Críticas dos EUA à Expansão dos Controles de Exportação da China
As principais autoridades dos Estados Unidos demonstraram, na quarta-feira (15), preocupação com a recente ampliação dos controles de exportação sobre terras raras implementada pela China, considerarando essa ação como uma ameaça às cadeias de suprimento globais. Eles ressaltaram, no entanto, que Pequim ainda possui a oportunidade de reverter sua decisão e evitar que Washington tome atitudes para se desvincular da segunda maior economia do mundo.
Declarações do Representante de Comércio
O representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, em coletiva de imprensa, descreveu as novas restrições de exportação da China como uma "tomada de poder da cadeia de suprimentos global". Ele afirmou que os EUA e seus aliados não aceitarão essas limitações. Greer e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, reiteraram que Washington não tem a intenção de intensificar o conflito, que já provocou oscilações nos mercados financeiros e deterioração nas relações entre os dois países.
Até a noite de terça-feira (14), Bessent havia comentado que o presidente dos EUA, Donald Trump, ainda esperava realizar um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, programado para o final deste mês.
Situação Atual do Sistema Regulatório
Greer mencionou que a China ainda não implementou o sistema regulatório alterado para terras raras e que ainda pode recuar dessa ação. Ele apontou que os EUA também não implementaram o aumento retaliatório de 100% nas tarifas sobre as importações da China.
"Esses são rascunhos, ou podem ser considerados em fase de rascunho, portanto, são bastante reais. Contudo, nossa expectativa é que não avancem com essas medidas e que possamos retornar ao cenário acordado na semana passada, com os níveis tarifários que estabelecemos e a quantidade de terras raras que concordamos em manter", declarou Greer.
Ameaças de Aumento de Tarifas
Os dois países pareciam estar à beira de um conflito comercial total no final da semana anterior, especialmente após a China anunciar, na quinta-feira (9), novas medidas referentes a terras raras. Na sequência, Trump respondeu na sexta-feira (10) ao ameaçar aumentar as tarifas sobre produtos chineses em 100%.
Bessent, Greer e outras autoridades buscaram restabelecer as relações entre os EUA e a China, destacando seu desejo de evitar uma nova escalada nas tensões comerciais, e promoveram essa mensagem em diversas entrevistas ao longo da semana.
Frustração com as Ações Chinesas
Greer e Bessent, que se encontraram pessoalmente com altos representantes chineses em quatro ocasiões, em diferentes cidades nos últimos meses, expressaram uma profunda frustração em relação às ações da China. Essas decisões podem comprometer as cadeias de suprimento globais, segundo suas afirmações.
Confiança entre Líderes
Bessent afirmou que as autoridades de ambos os países, presentes em Washington para as reuniões anuais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, mantiveram um contato próximo para viabilizar a reunião entre Trump e Xi. Ele acrescentou que o nível de confiança desenvolvido entre os dois líderes é um fator que ajudou a prevenir uma escalada no conflito comercial.
Os EUA não desejam se desvincular da China, mas estariam dispostos a tomar medidas caso Pequim se revelasse como um fornecedor não confiável. Bessent revelou que autoridades chinesas teriam informado recentemente às empresas automobilísticas dos EUA que a desaceleração nas remessas de ímãs de terras raras poderia ser "provavelmente algo relacionado a um feriado".
Fonte: www.cnnbrasil.com.br