Brava (BRAV3) supera período difícil e busca dividendos, afirma Genial.

(Imagem: iStock/claffra)

Brava Energia: Análise da Genial Investimentos e Perspectivas Futuras

A Genial Investimentos manteve uma perspectiva otimista em relação à Brava Energia (BRAV3) após o evento denominado Dia do Investidor. Segundo a análise, a empresa conseguiu superar um dos períodos mais desafiadores de sua trajetória recente, caracterizado por investimentos significativos nos campos Papa-Terra e Atlanta, além de flutuações na produção no ano de 2024.

Desempenho e Expectativas para 2025

Desde o início de 2025, a Brava Energia tem demonstrado um desempenho consistente, conforme a Genial. A companhia alcançou progressos significativos em várias frentes, incluindo:

  • Produção estável e consistente.
  • Redução dos investimentos com a conclusão de projetos em operação.
  • Sinergias advindas da fusão entre 3R e Enauta.
  • Gerenciamento eficiente da dívida e desalavancagem por meio da geração de caixa.

Para o período de 12 meses subsequente, a corretora identifica como principal motor de valorização a expansão do caixa operacional e a redução do endividamento.

A projeção indica que, até o quarto trimestre de 2026, novas perfurações em ativos offshore devem levar a Brava a um novo nível de geração de caixa, o que proporcionará espaço para a distribuição de dividendos.

Apesar do otimismo, o relatório destaca que, neste momento, os gatilhos de valorização são mais evidentes na Prio (PRIO3) do que na Brava (BRAV3). Consequentemente, a recomendação para a Brava está em revisão.

Atlanta e Papa-Terra: Motores do Crescimento da Brava

A companhias reafirmou, conforme avaliação da Genial, o objetivo de estabilizar a produção em 100 mil barris por dia (bpde). Duas novas perfurações estão previstas para o campo de Atlanta no quarto trimestre de 2026, aumentando o número de poços produtores de seis para oito.

A taxa interna de retorno estimada para essas novas perfurações é de 38% em termos reais, considerando o preço atual do petróleo Brent, com impactos na produção a partir de 2027.

No campo de Papa-Terra, a produção estável atingiu a marca histórica de 19 mil bpde. A empresa planeja aumentar a taxa de recuperação de cerca de 3% para até 15% do petróleo in place (VOIP), o que resultaria em um aumento produtivo para 30-35 mil bpde até o final de 2026.

As novas perfurações em Papa-Terra apresentam uma taxa de retorno estimada em 33%. Mesmo lidando com petróleo pesado, a Brava conseguiu reduzir o desconto comercial para níveis de um dígito.

Geração de Caixa e Redução da Dívida

A produção média da Brava atingiu 91 mil bpde em julho e a expectativa é que alcance 100 mil até dezembro. A empresa projeta um EBITDA anual de US$ 1 bilhão, resultando em pelo menos US$ 250 milhões por trimestre.

A meta é encerrar 2025 com um índice de alavancagem inferior a 2 vezes a dívida líquida/Ebitda e iniciar o pagamento de dividendos em 2026, quando a alavancagem deve cair abaixo de 1,5 vez, conforme destacado pela Genial.

Diversificação e Estratégias no Setor Onshore

A Brava tem como objetivo manter um portfólio diversificado com operações onshore, offshore e de refino/trading, aproveitando a flexibilidade operacional e sinergias. Segundo a Genial, a companhia também busca reduzir ainda mais o desconto comercial do petróleo pesado, com uma meta adicional de corte de cerca de US$ 0,50 por barril.

No setor onshore, a expectativa é de que a produção se mantenha estável, com um investimento reduzido em perfurações devido ao foco na desalavancagem. A empresa está investindo em técnicas avançadas de recuperação, como a injeção de polímeros, para otimizar o desempenho dos campos.

Resultados do Segundo Trimestre de 2025

No segundo trimestre de 2025, a Brava Energia reportou um lucro líquido de R$ 1,05 bilhão, impulsionado por recordes de produção, receita e resultados operacionais. Este resultado reverteu um prejuízo líquido de R$ 582,1 milhões no mesmo período do ano anterior.

Decio Oddone, presidente da companhia, comentou: “Estamos consolidando uma trajetória de entrega de resultados… tivemos um aumento de margem, melhora de caixa e dos endividamentos; foi um trimestre repleto de coisas boas.”

O lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (EBITDA) ajustado alcançou um recorde de R$ 1,33 bilhão entre abril e junho deste ano, um crescimento de 29% em comparação ao mesmo período de 2024.

A companhia também conseguiu reduzir o CAPEX no período, marcando o segundo trimestre consecutivo de queda nos investimentos, efeito principalmente da finalização da primeira etapa do projeto Atlanta, que incluiu a perfuração de dois novos poços, a conexão de seis poços a um novo FPSO que entrou em operação em janeiro e a instalação de novos equipamentos submarinos.

Desempenho Financeiro e Objetivos Futuro

Em relação à alavancagem, Oddone informou que a Brava encerrou o trimestre com US$ 933 milhões em caixa e um índice de dívida líquida/Ebitda de 3,1 vezes, apresentando uma redução de 0,3 vez em comparação ao primeiro trimestre. A expectativa é encerrar o ano com esse índice abaixo de 2 vezes, visando alcançar cerca de 1,25 vez a longo prazo.

Quanto a aquisições futuras, Oddone esclareceu que atualmente a empresa não possui “nada no radar”. Ele afirmou que o foco neste momento é na desalavancagem e nos resultados operacionais.

A receita líquida da Brava foi de R$ 3,14 bilhões, com uma leve alta de 0,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

*Com informações da Reuters

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