Expansão do Comércio Agrícola entre China e Estados Unidos
A China se comprometeu a ampliar o comércio agrícola com os Estados Unidos. O presidente Donald Trump afirmou que Pequim começaria a adquirir volumes “enormes” de soja, mas, até o momento, não foram divulgados detalhes específicos, o que gerou descontentamento entre os investidores que aguardavam um retorno significativo das compras.
Declarações do Presidente Trump
Trump se dirigiu a repórteres no Air Force One na quinta-feira, dia 30, após um encontro com o presidente Xi Jinping, afirmando que a China iniciaria a compra de “enormes quantidades de soja e outros produtos agrícolas imediatamente”. Embora o compromisso tenha sido reafirmado pelo Ministério do Comércio da China, a falta de detalhes sobre a escala ou o timing das aquisições gerou incertezas no mercado.
Importância dos Detalhes de Implementação
Even Rogers Pay, diretor da Trivium China, com sede em Pequim, ressaltou a relevância dos detalhes na implementação das compras. Ele questionou se a China reduzirá as tarifas sobre os produtos agrícolas dos EUA ou se apenas criará um processo burocrático que permita isenta-los caso a caso. Pay salientou que essa distinção é crucial para entender se haverá um aumento temporário nas compras ou um retorno estrutural e sustentável ao mercado.
A Questão das Tarifas e seu Impacto no Comércio
Como o maior comprador de soja do mundo e o principal mercado para os agricultores dos EUA, a China utilizou sua demanda pelas safras norte-americanas como uma ferramenta significativa na guerra comercial em curso. Após o aumento das tarifas de importação de 23% sobre a soja, que resultaram de uma série de tarifas retaliatórias, os compradores chineses optaram por evitar, em grande medida, a colheita de outono dos Estados Unidos, voltando suas atenções para os suprimentos da América do Sul.
Um trader de oleaginosas de uma empresa internacional expressou que a ausência de informações detalhadas foi decepcionante para o mercado chinês de soja. Segundo ele, o mercado esperava que o país reduzisse as tarifas sobre as importações de soja dos EUA.
Consequências da Queda na Demanda
A diminuição da demanda pela soja chinesa resultou em bilhões de dólares em vendas perdidas para os agricultores dos EUA, que representam uma base fundamental de apoio político para Trump. Contudo, em um sinal de alívio nas tensões comerciais, a China adquiriu suas primeiras cargas de soja dos Estados Unidos da safra de 2025 em negócios recentes, conforme informou a Reuters.
Desde que a guerra comercial começou durante o primeiro mandato de Trump, a China diversificou suas fontes de importação de soja. Em 2024, os dados da alfândega revelaram que a China adquiriu dos Estados Unidos aproximadamente 20% de sua necessidade de soja, uma queda em relação aos 41% registrados em 2016.
Fonte: www.moneytimes.com.br