A temporada de resultados financeiros do segundo trimestre de 2025 chegou ao fim na sexta-feira (15) com o anúncio dos números da companhia aérea Gol. O CNN Money acompanhou de perto as divulgações das principais marcas, tanto nacionais quanto internacionais.
No balanço final, o CNN Money apresentou informações sobre o desempenho de 120 empresas brasileiras, todas listadas no Ibovespa, incluindo Petrobras, B3 e as principais instituições financeiras do país, além de outras que estão em evidência.
Ademais, foram reportados resultados de cerca de 80 empresas negociadas no exterior, abrangendo montadoras japonesas como a Toyota até grandes bancos norte-americanos, como o Morgan Stanley.
Desde o dia 15 de julho, os principais nomes do mercado foram destaque não apenas na cobertura digital da CNN, mas também na programação televisiva.
CEOs, CFOs, diretores de relações com investidores e analistas participaram de discussões profundas com os âncoras do CNN Money, comentando os resultados das empresas mais relevantes para o mercado.
Bradesco, Itaúsa, Motiva, Guararapes (controladora da Riachuelo) e Vale são algumas das cerca de 30 empresas cujos executivos passaram pela programação dessa temporada.
Money Report: entrevistas com executivos das principais empresas do mercado
Além dos resultados financeiros, os executivos entrevistados pela CNN também discutiram sobre o panorama econômico do Brasil e do mundo e como isso impactou suas operações.
O CFO da Vale, Marcelo Bacci, afirmou que não vê riscos específicos para a receita da companhia em razão das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, o momento atual é favorável para a Vale, com a maioria das exportações voltadas à China e outros países asiáticos.
“Os EUA não são grandes importadores de minério da Vale, algo que atribuímos a diferenças nas tecnologias utilizadas em cada país”, explicou Bacci. Ele ressaltou que a única preocupação seria uma desaceleração econômica global que afetasse todas as empresas, mas não vê outros riscos específicos.
Da mesma forma, Marcelo Noronha, CEO do Bradesco, avaliou que as tarifas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros devem ter um impacto macroeconômico limitado para o país e para as operações do banco. No entanto, ele reconheceu que, em certos casos, essas medidas podem causar consequências significativas para empresas específicas.
Em relação ao cenário de altos custos financeiros no Brasil, onde a taxa básica de juros permanece elevada, chegando a 15% ao ano, o CFO da Marcopolo, Pablo Freitas, destacou que as margens de exportação da montadora continuam robustas.
A Marcopolo apresentou resultados expressivos no segundo trimestre, com um crescimento de 18% na receita em comparação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado por um aumento de 22% nas exportações a partir do Brasil e pelo crescimento de aproximadamente 50% nas operações internacionais.
Na Log Commercial Properties, o CFO Rafael Saliba compartilhou uma percepção semelhante sobre a demanda aquecida. “Tivemos resultados no trimestre que encerraram um semestre muito positivo na Log, resultado de um mercado aquecido e da estratégia da companhia”, explicou Saliba.
Priscilla Grecco, CFO da Itaúsa, controladora do Itaú Unibanco, observou que a relação entre juros altos e o bom desempenho do setor financeiro é uma narrativa do passado. “No passado, era um motor importante, mas isso vem acompanhado de um custo de crédito muito maior que, em muitos casos, pode até destruir valor”, ponderou Grecco.
A CFO destacou que o Itaú Unibanco está em uma situação favorável em termos de gestão de risco, crédito e inadimplência. “O banco passou por um processo de derisking da carteira antes de muitos concorrentes e agora colhe os benefícios de ter uma carteira saudável”, concluiu.
Segundo Alexandre Riccio, CEO do Inter no Brasil, o banco garante crédito mesmo em um cenário de juros elevados, devido ao seu modelo contracíclico. O crédito consignado e o imobiliário, sustentados por captações a preços de mercado, têm apresentado crescimento.
“Desenvolvemos a estratégia do Inter ao longo dos anos com o objetivo de sermos contracíclicos. Em momentos de turbulência macroeconômica, queríamos um modelo que permitisse a escalabilidade”, comentou Riccio.
Em relação ao cenário brasileiro, o BB Seguridade revisou seu guidance para o ano, referente aos prêmios e reservas de previdência emitidos pela Brasilseg.
André Haui, presidente do braço de seguros do Banco do Brasil, atribuiu a revisão ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a uma desaceleração observada no mercado de crédito. Mesmo após um lucro de R$ 2,2 bilhões no 2º trimestre, Haui afirma que a companhia não tem a intenção de reter caixa.
Análise do mercado imobiliário
No setor imobiliário, a MRV&Co reconhece que a habitação popular está vivendo o melhor momento de sua história, segundo o CFO Ricardo Paixão. “O que impulsionou esse crescimento foi uma melhora contínua na operação brasileira. Todos esses dados positivos têm origem no segmento de incorporação de habitação”, afirmou Paixão.
O otimismo do CFO reflete uma nova fase do mercado, com a empresa se posicionando de forma favorável para atender à alta demanda por moradia acessível.
Com uma série de fatores positivos, como incentivos governamentais e a recuperação econômica, a MRV&Co está pronta para expandir suas operações e consolidar seu papel como líder no mercado de habitação no Brasil.
Com o avanço da tecnologia e melhorias nas práticas de construção, a expectativa é que o setor imobiliário continue em crescimento, refletindo as necessidades da população e contribuindo para a economia do país.
Através das análises realizadas, torna-se claro que, apesar de desafios no cenário econômico e na instabilidade das taxas de juros, várias empresas estão adaptando suas estratégias para navegar por esses tempos desafiadores, mostrando resiliência e inovação.
Esse dinamismo do mercado é um indicativo importante para investidores, mostrando que existem oportunidades, mesmo em um ambiente que exige atenção e constante adaptação.