Bolsa em conta? Gestores adaptam suas perspectivas e compartilham as mudanças na visão sobre o mercado brasileiro.

Desempenho do Ibovespa

Depois de um mês de setembro marcado por resultados significativos para o Ibovespa (IBOV), que registrou uma valorização de 3,4%, os gestores continuam otimistas em relação à bolsa brasileira. Isso ocorre mesmo após um início de outubro relativamente desafiador, porém sem sinais de euforia.

Sentimento dos Gestores

De acordo com a pesquisa mensal realizada pela Empiricus, que busca medir o clima entre os gestores, a percepção em relação à bolsa brasileira permanece majoritariamente positiva. Essa visão é semelhante àquela observada no mês anterior. Contudo, pela primeira vez desde julho, quando se iniciou o levantamento, houve indicações de uma perspectiva mais pessimista para os próximos meses.

Visão otimista para a bolsa, mas menos

Além disso, aumentou a proporção de respostas que especificam que a bolsa brasileira está bem precificada, apresentando o dobro de votos em comparação ao mês anterior. Em contrapartida, houve um declínio significativo nas indicações de que a bolsa está "muito barata", que atualmente representam menos da metade do volume registrado no mês anterior. Esse movimento indica uma mudança do otimismo extremo para uma perspectiva que ainda vê o mercado como barato, embora com menor intensidade.

“Esses resultados sugerem que, mesmo após a recente valorização e a consequente redução do desconto nos preços, a maioria dos gestores ainda considera a bolsa atrativa”, conforme observa a equipe da Empiricus em seu relatório.

Captação de Fundos

Entretanto, a captação total de fundos de renda variável apresentada na pesquisa ainda é negativa, tanto em relação ao mês atual quanto no acumulado dos últimos 12 meses. No entanto, a intensidade das saídas durante este mês foi menor do que a média observada no período mais longo. Os segmentos de varejo, investidores privados, além de wealth e family offices continuam sendo identificados como as principais fontes de resgates em ambos os períodos analisados.

O interesse gringo pela nossa bolsa

Conforme relatado na pesquisa, observa-se um aumento notável no interesse de investidores estrangeiros por gestores brasileiros, embora esse interesse seja ainda pontual.

“Mais da metade da amostra (53,6%) relatou ter demandas ocasionais por conversas e reuniões, enquanto apenas 17,9% indicaram que esses contatos têm ocorrido com regularidade. Esse dado sugere que o Brasil retornou ao foco dos investidores internacionais, mas esse envolvimento ainda se dá de forma seletiva”, afirmou o relatório.

Apesar desse aumento no interesse, a conversão desses contatos em fluxos efetivos de capital ainda é restrita. Apenas 3,6% dos gestores reportaram entradas recorrentes de recursos, enquanto metade indicou que os aportes ocorreram de maneira pontual. Os compromissos de capital novo voltados para o Brasil também permanecem escassos, com 75% dos gestores afirmando que não houve aportes e apenas 17,9% relatando casos pontuais.

“Os resultados reforçam a interpretação de que, embora o interesse estrangeiro tenha retornado, a recuperação ainda está em uma fase inicial — marcada mais por diálogos exploratórios do que por decisões concretas de alocação”, acrescentou a equipe.

Fatores que Impactam o Fluxo de Capital

Entre os principais fatores que influenciam o fluxo de capital para o Brasil, o nível das taxas de juros nos Estados Unidos foi o mais mencionado pelos gestores. Em segundo lugar, as eleições presidenciais de 2026 foram citadas em 19 respostas, evidenciando a importância do componente político nas considerações do investidor estrangeiro.

A percepção de risco fiscal e político, assim como o nível da taxa de juros no Brasil, empataram em número de citações, com 17 respostas cada. Isso indica que o ambiente doméstico, tanto em termos macroeconômicos quanto na política econômica, também exerce uma influência significativa sobre o fluxo de capital externo.

Setores de Interesse dos Gestores

Conforme a pesquisa, as percepções sobre os setores da economia tiveram alterações em relação ao mês anterior. O setor agrícola, assim como o de bens de capital, passou de uma visão marginalmente positiva para uma levemente negativa.

Esses são os principais aspectos abordados no relatório da Empiricus, que busca mapear a confiança e os interesses dos gestores em relação ao mercado de ações brasileiro.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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