China adquire cargas de soja dos EUA antes da reunião entre Trump e Xi, afirmam fontes

Aquisição de soja pela Cofco

A estatal chinesa Cofco adquiriu três cargas de soja provenientes dos Estados Unidos, conforme informações de duas fontes comerciais. Este movimento marca as primeiras compras do país da safra americana deste ano, ocorrendo pouco antes do encontro entre os líderes Donald Trump e Xi Jinping.

Impacto das tarifas comerciais

Apesar das duas nações enfrentarem barreiras comerciais devido a tarifas, a escassez de compras por parte da China tem gerado perdas significativas para os agricultores americanos, que deixaram de vender bilhões de dólares em produtos, especialmente considerando que muitos apoiavam amplamente Trump em suas campanhas presidenciais.

O acordo da Cofco para embarque programado entre dezembro e janeiro, que envolve aproximadamente 180 mil toneladas métricas de soja, representa a primeira compra do tipo feita pela China em meses. Entretanto, analistas de mercado não preveem uma recuperação expressiva na demanda por cargas dos EUA, especialmente após as recentes aquisições substanciais de soja provenientes da América do Sul.

A Cofco ainda não respondeu a solicitações de comentários realizadas pela Reuters.

Volume de compras

Um trader de uma empresa de comércio internacional, que fornece insumos para esmagadores chineses, destacou que a Cofco começou a realizar a compra de grãos americanos antes mesmo que os líderes dos dois países chegassem a um consenso sobre acordo comercial. “Os volumes reservados pela Cofco não são tão expressivos, totalizando apenas três cargas por enquanto”, afirmou.

Flutuação de preços da soja

Os preços de referência dos futuros da soja na bolsa de Chicago registraram um aumento significativo nesta semana, atingindo o valor mais alto em um período de 15 meses. Este crescimento vem em resposta à recuperação das mínimas observadas nos últimos cinco anos, impulsionado por expectativas de um entendimento comercial entre os EUA e a China.

Período de exportação

A principal temporada de exportação de soja dos Estados Unidos ocorre normalmente entre outubro e janeiro. No entanto, a China evitou adquirir a soja da safra americana referente a este ano, devido a tensões comerciais prolongadas com o governo de Washington, optando por fornecedores da América do Sul em seu lugar.

Conforme a Reuters, a compra de três cargas de soja pela China foi uma informação inicialmente noticiada pela agência.

Demanda chinesa em declínio

A China, responsável por consumir mais de 60% das importações globais de soja, quase completou suas reservas de soja oriundas do Brasil e da Argentina até o mês de novembro. O comércio de soja naquela região deve ser limitado em dezembro e janeiro, período que antecede a colheita brasileira.

Perda de mercado para fornecedores americanos

Um segundo trader mencionou que os fornecedores dos Estados Unidos perderam uma parte significativa do mercado de esmagamento de sementes oleaginosas e ressaltou que a China pode necessitar de cerca de 5 milhões de toneladas de cargas entre dezembro e janeiro, período em que as condições de mercado favorecem o Brasil.

A soja dos Estados Unidos, que foi comercializada com um grande desconto em relação às cargas brasileiras nas últimas semanas, devido à fraca demanda chinesa, passou a apresentar uma valorização nesta semana. Atualmente, está cotada em paridade a aproximadamente US$ 2,45 por bushel acima das expectativas de futuros de Chicago, conforme informado por traders.

Preferência por soja brasileira

Os compradores privados chineses tendem a optar pela soja brasileira, que possui um teor de proteína superior, resultando em um prêmio em comparação à soja dos Estados Unidos, conforme explicou Jeffrey Xu, que é gerente geral da OCI, uma consultoria de soja localizada em Xangai, além de outros traders que corroboraram essa informação.

Contudo, estima-se que a China possa adquirir cerca de 8 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos para suas reservas estratégicas entre dezembro e maio. Esta compra seria feita por meio de empresas estatais, como a Sinograin, e pode ter um valor aproximado de US$ 4 bilhões, de acordo com os traders.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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