Resultados Financeiros do BNDES no Primeiro Semestre de 2025
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou um lucro líquido de R$ 13,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, apresentando um desempenho estável em comparação com o mesmo período de 2024.
Esse resultado garantiu ao banco a segunda posição entre as instituições financeiras nacionais mais lucrativas no período, atrás do Itaú Unibanco, que obteve um lucro de R$ 22,6 bilhões nos primeiros seis meses do ano.
Lucro Recorrente e Não Recorrente
O lucro recorrente do BNDES totalizou R$ 7,3 bilhões, representando um aumento de 2% em relação ao primeiro semestre do ano anterior. Entre os efeitos não recorrentes, destacam-se receitas de dividendos e juros sobre capital próprio, totalizando R$ 3,4 bilhões (provenientes de Petrobras e JBS), reversões de provisão para risco de crédito, que somaram R$ 1,4 bilhão, e ganhos de R$ 0,9 bilhão relacionados à operação envolvendo a JBS, bem como alienações de ações e dupla listagem.
Aprovações de Crédito e Operações Garantidas
As aprovações de crédito e operações garantidas cresceram 56% em comparação com 2024, totalizando R$ 129,6 bilhões, sendo R$ 72,8 bilhões em crédito e R$ 56,8 bilhões em garantias. Em relação a 2022, esse crescimento chega a 285%.
Os desembolsos no semestre alcançaram R$ 54,6 bilhões, um aumento de 11% em relação a 2024, enquanto as consultas totalizaram R$ 133,2 bilhões, apresentando crescimento de 7%.
Analisando por setor, a indústria liderou as aprovações com R$ 18,1 bilhões (+24,8%), seguida pela agropecuária, que obteve R$ 17 bilhões (+20%), e comércio e serviços, com R$ 13,5 bilhões (+18%). A infraestrutura recebeu R$ 24,2 bilhões, representando uma queda de 8% em relação ao ano passado.
Apoio a Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs)
O apoio a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) avançou 92% no semestre. As aprovações de crédito destinadas a esse segmento somaram R$ 32 bilhões, enquanto as garantias oferecidas por fundos totalizaram R$ 56,8 bilhões. Portanto, no total, foram alocados R$ 88,8 bilhões a MPMEs.
Ativos Totais e Carteira de Crédito
Os ativos totais do Sistema BNDES atingiram R$ 888 bilhões em junho de 2025, um incremento de R$ 204,2 bilhões (+30%) em relação a 2022. A carteira de crédito expandida alcançou R$ 597,5 bilhões, marcando o maior valor em 7,5 anos, com crescimento de 13% em comparação com o segundo trimestre de 2024.
A carteira de participações societárias somou R$ 80,3 bilhões, incluindo investimentos em Petrobras, JBS, Eletrobras e Copel. A inadimplência do banco manteve-se em 0,03%, cifra significativamente inferior à média do sistema financeiro, que é de 3,55%.
Fontes de Recursos
O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) continua a ser a principal fonte de financiamento, representando 52,6% dos passivos onerosos, com um saldo de R$ 466,6 bilhões. Além disso, o banco recebeu R$ 10,9 bilhões do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e R$ 5,5 bilhões do Fundo Rio Doce.
No decorrer do semestre, o BNDES realizou captações internas de R$ 23,8 bilhões (+64,9% em relação a dezembro de 2024) e externas de R$ 35,7 bilhões, com ênfase em acordos estabelecidos com o China Development Bank, a Agência Francesa de Desenvolvimento e a CAF.
Governança
O patrimônio líquido do banco encerrou o semestre em R$ 165,3 bilhões. O Índice de Basileia foi de 25,5%, bem acima do mínimo regulatório de 10,5%.
O presidente Aloizio Mercadante destacou a importância do BNDES em momentos de crise e no apoio a empresas afetadas por eventos como o aumento tarifário e a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul. “O BNDES vai agir para garantir solidariedade às empresas, manter empregos e sustentar o crescimento”, afirmou.
Mercadante também ressaltou que o lucro de R$ 13,3 bilhões possibilitou o repasse de R$ 40 bilhões em dividendos ao Tesouro Nacional, reforçando a função do banco como um instrumento de política pública e desenvolvimento econômico.