Participação do BNDES na Eve Air Mobility
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) adquiriu uma participação de 4,4% na Eve Air Mobility, a subsidiária da Embraer (EMBR3) que lidera o projeto do veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVTOL). Essa consolidação ocorreu após um investimento recente de R$400 milhões, conforme anunciado pelo diretor do banco, Alexandre Abreu, nesta quinta-feira (21).
O primeiro voo comercial do eVTOL da Eve, conhecido como “táxi aéreo”, está previsto para 2027, segundo informações compartilhadas pelo presidente-executivo da Embraer-X, Daniel Moczydlower, em uma entrevista à Reuters no final de abril.
Desempenho do BNDES
O BNDES registrou um lucro líquido de R$13,3 bilhões no primeiro semestre de 2024, permanecendo estável em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados divulgados nesta quinta-feira. Esse resultado foi impactado positivamente por operações envolvendo ações da JBS (JBSS3). Em termos recorrentes, o lucro aumentou 2% em comparação ao ano anterior, alcançando R$7,3 bilhões.
No segundo trimestre, o banco reportou um lucro total de R$7,7 bilhões e um resultado líquido recorrente de R$4,6 bilhões.
Resultados com a JBS
O BNDES mencionou um efeito positivo no segundo trimestre, totalizando R$901 milhões, proveniente de operações com ações da JBS. Este montante inclui R$267 milhões decorrentes da venda de ações e R$634 milhões gerados pela dupla listagem da empresa no Brasil e nos Estados Unidos.
A instituição financeira, que em maio reduziu sua fatia na JBS para cerca de 18% após a venda de ações, planeja reinvestir os recursos adquiridos em novos investimentos voltados para setores de tecnologia, inovação e sustentabilidade, segundo Abreu.
Carteira de Participações e Crédito
Ao final de junho, a carteira de participações societárias do BNDES chegou a R$80,3 bilhões, apresentando uma redução em relação aos R$87,6 bilhões registrados três meses antes. O banco atribuiu essa queda a um ajuste negativo no valor de mercado da Petrobras (-R$6,2 bilhões) e à alienação de ações da JBS (-R$2,5 bilhões), compensados em parte pela valorização da Copel (+R$1,3 bilhão).
A carteira de crédito expandida do BNDES totalizou R$597,5 bilhões na metade inicial do ano, representando uma alta de 13% em relação ao ano anterior. O índice de inadimplência superior a 90 dias ficou em 0,03%, apresentando uma diminuição de 0,04 ponto percentual.
Desembolsos e Expectativas Futuras
Os desembolsos realizados no primeiro semestre somaram R$54,6 bilhões, com um aumento de 11% em comparação ao mesmo período de 2024. As consultas por financiamento cresceram 7%, totalizando R$133,2 bilhões, enquanto as aprovações de empréstimos aumentaram 9%, alcançando R$72,8 bilhões.
O banco prevê que os desembolsos totais aumentem no segundo semestre em relação aos primeiros seis meses do ano. A expectativa é que o apoio do BNDES ao plano de ajuda destinado a empresas impactadas pelas tarifas dos Estados Unidos fomente consultas, aprovações e liberações de recursos nos próximos meses.
“Não dá para fazer uma projeção, porque tem um fator muito importante que é o Plano Brasil Soberano. No ano passado, nosso desembolso foi muito afetado pela ajuda ao Rio Grande do Sul”, afirmou Abreu, sugerindo a possibilidade de desembolsos superiores a R$100 bilhões no segundo semestre.
Uma das principais fontes do apoio às empresas será o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), administrado pelo BNDES, com cerca de R$30 bilhões previstos para o Plano Brasil Soberano.
Medidas Governamentais Adicionais
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que outras ações de socorro estão sendo estudadas pelo governo federal. “Teremos surpresas importantes… nós (do BNDES) vamos além do que será proposto pelo governo”, afirmou Mercadante.
O retorno sobre o patrimônio (ROE) do BNDES ficou em 18,8% no primeiro semestre, registrando um declínio de 0,8 ponto percentual em relação ao ano anterior. O ROE recorrente também apresentou uma queda de 0,3 ponto percentual, estabelecendo-se em 10,3%.