Copom decide manter a Selic em 15% ao ano, conforme esperado.

Comitê de Política Monetária mantém taxa Selic

(05/11/2025): O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, na quarta-feira, 5 de novembro, a decisão de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Essa medida já era amplamente antecipada pelo mercado, que esperava por um prolongamento da taxa nesse nível.

A taxa básica de juros é um dos principais instrumentos utilizados pelo Banco Central para controlar a inflação. Juros elevados têm o efeito de desacelerar a atividade econômica, aumentar o custo do crédito e incrementar os gastos do governo em relação ao pagamento dos juros da dívida pública.

Calendário de reuniões do Copom para 2025

Confira as datas das reuniões do Copom programadas para o ano de 2025:

  • 28 e 29 de janeiro
  • 18 e 19 de março
  • 6 e 7 de maio
  • 17 e 18 de junho
  • 29 e 30 de julho
  • 16 e 17 de setembro
  • 4 e 5 de novembro
  • 9 e 10 de dezembro

Análise do ambiente econômico

O ambiente externo continua a apresentar incertezas, refletindo a conjuntura e a política econômica dos Estados Unidos, que impactam as condições financeiras globais. Essa situação exige um nível de cautela particular de países emergentes que operam em um ambiente marcado por tensões geopolíticas.

No que diz respeito ao cenário econômico doméstico, os indicadores seguem apresentando, conforme o previsto, uma trajetória de moderação no crescimento da atividade econômica, enquanto o mercado de trabalho mostra ainda algum dinamismo. As divulgações mais recentes indicam que tanto a inflação cheia quanto as medidas subjacentes exibiram um arrefecimento, mas mantêm-se acima da meta estabelecida para a inflação.

Expectativas de inflação

As expectativas de inflação, apuradas pela pesquisa Focus para 2025 e 2026, permanecem acima da meta, apresentando valores de 4,5% e 4,2%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2027, que é o horizonte de política monetária considerado relevante, encontra-se em 3,3% no cenário de referência.

Riscos para a inflação

Os riscos para a inflação, sejam eles de alta ou de baixa, permanecem mais elevados do que o usual. Entre os riscos de alta, destacam-se:

  • Uma desancoragem das expectativas de inflação que perdure por um período prolongado;
  • Uma maior resiliência na inflação de serviços em comparação ao que foi projetado, devido a um hiato do produto positivamente elevado;
  • Uma combinação de políticas econômicas internas e externas que resultem em impactos inflacionários superiores ao esperado, como uma taxa de câmbio que se mantenha depreciada por um longo período.

Por outro lado, os riscos de baixa incluem:

  • Uma possível desaceleração da atividade econômica nacional que seja mais acentuada do que a projetada, afetando o cenário da inflação;
  • Uma desaceleração global mais pronunciada, resultante de choques no comércio e de um cenário com maior incerteza;
  • Uma queda nos preços das commodities, que poderia ter efeitos desinflacionários.

O Comitê continua a monitorar os anúncios relacionados à imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos ao Brasil, bem como os impactos que os desenvolvimentos da política fiscal interna podem ter sobre a política monetária e os ativos financeiros. Essa vigilância reforça a necessidade de cautela em um cenário repleto de incertezas. O contexto é caracterizado por expectativas desancoradas, altas projeções de inflação, resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.

Decisão sobre a taxa de juros

O Copom decidiu, portanto, manter a taxa básica de juros em 15,00% ao ano, considerando essa decisão compatível com a estratégia de convergência da inflação em direção à meta ao longo do horizonte relevante. Além de seu objetivo primordial de garantir a estabilidade de preços, essa decisão também implica uma suavização das flutuações na atividade econômica e a promoção do pleno emprego.

O cenário atual, marcado por alta incerteza, demanda cautela na condução das políticas monetárias. O Comitê avalia que a estratégia de manter o nível atual da taxa de juros por um longo período é suficiente para garantir a convergência da inflação em direção à meta. O Comitê enfatizou que se manterá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em iniciar um novo ciclo de ajustes se julgar necessário.

Membros do Comitê Votantes

Participaram da votação que resultou nesta decisão os seguintes membros do Comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

Projeções de inflação no cenário de referência

Índice de preços 2025 2026 2º tri 2027
IPCA 4,6 3,6 3,3
IPCA livres 4,5 3,6 3,2
IPCA administrados 5,0 3,4 3,5

No cenário de referência, a trajetória da taxa de juros é extraída da pesquisa Focus e a taxa de câmbio parte de R$5,40/USD, evoluindo de acordo com a paridade do poder de compra (PPC). O preço do petróleo segue a curva futura nos próximos seis meses, aumentando 2% ao ano posteriormente. Além disso, considera-se a hipótese de bandeira tarifária “amarela” em dezembro de 2025 e 2026. O valor para o câmbio foi obtido por meio do procedimento habitual.

Fonte: br.-.com

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