Tensão Entre EUA e China
Decisão da China sobre Terras Raras
O presidente Donald Trump expressou surpresa e choque com a decisão "surpreendente" da China de implementar controles abrangentes de exportação de terras raras, acusando o país de se tornar "muito hostil". Em resposta, Pequim argumentou que foi a expansão das restrições impostas por Washington às empresas chinesas que aumentou as tensões, levando o país a reforçar seu controle sobre minerais críticos utilizados na produção de eletrônicos, automóveis e semicondutores.
Aumento de Tarifas e Repercussões
Na escalada das tensões, Trump anunciou que restauraria as tarifas sobre a China para níveis de três dígitos em decorrência dos novos controles implementados por Pequim. O governo chinês, por sua vez, prometeu "medidas correspondentes". As movimentações entre as duas maiores economias do mundo impactaram os mercados, gerando nervosismo nas indústrias globais devido a possíveis choques na produção e reacendendo temores de uma nova fase de tarifas retaliatórias entre os países, similar àquelas que ocorreram em embargos comerciais anteriores.
Impacto nas Negociações
As tensões renovadas representam um risco ao progresso que havia sido feito durante meses de negociações comerciais. Além disso, levantaram questões sobre a reunião planejada entre o líder chinês, Xi Jinping, e Trump na Coreia do Sul, prevista para o final do mês. Após sugerir a possibilidade de cancelar a reunião, Trump foi informado pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, que ainda havia esperança de que o encontro se realizasse.
Abertura para Negociações
O Ministério do Comércio da China se manifestou nesta terça-feira, reiterando que permanecia aberto a negociações, mas destacou que os Estados Unidos não poderiam buscar diálogo enquanto ameaçavam implementar novas medidas. Especialistas e analistas chineses indicaram que grande parte da escalada atual poderia ter sido evitada caso o governo Trump não tivesse imposto mais restrições no final de setembro, aumentando consideravelmente o número de entidades chinesas que passaram a ser controladas.
Resposta de Pequim
Jin Canrong, professor de relações internacionais na Universidade Renmin de Pequim, afirmou que Pequim respondeu a uma série de pequenas manobras de Washington. Em uma publicação, ele criticou a postura dos EUA, mencionando que, após agredir a China, agora tentavam se colocar como vítimas.
Possível Distensão nas Relações
As relações entre os EUA e a China apresentavam sinais de distensão, especialmente após as negociações comerciais realizadas em Madri em setembro e um telefonema subsequente entre Xi e Trump. Na ligação, Xi elogiou as discussões, mas alertou que a imposição de restrições comerciais unilaterais poderia minar o progresso que os dois lados alcançaram.
Restrições Ampliadas dos EUA
Entretanto, Washington expandiu suas restrições à exportação somente dez dias após o telefonema, abrangendo subsidiárias de empresas chinesas já sancionadas, elevando o número de companhias afetadas para milhares. Segundo Wu Xinbo, reitor do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade Fudan, a situação resultou em um desenvolvimento extremamente prejudicial para a China.
Novas Medidas e Consequências
O Ministério do Comércio da China reiterou que as ações dos EUA prejudicaram os interesses chineses e minaram a atmosfera das negociações econômicas e comerciais bilaterais. A instituição instou Washington a preservar o progresso alcançado, prometendo contramedidas se Trump cumprir sua ameaça.
Contexto de Desespero
Paul Triolo, especialista em China e tecnologia da consultoria Albright Stonebridge, destacou que os dois países estão à beira de uma crise semelhante à que se viu em maio. A atual situação é considerada ainda mais delicada, pois ambos os lados agora compreendem as consequências potenciais de suas ações.
O Impacto das Restrições de Pequim
A decisão de Beijing de reforçar seus controles sobre terras raras foi vista como uma resposta lógica e proporcional às ações de Trump, conforme indicado por Triolo. A China detém quase um monopólio no fornecimento global de terras raras, essenciais para a produção de uma variedade de produtos tecnológicos.
Regras e Reações
As novas regras não apenas ampliam o número de elementos sujeitos aos controles de exportação, mas também estendem as restrições a tecnologias de produção e uso no exterior. Por exemplo, as regras se aplicam a empresas estrangeiras que desejam fornecer terras raras produzidas ou processadas na China.
Impacto nas Indústrias
As regras recentes desencadearam um impacto significativo nas indústrias globais e nas cadeias de suprimento de tecnologia. Desde fábricas de automóveis até setores de defesa, muitas relataram escassez destes minerais essenciais após a introdução de exigências de licenciamento sinistras pela China.
Perspectiva Futuras
As novas regras visam também interromper o crescimento da inteligência artificial, que depende de semicondutores, pois a China está se preparando para solicitar licenças que atendam aos requisitos estipulados. Especialistas argumentam que essas ações refletem as restrições que Washington impôs ao longo dos anos e sinalizam que a China está disposta a adotar táticas semelhantes.
Datado o Aumento da Ansiedade
A crescente pressão interna sobre Trump, em meio a uma paralisação prolongada do governo, aumenta a ansiedade dele em relação à situação com a China. A forte dependência dos EUA das terras raras da China provavelmente persistirá, pelo menos no curto prazo, com a mensagem clara de que a cooperação com Pequim pode ser a melhor solução.
Expectativa em Relação a Trump
Em uma nota mais conciliatória, Trump publicou em sua rede social que os EUA gostariam de "ajudar a China, não prejudicá-la", afirmando de forma otimista que "vai ficar tudo bem". Contudo, os especialistas enfatizam que a dinâmica entre os dois países continua tensa e complexa, e cabe aos Estados Unidos agir para melhorar os laços.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br