BofA prevê que a inflação retorne ao limite da meta e confirma início dos cortes da Selic.

Análise do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou um desempenho considerado "cheio de ruídos", de acordo com David Beker, chefe da economia no Brasil e estratégia para América Latina do Bank of America (BofA), juntamente com sua equipe. Apesar das oscilações, as métricas de inflação subjacente mostraram sinais de melhora.

Comportamento da Inflação

No último mês, a inflação registrou um aumento de 0,48%, acumulando uma alta de 5,17% em um ano. Esse resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetavam uma alta de 0,52% para o mês e de 5,21% para o acumulado anual.

O núcleo médio da inflação desacelerou levemente, passando de 5,11% para 5,08% na comparação anual. Em contraste, o núcleo de serviços apresentou um aumento modesto, subindo de 6,74% para 6,76%. A análise do índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumento de preços no mês, indicou uma queda, que passou de 56,8% para 52,0%.

Projeções de Inflação e Políticas Monetárias

De acordo com o relatório exclusivo do BofA, as medidas de núcleo e difusão sugerem que a política monetária está começando a mostrar resultados, mesmo em meio a estímulos fiscais recentes. O Banco Central do Brasil decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano nas últimas reuniões e reiterou sua posição de que os juros devem permanecer em um "patamar significativamente contracionista por um período prolongado".

Diante desse contexto, o Bank of America ajustou sua projeção de inflação para 2025, reduzindo-a de 5% para 4,5%. Essa revisão é sustentada pelo comportamento considerado "encorajador" da inflação nos serviços, assim como pela valorização do real, que impacta positivamente a dinâmica dos bens comercializáveis.

Se essa estimativa estiver correta, será a primeira vez desde setembro de 2024 que a inflação retorna ao limite superior da meta estabelecida. Vale destacar que a meta de inflação é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Os economistas do BofA demonstram otimismo com o IPCA e mantêm a projeção de início do ciclo de afrouxamento monetário já em dezembro deste ano, o que diverge do consenso do mercado. Eles esperam que esse ciclo comece com um corte na Selic de 0,50 ponto percentual.

Estima-se, ainda de acordo com a equipe do BofA, que a Selic deve atingir 11,25% até o final de 2026, com a inflação projetada para ser de 4,0%.

Detalhes sobre o IPCA de setembro

Os economistas do Bank of America analisam que o aumento no consumo de energia elétrica, junto à deflação de alimentos, são fatores que explicam os resultados da inflação do mês de setembro.

A principal pressão de alta no índice foi gerada pelo grupo de habitação, que refletiu o retorno do bônus de Itaipu e os reajustes nas tarifas em alguns estados. Ao mesmo tempo, a alimentação em casa continuou a registrar deflação, enquanto a contribuição da alimentação fora de casa para o índice geral apresentou uma diminuição.

Beker e sua equipe ressaltam que, ao contrário de agosto, quando o índice negativo mascarou uma dinâmica desfavorável, a impressão de setembro apresenta uma contrapartida interessante: embora o índice geral tenha sido influenciado por questões relacionadas à energia elétrica, as métricas de inflação subjacente mostraram sinais de melhora, evidenciando um panorama econômico que requer atenção.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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