Desafios da Gerdau no Mercado Competitivo
O CEO da Gerdau (código de negociação GGBR4), Gustavo Werneck, expressou sua preocupação em relação à competição com o aço chinês, que tem dominado o mercado brasileiro. Ele afirmou que a empresa não possui mais opções para enfrentar essa situação, que é considerada por analistas como uma das principais responsáveis pelos resultados financeiros insatisfatórios da siderúrgica.
Limites da Competitividade
Durante uma teleconferência realizada na tarde da última sexta-feira, dia 31, Werneck comentou sobre a situação atual da empresa. "Chegamos no limite na busca por competitividade no Brasil, com uma taxa de 30% de importações de produtos", afirmou ele. O CEO mencionou que a Gerdau já tomou medidas como a redução da capacidade produtiva e a demissão de trabalhadores, mas ressaltou que esses esforços não têm gerado resultados significativos.
Apelo por Medidas governamentais
Werneck reiterou a necessidade de ações mais eficazes por parte do governo brasileiro em relação à defesa comercial. Ele destacou que somente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o poder de encontrar soluções que conciliem os interesses nacionais com uma boa relação comercial com a China.
Causas da Invasão do Aço Chinês
O aumento na oferta de aço chinês no Brasil é resultado de um excesso de produção na China, combinado com uma queda na demanda interna daquele país. Além disso, a China está em um processo de reestruturação econômica, diminuindo seu foco na construção civil, o que agrava ainda mais a situação.
Avanços nas Defesa Comercial
Werneck observou que houve um progresso nas discussões sobre defesa comercial nos últimos 24 meses. "Quando se falava de defesa comercial, havia uma divisão entre clientes e fornecedores. Hoje, existe uma compreensão de que, se nada for feito, toda a indústria brasileira enfrentará dificuldades graves", afirmou.
Impacto na Indústria Automotiva
O CEO da Gerdau citou a indústria automotiva como um exemplo das mudanças nas percepções sobre a entrada de aço chinês. Anteriormente, esse setor defendia a importação do material, pois isso beneficiava suas margens de lucro. No entanto, com a crescente competição de veículos produzidos na China, a situação mudou.
Reflexões Sobre o Futuro
"Se não forem implementadas mudanças, teremos que reconsiderar nossas estratégias de produção no Brasil. Não está claro até onde conseguiremos acelerar nossos planos para competir com o aço subsidiado da China", afirmou Werneck.
Atração de Investimentos Externos
O executivo também questionou a viabilidade de novos investimentos no Brasil, mencionando que os resultados positivos nos Estados Unidos e suas proteções no mercado do aço poderiam levar a uma concentração maior de investimentos na América do Norte.
Medidas do Governo Brasileiro
O governo brasileiro já adotou algumas ações para limitar a entrada de aço estrangeiro, incluindo a implementação de cotas de importação para 23 tipos de produtos e a aplicação de taxas adicionais de até 25% sobre os volumes excedentes. Além disso, investigações antidumping contra o aço chinês foram renovadas. Contudo, as siderúrgicas have expressado que essas medidas são insuficientes e demandam ações mais rigorosas e duradouras.
Fonte: www.moneytimes.com.br