.
A seguir, está o detalhamento das ineficiências e subsídios identificados pela Abrace Energia:
- Tributos sobre ineficiências: R$ 21,4 bilhões
- Encargos: R$ 56,1 bilhões
- Iluminação Pública: R$ 5,2 bilhões
- Perdas de energia e sobrecusto da energia contratada acima do custo eficiente: R$ 20,4 bilhões
Custo Total do Setor de Energia Elétrica
A Abrace Energia estima que o total a ser pago pelos consumidores brasileiros em custos do setor de energia elétrica chega a R$ 395 bilhões. Desses, aproximadamente R$ 83,6 bilhões são referentes a custos de distribuição e R$ 30,3 bilhões a transmissão. Além disso, R$ 6,85 bilhões são resultantes de subsídios implícitos nas tarifas de geração distribuída, que se referem à produção de energia elétrica por consumidores em locais próximos ao ponto de consumo, especialmente utilizando fontes renováveis como energia solar ou eólica.
Considerações do Presidente da ABRACE Energia
Paulo Pedrosa, presidente da ABRACE Energia, ressalta a necessidade de uma revisão nos subsídios e ineficiências que impactam negativamente a conta de luz sem gerar competitividade para o setor. Ele argumenta que o aumento dos subsídios cria um círculo vicioso, onde quanto mais altos eles se tornam, maior é o valor pago pelo consumidor em tributos, visto que os impostos incidem proporcionalmente sobre esses subsídios.
O executivo expressou sua visão ao afirmar que, com a redução dos subsídios e dos impostos, a vantagem competitiva que o Brasil possui devido à sua matriz energética renovável se tornaria mais evidente. Ele enfatizou que atualmente mais de R$ 100 bilhões pagos pelos consumidores não trazem benefícios diretos para a sociedade, destacando que um preço mais acessível e seguro para a energia é fundamental para o crescimento econômico e para a qualidade de vida no Brasil.