Queda Acentuada das Ações da Ambipar
As ações da Ambipar (AMBP3) enfrentaram uma forte queda nesta segunda-feira, dia 6 de outubro, após a empresa ter respondido a bancos credores que solicitaram, na justiça, esclarecimentos sobre o pedido de tutela cautelar da companhia. Às 12h15, as ações apresentavam uma desvalorização de aproximadamente 30,5%, sendo cotadas a R$ 0,97.
Consequências da Medida Judicial
A companhia ressaltou que a revogação da medida cautelar, pleiteada por algumas instituições financeiras, teria impactos devastadores para o grupo. A Ambipar destacou uma série de riscos associados a essa revogação, que incluem, entre outros, a possível perda imediata de mais de 23 mil empregos, tanto diretos quanto indiretos, além da interrupção do pagamento de R$ 500 milhões em tributos anuais e a rescisão de diversos contratos. A empresa também alertou que tal situação resultaria em prejuízos para mais de 12 mil acionistas e no iminente risco de liquidação antecipada de dívidas, que somam mais de R$ 10 bilhões.
A companhia afirmou que a tutela cautelar já concedida foi um fator crucial para evitar seu colapso, mencionando que possui cerca de 600 bases operacionais ao redor do mundo.
Decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro confirmou a manutenção da tutela cautelar em relação ao pedido feito pelo Deutsche Bank. O relator do caso indicou que não há risco de danos às instituições financeiras envolvidas, que reportaram um lucro líquido superior a R$ 130 bilhões em 2024, contrastando com os efeitos irreversíveis que a revogação representaria para a Ambipar.
Operações Financeiras Questionáveis
O documento jurídico relativo ao caso também indica que a situação precária da Ambipar foi desencadeada por operações financeiras questionáveis realizadas pelo ex-CFO da empresa, João Daniel Piran de Arruda. Durante esse período, Arruda teria transferido contratos de swap do Bank of America para o Deutsche Bank e firmado aditivos sem a devida autorização do Conselho de Administração. Essas ações alteraram garantias e expuseram a empresa a exigências desproporcionais de colaterais.
Com as mudanças em tais garantias, o Deutsche Bank começou a exigir aportes superiores a R$ 200 milhões em garantias adicionais, o que contribuiu para a urgência do pedido de tutela cautelar. Antes do surgimento desta crise, o executivo deixou seu cargo. Segundo a companhia, a situação financeira era considerada estável antes desse incidente.
Contestação da Ambipar
A Ambipar também refutou os argumentos apresentados pelos credores, que sustentam a incompetência da Justiça do Rio de Janeiro, onde o processo está atualmente. Os credores tentam transferir o caso para São Paulo, no entanto, a Ambipar defende que sua principal base operacional está localizada no Rio de Janeiro. Essa base inclui a Estação de Tratamento de Resíduos de Duque de Caxias, além de operações no Porto do Açu, na Baía de Guanabara e na Baía de Sepetiba, entre outras.
A empresa enfatiza que a decisão liminar concedida foi uma medida prudente e imprescindível para evitar o colapso de seu grupo empresarial, visando preservar a sua operação e seus empregados.
Fonte: www.moneytimes.com.br