CNI Critica Manutenção da Taxa de Juros pelo Copom
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) declarou que considera "injustificada" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa de juros Selic em 15% ao ano. De acordo com a organização, essa postura não favorece o crescimento econômico do país.
Consequências da Alta Taxa de Juros
O presidente da CNI, Ricardo Alban, enfatizou que "não existe crescimento sustentável com juros estratosféricos". Ele argumentou que essa elevada taxa de juros impede a inovação, a reindustrialização e o acesso a créditos. Alban destacou que a situação tem gerado uma paralisia nos investimentos produtivos, o que acarreta consequências negativas para toda a sociedade.
Necessidade de Mudanças na Política Monetária
Alban acredita que "já passou do momento de uma política monetária mais favorável". Ele defende que o Banco Central (BC) inicie um ciclo de cortes na Selic já na próxima reunião do Copom, marcada para novembro. Para o presidente da CNI, essa alteração é crucial para a recuperação econômica.
Pacto Social para Ajuste das Contas Públicas
Em relação à política fiscal, Alban salientou que, além da redução da Selic a ser promovida pelo Copom, é essencial que haja um consenso entre os diversos setores da sociedade sobre a necessidade de um pacto para o ajuste das contas públicas. Essa discussão deve se basear na diminuição das despesas públicas, a fim de melhorar a harmonia entre as políticas fiscal e monetária. Dessa maneira, seria possível assegurar uma redução expressiva e sustentada das taxas de juros.
Cenário Adverso para o Setor Produtivo
A CNI também ressaltou que, além dos desafios impostos pela alta taxa de juros, o setor produtivo enfrenta um quadro adverso, marcado pela perda de competitividade. Esse fenômeno é resultado do aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em relação às operações de crédito e câmbio, além do tarifário elevado que os Estados Unidos impuseram às exportações brasileiras.
O panorama apresentado pela CNI reflete preocupações significativas do setor industrial, que busca alternativas para reverter os efeitos da atual política monetária e fiscal sobre a economia brasileira.