Como dizer ‘não’ e fazer com que te escutem.

Dizer “não” é essencial na educação dos filhos. Contudo, estabelecer limites não deve se restringir a essa única palavra.

Como especialista certificado em vida infantil e terapeuta licenciado, entendo que o “não” é uma forma de proporcionar às crianças segurança, apoio e compreensão. Muitas vezes, ajudo as crianças a perceber: “Seus pais não estão dizendo ‘não’ para te controlar, estão dizendo ‘não’ para te apoiar.”

Limites profundos ajudam a construir confiança e cooperação ao longo do tempo. Quando dizemos “não” com calma, constância e cuidado, estamos estabelecendo limites, mas também ensinando regulação emocional, autocontrole e conexão. Essas são habilidades cruciais que nossas crianças levarão muito além da infância.

A seguir, apresentamos maneiras de dizer não que promovem conexão em vez de conflito.

Transforme o ‘não’ em um momento de aprendizado

Pense em uma criança curiosa de um ano que está colocando areia na boca, puxando o rabo do cachorro ou em pé sobre uma cadeira. Se apenas dissermos “não” ou “pare” sem explicar, poderemos deixá-los sentindo confusão, vergonha ou dúvida.

Em vez disso, é possível dizer “não na boca”, “mãos gentis” ou “sente-se”. Ainda é um limite, mas ensina e orienta a criança de uma maneira que ela pode aprender e entender.

Quando as crianças não estão respeitando os limites, podem precisar de limites mais firmes. No entanto, esses limites podem ainda ajudá-los a entender o que fazer, e não apenas o que não fazer. Por exemplo:

  • “Sem capacete, sem bicicleta.”
  • “Não é seguro andar sem capacete, então vou guardar a bicicleta por enquanto.”
  • “Assim que você colocar seu capacete, poderá andar de bicicleta.”

Explique o ‘porquê’

As crianças buscam raciocínios para entender as coisas. Os limites funcionam melhor quando as crianças compreendem o motivo deles.

Com meus dois filhos pequenos, sempre inicio com limites relacionados à segurança e à bondade. Isso me ajuda a estar atenta a quando e por que estou dizendo “não” e se certos limites são negociáveis.

Recentemente, meu filho de cinco anos pediu apoio emocional enquanto eu dirigia. Eu disse: “Não posso segurar sua mão enquanto dirijo, pois não é seguro. Mas assim que chegarmos em casa, posso te dar um abraço.” Foi um “não”, mas priorizou a conexão e a segurança.

Quando as crianças entendem o porquê, elas são mais propensas a aceitar o limite, mesmo que não gostem dele. Isso pode ensinar-lhes a ver as situações sob diferentes perspectivas. Para telas, capacetes e outros assuntos, pode significar também explicar que “cada família tem regras diferentes, e essas são as nossas.”

Ofereça controle por meio de opções

Quando as crianças ouvem a palavra “não”, elas imediatamente se sentem privadas de autonomia e controle, muitas vezes quando estão tentando explorar o mundo e construir sua identidade.

Combine limites com escolhas. Isso pode soar assim:

  • “O parque não é uma opção agora; você pode escolher brincar no quintal ou no porão.”
  • “Escolha mais uma coisa para fazer e então será hora de ir embora.”

Quando as crianças têm dificuldade em decidir, você pode sempre dizer: “Você pode escolher ou eu escolho por você.”

As crianças se sentirão empoderadas ao poder fazer uma escolha dentro dos limites que você já definiu de forma clara.

Seja consistente

As crianças pequenas testam todos os limites, todos os dias. E isso não para após a infância. É um sinal de desenvolvimento saudável, que se manifesta de maneiras diferentes em diversas idades e estágios.

É assim que as crianças aprendem o que é seguro e onde estão os limites. Quando os limites mudam facilmente, as crianças insistem mais. Quando os limites são consistentes, elas aprendem a confiar e a esperar por eles.

Nosso papel como pais é comunicar-se de forma consistente, calma e clara, mesmo quando as crianças fazem birras ou reagem de maneira contrária. Isso ensina a elas que o mundo é seguro e previsível, mesmo quando estão chateadas, e demonstra um apoio inabalável diante dos desafios.

Repare quando você reage

Às vezes, gritamos “não!” instintivamente em momentos de estresse ou medo, como quando uma criança corre em direção à rua.

Reagir dessa forma é natural, mas é essencial seguir isso com uma explicação e, talvez, até um pedido de desculpas. Quando minha filha recentemente puxou um colar que já estava quebrado duas vezes, eu acrescentei: “Estou preocupada que ele quebre. É especial para mim e custa dinheiro para consertar.” Ela respondeu: “Desculpe, mamãe. Foi um acidente. Não vou fazer isso novamente.”

Reparar e explicar após um “não” emocional pode ensinar as crianças sobre responsabilidade e empatia em um relacionamento, além de demonstrar reflexão e correção.

Mantenha-se firme à medida que envelhecem

À medida que as crianças crescem e se desenvolvem, os limites podem parecer e soar diferentes, mas a mensagem subjacente permanece a mesma.

Um “não” para ir ao parque depois da escola pode soar como: “Eu te entendo, mas isso não é uma opção hoje. Já temos planos.” De forma semelhante, quando é hora de encerrar uma atividade: “Já terminamos agora” ou “É hora de ir para casa.” Você pode até validar os sentimentos deles enquanto permanece firme: “Está tudo bem ficar chateado, mas isso não vai mudar os planos. Estou aqui com você.”

Essas conversas honestas sobre limites ensinam as crianças que limites e conexão podem coexistir — uma lição que as acompanhará em todas as fases da vida.

Kelsey Mora é uma especialista certificada em vida infantil e conselheira clínica licenciada que oferece suporte personalizado, orientação e recursos para pais, famílias e comunidades impactadas por condições médicas, trauma, luto e estresse cotidiano. Ela é proprietária de uma prática privada, mãe de dois filhos, autora e criadora dos The Method Workbooks, e a Diretora Clínica da organização sem fins lucrativos Pickles Group.

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Fonte: www.cnbc.com

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