Atividade Empresarial na Zona do Euro
A atividade empresarial da zona do euro apresentou um crescimento no ritmo mais acelerado em 16 meses no mês de setembro, embora os novos pedidos tenham estagnado depois de uma breve expansão em agosto, gerando preocupações quanto à continuidade do crescimento econômico na região, conforme indicou uma pesquisa recente.
De acordo com o Índice de Gerentes de Compras Composto (PMI) preliminar, elaborado pelo HCOB e compilado pela S&P Global, o indicador subiu ligeiramente para 51,2 em setembro, em comparação aos 51,0 registrados em agosto. Este resultado representa o nono mês consecutivo de crescimento. Uma pesquisa da Reuters havia antecipado um resultado de 51,1.
É importante observar que leituras do PMI superiores a 50,0 indicam crescimento na atividade, enquanto valores abaixo desse patamar indicam uma possível contração.
“A zona do euro ainda se encontra em uma trajetória de crescimento, porém, devemos ressaltar que estamos longe de observar um impulso real,” afirmou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.
Demanda e Serviços
Um índice que mede os novos negócios dentro do composto, que reflete a demanda, registrou uma queda, atingindo o ponto de equilíbrio de 50,0, abaixo dos 50,3 anteriormente. Os serviços foram responsáveis por impulsionar a expansão geral, com o PMI do setor apresentando um aumento para 51,4, contra 50,5 em agosto. Este foi o maior nível em nove meses, superando as previsões da Reuters, que esperava estabilidade. Por outro lado, a indústria manufatureira demonstrou uma perda de força, com seu índice principal caindo para 49,5, comparado ao 50,7 verificado em agosto.
Alemanha Registra Crescimento, Enquanto França Enfrenta Queda
A pesquisa também apontou uma forte discrepância entre as duas maiores economias do bloco europeu. A Alemanha experimentou um crescimento robusto, com a atividade empresarial expandindo no ritmo mais rápido desde maio de 2023. Em contrapartida, a França enfrentou uma queda na atividade empresarial pelo décimo terceiro mês consecutivo, com a taxa de contração se acelerando para o nível mais elevado desde abril.
No que diz respeito ao mercado de trabalho, os níveis gerais de emprego estagnaram em setembro, encerrando uma sequência de seis meses de criação de novas vagas, em resposta à falta de crescimento nos novos negócios. Os fabricantes continuaram com cortes de emprego, enquanto a desaceleração na contratação no setor de serviços atingiu o nível mais baixo em sete meses.
Pressões Inflacionárias e Custos de Insumos
As pressões inflacionárias mostraram uma redução durante o mês, com uma desaceleração nos aumentos dos custos de insumos e dos preços ao consumidor, ocorrendo em ritmos mais lentos do que os verificados anteriormente.
Os custos de insumos na indústria registraram uma queda pela primeira vez em três meses, enquanto as empresas do setor de serviços reportaram uma inflação ainda elevada, mas com um ritmo de aumento dos preços reduzido, o menor desde maio deste ano.
“A inflação de custos no setor de serviços, que é acompanhada de perto pelo Banco Central Europeu, apresentou um leve recuo, mas continua excepcionalmente alta, considerando o frágil cenário econômico global,” observou um analista da área.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as taxas de juros inalteradas no início deste mês e uma pesquisa adicional da Reuters indicou que a instituição já concluiu seu ciclo de cortes.
Fonte: www.moneytimes.com.br