Introdução
Vários bilionários e empreendedores de sucesso nunca frequentaram a universidade, incluindo personalidades como Bill Gates e Mark Zuckerberg. Recentemente, Lucy Guo, de 30 anos, passou a integrar esse grupo.
O surgimento de Lucy Guo como bilionária
A fundadora, que reside na Califórnia, foi reconhecida como a mais jovem bilionária autossuficiente da Forbes em junho, após a aquisição de sua primeira empresa, a Scale AI, pelo gigante tecnológico Meta. O valor da transação avaliou a empresa de rotulação de dados de inteligência artificial em 29 bilhões de dólares, resultando em um patrimônio líquido de 1,25 bilhões de dólares.
Atualmente, Guo é a fundadora da plataforma de monetização para criadores de conteúdo chamada Passes, que foi lançada em 2022. Em entrevista ao CNBC Make It, Lucy Guo ressaltou que não seguiu o caminho tradicional de completar a educação superior.
A trajetória acadêmica de Guo
Ela estudou ciência da computação e interações humano-computador na Carnegie Mellon University, localizada na Pensilvânia, mas abandonou o curso após dois anos. Na época da desistência, faltavam apenas um ano e oito disciplinas para a conclusão do curso. Essa decisão surpreendeu seus pais, imigrantes chineses.
“Meus pais sacrificaram tudo para imigrar da China para a América, a fim de proporcionar um futuro melhor para os filhos. Para eles, que acreditavam que a educação era a chave para o sucesso, ver um filho desistir da faculdade perto da conclusão foi como receber um tapa na cara”, declarou Guo.
No entanto, a jovem decidiu buscar a Thiel Fellowship, um programa criado pelo bilionário co-fundador do PayPal, Peter Thiel, que oferece 200 mil dólares a jovens empreendedores para que possam desenvolver empresas inovadoras.
“Eu acho que eles [meus pais] enxergavam isso como um sinal de que eu não os amava, e eles não estavam muito felizes com a decisão, mas para mim, era uma aposta em mim mesma e uma escolha de otimizar para um futuro que eu acreditava ser melhor”, explicou Guo.
Reconhecimento da importância da educação superior
Apesar de sua condição de bilionária que não completou a universidade, Guo reconhece alguns benefícios da educação superior.
A melhor oportunidade de networking
Lucy Guo afirmou que a experiência universitária proporcionou a ela uma rede de contatos que se revelou extremamente valiosa em sua trajetória como empresária.
“Minha recomendação para as pessoas é que um a dois anos na faculdade é, na verdade, algo muito proveitoso, porque você vai fazer as melhores amizades e conhecer as pessoas mais inteligentes”, destacou Guo. “Todos vão para a faculdade porque desejam se conectar com outras pessoas.”
Ela explicou que não existem muitas oportunidades em outros ambientes onde há uma grande concentração de pessoas inteligentes que estão também em busca de amizade.
“Quando você começa a trabalhar em uma nova empresa, nem todos os colegas estão à procura de novos amigos, pois eles já têm suas amizades. Se você nunca frequentou a faculdade e decide se mudar para uma nova cidade, pode ir a eventos e tentar fazer novas conexões, e isso pode funcionar. Mas, mais uma vez, nem todos estão desesperados para fazer amizades”, acrescentou.
Funcionários do futuro
Para Guo, o maior ativo de uma empresa está nas pessoas que ela contrata, e ela acredita que o melhor grupo de talentos pode ser encontrado entre os colegas de faculdade.
“Certifique-se de conhecer seus colegas mais inteligentes e realmente ser amigo deles. O melhor lugar para fazer isso, na minha opinião, é na faculdade”, afirmou.
“Não consigo pensar em um outro lugar onde a densidade de pessoas inteligentes seja tão alta e onde você seja mais propenso a conhecer seus futuros colaboradores”, comentou.
Ela sustenta que essa rede de amigos inteligentes se mostrará útil no futuro, pois você já terá um grupo talentoso de pessoas disponíveis para contratação.
Guo também mencionou que seus colegas no programa Thiel Fellowship a motivaram a ter sucesso como empreendedora.
“Você se torna parte de uma comunidade onde é normal construir uma empresa que vale bilhões, porque, para criá-la, você precisa ser um pouco ousado. É necessário ter a convicção de que pode construir uma empresa que tenha esse potencial, e é mais fácil acreditar nisso quando você está cercado por tantas pessoas que também possuem esse sonho. Essa é, sem dúvida, uma das belezas de San Francisco e da Thiel Fellowship”, concluiu Guo.
Outros ex-alunos do programa, assim como Guo, também conseguiram criar empresas unicórnios, que são startups avaliadas em mais de um bilhão de dólares, como Ethereum, criada por Vitalik Buterin, Figma, de Dylan Field, e Oyo Rooms, de Ritesh Agarwal.