Após medida rígida do Copom, Inter projeta adiamento do corte da Selic para 2026.

Banco Central e Inflação: Comunicado de Política Monetária

Não apenas no comunicado sobre sua última decisão relacionada à política monetária, mas também na ata da reunião, o Banco Central do Brasil reafirmou um tom cauteloso em relação às perspectivas da inflação e da taxa de juros no país.

Revisão da Perspectiva de Juros

A postura mais rígida adotada pelo Banco Central levou o Inter a postergar sua expectativa de cortes na taxa Selic, que havia sido inicialmente prevista para dezembro deste ano, agora alterada para janeiro de 2026. A economista-chefe Rafaela Vitória, em um relatório, comentou: "Com o Copom [Comitê de Política Monetária] mais cauteloso, revisamos nossa expectativa de início de cortes na Selic […]. Na ata da última decisão, o Copom manteve o tom mais duro e reforçou a expectativa de manutenção do atual patamar de 15% por um período mais prolongado, o que exclui a possibilidade de corte em dezembro."

Cenário Econômico Atual

A economista ainda menciona que, mesmo havendo indícios de queda da inflação e de valorização do real, não haverá tempo hábil para uma mudança na estratégia de comunicação que possa possibilitar o início da flexibilização ainda neste ano. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária decidiu manter a Selic em 15% ao ano, sem abrir espaço para um eventual corte nas taxas de juros.

Análise do Copom sobre a Inflação

Outro aspecto que merece destaque na comunicação do Colegiado é que, apesar de determinados componentes monitorados pelo BC indicarem uma leve melhora no cenário inflacionário, o Copom não revisou suas previsões sobre o aumento dos preços no horizonte relevante. O relatório indica que o processo de desinflação deve prosseguir em razão da desaceleração da atividade econômica, especialmente nos setores relacionados ao crédito.

A expectativa do Inter é que os cortes na Selic possam começar em janeiro de 2026, com a previsão de uma redução de 300 pontos-base, resultando em uma taxa de 12% até o final de 2026. Esse valor ainda é considerado restritivo, tendo como base uma projeção de inflação de 3,6% para 2027.

Riscos Fiscais e Eleições

Vitória também ressalta a expectativa de riscos fiscais no próximo ano, em razão do período eleitoral. O pleito pode, no entanto, significar uma melhora no cenário futuro, dependendo das medidas que forem adotadas após a posse dos novos líderes.

A economista conclui lembrando que "uma nova aceleração da inflação poderia ocorrer caso novos estímulos mantenham a demanda aquecida, impedindo um ciclo prolongado de cortes. Por outro lado, uma definição nas eleições, seguida de anúncio de uma nova revisão das regras fiscais, poderia facilitar uma ancoragem das expectativas de inflação, possibilitando uma redução nos juros que vá além da estimativa de 12%.”

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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