Greve dos Comissários de Bordo da Air Canada: Novos Desdobramentos
Mais de 10 mil comissários de bordo da Air Canada mantêm greve, mesmo após ordens do governo canadense para retorno ao trabalho. Essa decisão foi confirmada neste domingo (17) pelo CUPE (Sindicato Canadense dos Funcionários Públicos), que representa os trabalhadores da empresa.
Situação Atual dos Trabalhadores
O sindicato informou, em uma atualização recente, que os grevistas não têm obrigação de manter contato com a empresa ou verificar comunicados, como e-mails corporativos. A mensagem enfatizou que durante a paralisação, os comissários não têm responsabilidades de retomar suas funções ou se reportar à companhia.
A Resposta do Governo Canadense
A decisão dos trabalhadores de continuar em greve contraria uma determinação do Ministério do Trabalho do Canadá, que havia manifestado a intenção de intervir na situação através da Seção 107 do Código Trabalhista Canadense. Esse artigo permite que o governo estabeleça um árbitro para resolver disputas trabalhistas.
No sábado (16), a Ministra do Trabalho, Patty Hajdu, solicitou ao CLRB (Conselho de Relações Trabalhistas do Canadá) que ordenasse a Air Canada e seus funcionários a retornarem às suas atividades normais. A ministra argumentou que essa ação visa garantir a paz industrial e proteger os interesses do país e de sua economia.
Intervenção da Air Canada
A Air Canada havia solicitado a intervenção governamental na terça-feira (12). O sindicato, por sua vez, divulgou uma declaração na sexta-feira (15) confirmando o pedido da companhia aérea, que visa a nomeação de um árbitro para mediar a reivindicação dos comissários.
Antes da manifestação do sindicato, a Air Canada anunciou que planejava retomar seus voos no domingo (17), destacando um esforço para minimizar os impactos da greve.
Contexto da Greve
A greve foi deflagrada após uma votação em que 99,7% dos membros da divisão da Air Canada do CUPE se posicionaram a favor da paralisação. Os comissários iniciaram a greve à 1h (horário do leste dos EUA) do sábado (16), buscando por aumentos salariais e compensação referente ao tempo de espera em solo.
Wesley Lesosky, presidente da divisão da Air Canada do CUPE, criticou o governo canadense, acusando-o de violar direitos constitucionais de ação trabalhista. Ele também afirmou que a decisão governamental favorece a empresa, que se beneficiaria com horas de trabalho não remunerado de funcionários mal pagos, enquanto lucra significativamente.
Propostas da Air Canada
A Air Canada anunciou que ofereceu um aumento total de 38% na compensação ao longo de quatro anos, além de aumentos salariais de 12% a 16% no primeiro ano. Esses números foram destacados pela direção da companhia como justos diante da situação atual.
Declaração do Governo
Patty Hajdu negou que o governo canadense tenha uma postura anti-sindical. A ministra afirmou que ficou evidenciado um impasse entre a Air Canada e os trabalhadores, sugerindo que a intervenção por um árbitro é uma solução necessária para resolver os últimos pontos de discordância.
Perspectivas Futuras
A continuidade da greve pelos comissários de bordo da Air Canada representa um momento crítico para a empresa e para a aviação no Canadá. A interação entre o governo, a empresa e os trabalhadores está em um ponto delicado, e desfechos futuros dependerão das decisões tomadas nas análises regulamentares e nas conversações entre as partes envolvidas.
A situação da greve e as implicações para os trabalhadores, bem como para o setor aéreo, permanecem um tema de grande relevância em meio a preocupações com a segurança do trabalho e os direitos dos trabalhadores.
Conclusão
O cenário atual da greve dos comissários de bordo da Air Canada destaca a complexidade das relações trabalhistas em situações de descontentamento. As decisões tomadas por cada parte, sejam empregadores, empregados ou o governo, terão repercussões significativas nos dias que virão. Com as operações aéreas enfrentando obstáculos e preocupações com a economia, a resolução deste conflito se torna uma prioridade não apenas para os stakeholders da indústria aérea, mas também para os passageiros que dependem do serviço da companhia.