Wall Street e as Expectativas de Alta
Wall Street exibe um otimismo inabalável, colocando o S&P 500 em trajetória para fechar na segunda-feira pela primeira vez acima de 6.800 pontos. Entretanto, surge a indagação: e se a opinião predominante estiver equivocada e as avaliações em território elevado começarem a ter relevância? Diante desse cenário, investidores podem considerar manter ações que apresentem maior estabilidade, mesmo quando o mercado enfrentar uma correção.
Avaliações e Projeções
Atualmente, o S&P 500 está sendo negociado a um índice preço-lucro (P/L) de 24 vezes as projeções de lucros dos próximos 12 meses, o que representa um prêmio de 42% em relação à média dos últimos 20 anos, conforme indicado pela CFRA Research. O setor de tecnologia da informação apresenta um prêmio ainda maior, com 66% acima da média histórica de 20 anos.
Apesar de os índices estarem alcançando máximas históricas nesta segunda-feira, o mercado se mantém confiante, mesmo diante de uma semana repleta de eventos significativos. Esses eventos incluem a divulgação de resultados financeiros de cinco das empresas consideradas as Magníficas Sete, além de uma reunião do Federal Reserve que ocorrerá em breve. Adicionalmente, o presidente Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping se encontrarão na Coreia do Sul, após conversas preliminares promissoras. Os investidores apostam que essas ocorrências resultarão em desfechos otimistas.
Proteção do Portfólio com Ações de Dividendos
De acordo com Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research, investidores que desejam proteger um pouco seus portfólios poderiam considerar ações que pagam dividendos. Stovall explicou que "investidores preocupados com uma possível queda nos preços podem considerar os dividendos como amortecedores em correções". Ele ainda frisou que, ao analisar as ações do S&P 500 por quintis de rendimento de dividendos, a observação é clara: quanto maior o rendimento, menor o beta médio (uma medida de volatilidade dos preços em comparação ao S&P 500) e o P/L para o próximo ano.
O quintil de ações com maior rendimento (com uma média de 4,53%) apresentou um beta médio de 0,83, em comparação a 1,31 para ações que não pagam dividendos. Normalmente, as ações que oferecem os maiores dividendos estão localizadas nas áreas mais defensivas do mercado, como produtos de consumo essenciais, energia, imóveis e utilidades. Por outro lado, os setores que costumam oferecer os menores dividendos são os serviços de comunicação, o consumo discricionário e a tecnologia da informação.
Ações com Altos Rendimentos no S&P 500
A seguir, estão cinco das ações com maior rendimento no S&P 500. É importante salientar que, de forma geral, Wall Street permanece otimista em relação às ações. Muitas das grandes instituições financeiras estão eliminando seus tons cautelosos e incentivando os investidores a não apostarem contra o mercado. Por exemplo, a mesa de operações do JPMorgan comunicou aos clientes que a configuração atual é "muito mais limpa" nesta semana, dada a probabilidade de redução nas taxas de juros.
"Consolidação, aparentemente, não está no vocabulário do mercado atualmente, pois os compradores continuam aproveitando o momento de fraqueza e o aumento persistente continua", escreveu Rob Ginsberg, analista técnico da Wolfe Research, em uma comunicação aos clientes no final de semana. Além disso, muitos investidores acreditam que as avaliações elevadas são justificadas, principalmente no setor de tecnologia. Eles argumentam que as empresas megacapitalizadas de hoje possuem operações mais robustas e estão melhor capitalizadas do que suas antecessoras do passado.
Stovall da CFRA observou que quanto menor o horizonte de tempo, mais razoáveis se tornam os índices preço-lucro. Nos últimos cinco anos, os P/L no S&P 500 e no setor de tecnologia da informação estão sendo negociados a prêmios menores, de 15% e 20%, respectivamente. De qualquer forma, as ações que pagam dividendos podem ser uma opção importante para ajudar os investidores a limitar a volatilidade diante de movimentos repentinos.
Fonte: www.cnbc.com