Reavaliação da Eletrobras pelo Bradesco BBI
O Bradesco BBI avalia a situação da Eletrobras (ELET3; ELET6) como uma condição de “nada mudou, tudo mudou”. Isso se deve ao fato de que as estimativas de longo prazo se mantêm inalteradas, enquanto os dividendos mais altos sustentam o valuation da empresa.
Os analistas Francisco Navarrete, do BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, sinalizam que o anúncio de R$ 4 bilhões em dividendos, realizado após os resultados do segundo trimestre de 2025, surpreendeu o mercado. Apesar das projeções de longo prazo permanecerem inalteradas, a nova política de dividendos altera a percepção de valor da companhia.
O BBI projeta que a Eletrobras distribua entre R$ 8 e R$ 10 bilhões anualmente, mantendo sua alavancagem, que é medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), dentro da meta de 3,5 a 4 vezes até 2030.
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“Para 2025, o total de dividendos pode alcançar R$ 7 bilhões, com yield de 7%. Embora a empresa tenha aumentado o preço de venda da energia para R$ 250/MWh, o impacto do Fator de Ajuste (GSF) limita os ganhos. A projeção de longo prazo para o preço da energia permanece em R$ 180/MWh até 2030, o que é considerado agressivo em relação ao mercado, mas com uma assimetria positiva”, afirmam os analistas.
A corretora mantém sua recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 67 para ELET6 e R$ 61 para ELET3, ressaltando o perfil atrativo da empresa como geradora de energia em um setor em maturação, que ainda apresenta boas oportunidades de alocação de capital.
Resultados do 2T25 da Eletrobras
A Eletrobras reportou um lucro líquido ajustado de R$ 1,47 bilhão no segundo trimestre de 2025, o que representa um aumento de 43,3% em comparação ao lucro ajustado do mesmo período do ano anterior.
Sem ajustes, a Eletrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 1,33 bilhão no trimestre encerrado em junho, revertendo um lucro de R$ 1,74 bilhão de um ano atrás.
A Eletrobras comunicou que esse resultado decorre de três fatores: o aumento da receita de geração superou o crescimento dos custos com produção e compra de energia; houve incremento no reconhecimento da receita de transmissão; e foram reduzidos os gastos com PMSO e despesas financeiras.
O Ebitda ajustado regulatório da empresa totalizou R$ 5,5 bilhões no mesmo período, apresentando um decréscimo de 8,6% em relação ao ano anterior, enquanto a receita operacional líquida regulatória permaneceu praticamente estável, com uma queda de 0,3%, totalizando R$ 9,59 bilhões.