Índice de Confiança do Consumidor em Aumento
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pelo FGV IBRE, registrou um crescimento de 1,3 ponto em setembro, alcançando 87,5 pontos. Na análise da média móvel trimestral, o indicador também apresentou melhora, subindo 0,5 ponto e atingindo 86,8 pontos.
Perspectivas para o Futuro
Após ter variado dentro de uma faixa estreita nos últimos três meses, a elevação na confiança do consumidor em setembro leva o indicador ao maior nível desde dezembro do ano anterior, sinalizando uma lenta recuperação das perdas acumuladas no final de 2024. Esta melhora na confiança foi impulsionada pelas expectativas, em particular pelo indicador que mede a situação econômica futura, que avançou para todas as faixas de renda. Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, a manutenção de um mercado de trabalho robusto e o recente alívio da inflação contribuíram para a redução do pessimismo dos consumidores em relação ao futuro. Entretanto, a elevada taxa de endividamento e a inadimplência das famílias continuam a ser fatores que limitam uma recuperação mais robusta da confiança.
Componentes do Índice
Os dados coletados em setembro mostram que a melhoria foi impulsionada principalmente pelo Índice de Expectativas (IE), que cresceu 3,7 pontos, alcançando 91,8 pontos. Em contrapartida, o Índice de Situação Atual (ISA) interrompeu sua sequência de altas, apresentando uma redução de 2,5 pontos e estabelecendo-se em 82,0 pontos.
Ao se analisar os componentes do ISA, observa-se que o indicador que mensura a situação econômica local atual caiu 0,8 ponto, para 93,2 pontos. A situação financeira atual das famílias teve uma queda mais acentuada, de 4,3 pontos, atingindo 71,1 pontos. Do lado das expectativas, os sinais foram mais otimistas: a percepção sobre a situação econômica local futura subiu 6,9 pontos, para 104,6 pontos, revertendo as perdas acumuladas nos três meses anteriores. Além disso, a situação financeira futura das famílias cresceu 4,1 pontos, chegando a 83,9 pontos. O único indicador que permaneceu inalterado foi o de compras programadas de bens duráveis, que se mantiveram estáveis em 88,2 pontos, seu nível mais elevado desde dezembro de 2024, quando atinge 91,0 pontos.
Impacto no Mercado Financeiro
No contexto do mercado financeiro, uma recuperação na confiança do consumidor é frequentemente interpretada como um sinal positivo para os setores relacionados ao consumo e ao varejo. Essa percepção pode influenciar de maneira favorável os preços das ações dessas empresas na B3, uma vez que sugere uma maior disposição das famílias para consumir nos meses seguintes. Contudo, o alerta quanto à dívida e à inadimplência continua a ser um ponto de atenção para os investidores, pois pode restringir o ritmo de recuperação do consumo.
Acompanhamento da Trajetória da Confiança
Embora a recuperação da confiança do consumidor não tenha um impacto imediato nas cotações de ações específicas, os dados ressaltam a importância de monitorar o desenrolar da confiança ao longo do tempo. Em um cenário em que o mercado de trabalho se mantém aquecido e a inflação apresenta uma tendência de queda, essa informação é crucial para consolidar expectativas positivas em relação à bolsa de valores e ao câmbio, pois sugere um aumento na atividade econômica.
Fonte: br.-.com