O Banco Central do Brasil não autorizou, na última quarta-feira (3), a aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A aprovação da autoridade monetária era a última etapa necessária para a finalização do negócio, que já havia enfrentado uma série de disputas judiciais e regulatórias antes de receber a autorização de outros órgãos competentes.
O acordo, que foi anunciado no dia 28 de março, previa o pagamento de R$ 2 bilhões pela aquisição de 58% do capital do Banco Master, incluindo 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais. O objetivo era aumentar a presença nacional do BRB.
Linha do tempo da operação
28 de março de 2025 – Aprovação inicial
O Conselho de Administração do BRB anunciou a aprovação da compra de uma participação majoritária no Banco Master, estimada em R$ 2 bilhões.
7 de maio – Primeiros obstáculos
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), junto a outras entidades, entrou com uma ação na Justiça, buscando suspender a operação. Uma decisão liminar chegou a impedir a assinatura do contrato, que só poderia ser feito após aprovações de órgãos como a Câmara Legislativa do Distrito Federal.
9 de maio – Processo liberado
A liminar que bloqueava o andamento do negócio foi derrubada, permitindo que a transação prosseguisse, embora ainda estivesse sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central.
17 de junho – Aprovação no Cade
A Superintendência-Geral do Cade deu o seu aval à aquisição, sem restrições.
19 de junho – Encontro no Banco Central
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reuniu com o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, para discutir a operação.
13 de agosto – Novos entraves
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) decidiu suspender a compra novamente, aguardando a deliberação da Câmara Legislativa do DF e da assembleia de acionistas do BRB.
19 de agosto – Aprovação legislativa
A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou, em votação de dois turnos, o projeto de lei que autorizava a operação, com resultados de 15 votos a 7 no primeiro turno e 14 a 7 no segundo.
20 de agosto – Sanção do governador
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sancionou a lei que permitiu ao BRB avançar em futuras aquisições, tanto no Brasil quanto no exterior. Com essa sanção, restava apenas a autorização do Banco Central.
3 de setembro – Banco Central veta compra
O Banco Central indeferiu a compra do Banco Master pelo BRB. Bancos informaram que considerariam alternativas cabíveis após essa decisão.
Expectativas frente ao veto
Antes da decisão do Banco Central, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, havia declarado em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC que, caso a integração com o Banco Master ocorresse, a base de clientes do conglomerado poderia aumentar de 15 milhões para 25 milhões em um período de cinco anos, sem que houvesse mudanças imediatas para os correntistas existentes.