Mercados Europeus: Desempenho Divergente nas Bolsas de Valores
As bolsas de valores da Europa finalizaram o pregão da última terça-feira, 7 de outubro, apresentando uma performance sem direção única. Esse movimento reflete uma combinação de incertezas políticas na França, juntamente com a divulgação de dados industriais na Alemanha. Enquanto o índice CAC 40 se destacou, liderando os ganhos entre os principais índices da região, o PSI 20 registrou a maior queda do dia. Os investidores ficaram atentos ao dados de encomendas à indústria da Alemanha e aos discursos de diretores do Banco Central Europeu (BCE), que marcaram o tom das negociações dessa jornada.
Reino Unido
No Reino Unido, o índice FTSE 100 avançou 0,05%, sustentado pelo bom desempenho das ações do setor de energia. A Shell, uma das principais companhias do setor, teve um desempenho que chamou a atenção, com um aumento de 1,4% após prever um crescimento significativo nos lucros da sua divisão de gás integrado. Por outro lado, no cenário econômico, os investidores estavam à espera do novo orçamento fiscal britânico, o que elevou a volatilidade dos ativos locais. Este cenário gera um ambiente de cautela em relação aos próximos passos que o Banco da Inglaterra (BoE) poderá tomar em relação à política monetária, especialmente considerando a resistência contínua da inflação.
Zona do Euro
O índice Euronext 100 registrou um recuo de 0,15%, refletindo a moderação das expectativas relacionadas à recuperação econômica da zona do euro. Os investidores concentraram-se nas declarações da presidente do BCE, Christine Lagarde, e do presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, que reiteraram o comprometimento da instituição em manter a inflação sob controle. A postura conservadora do BCE tem se mostrado um fator limitante para o apetite por risco dos investidores, resultando em uma diminuição do ímpeto comprador nas bolsas da região.
Alemanha
No marcado alemão, o índice DAX apresentou uma leve alta de 0,04%. O dia teve como destaque a divulgação das encomendas à indústria, que apresentaram uma queda inesperada em agosto, contrariando as expectativas de estabilidade. De acordo com recomendações do Commerzbank, esse resultado negativo se deve, em grande parte, aos impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos. O setor de tecnologia, por sua vez, ajudou a limitar as perdas, em especial com a alta de 1,8% das ações da SAP, impulsionadas pelo otimismo em relação à inteligência artificial. Normalmente, dados industriais mais fracos tendem a pressionar o euro e reduzir os rendimentos dos títulos públicos alemães, especialmente devido à expectativa de uma possível desaceleração econômica.
França
O índice CAC 40 avançou ligeiros 0,04%, contando com o suporte das ações do setor de luxo, que reagiram de forma positiva após as quedas significativas registradas no pregão anterior. Grupos como LVMH e Kering subiram 3,4% e 6%, respectivamente. Em contrapartida, os bancos franceses, incluindo BNP Paribas e Société Générale, apresentaram recuos. No âmbito político, agravos na crise enfrentada pelo governo de Emmanuel Macron seguem como foco de atenção, especialmente após o presidente ter solicitado ao primeiro-ministro demissionário, Sébastien Lecornu, mais 48 horas para negociar a estabilidade e a aprovação do orçamento fiscal.
Itália
Em Milão, o índice FTSE MIB caiu 0,17%, refletindo a cautela em relação ao desempenho do setor financeiro e as perspectivas para a economia italiana. A agenda local de dados revelou-se esvaziada, levando os investidores a aguardarem novos sinais que possam indicar a condução orçamentária do governo, assim como possíveis revisões fiscais em meio à desaceleração do crescimento econômico na Europa.
Portugal
O índice PSI 20 destacou-se negativamente ao registrar uma queda de 0,75%. Esse movimento foi influenciado pela fraqueza das ações ligadas aos setores de energia e construção durante um pregão caracterizado por baixa liquidez. O mercado também reagiu à falta de novidades relevantes no cenário fiscal português, o que contribuiu para a pressão sobre o índice.
Holanda
Na Holanda, o índice AEX apresentou uma queda de 0,64%, acompanhando o tom mais cauteloso evidenciado no mercado europeu. O desempenho mais fraco das ações ligadas ao setor financeiro e de semicondutores teve impacto negativo sobre o índice, enquanto os investidores permanecem atentos à trajetória dos juros no BCE e à evolução dos custos de energia na região.
Reação a Indicadores dos EUA
Os investidores na Europa monitoraram com atenção a situação fiscal nos Estados Unidos, onde a paralisação do governo norte-americano chegou ao seu sétimo dia sem perspectivas de solução. Essa impasse elevou a aversão ao risco, com reflexos limitados nas bolsas de valores europeias, mas perceptíveis nos mercados de câmbio e juros, tendo em vista a expectativa de possíveis atrasos na divulgação de indicadores e nas decisões do Federal Reserve (Fed).
Mercado Cambial Europeu
No âmbito do mercado cambial, o euro apresentou uma queda de 0,32% frente ao dólar norte-americano, sendo negociado a US$ 1,1673, pressionado pelos dados industriais negativos da Alemanha e pela postura conservadora do BCE. A libra esterlina, por sua vez, também recuou, com uma queda de 0,31%, cotada a US$ 1,3443. Na comparação entre as duas moedas europeias, o euro registrou uma leve queda de 0,01%, sendo negociado a £0,8683. Em relação ao real brasileiro, tanto o euro quanto a libra avançaram, reflexo da volatilidade cambial observada globalmente.
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Fonte: br.-.com