Autoridades sul-coreanas desmantelam esquema de fraude cibernética
Dado do caso
- 258 dados pessoais de vítimas foram roubados de seis portais públicos e financeiros.
- O astro do BTS, Jungkook, foi alvo de uma tentativa de roubo de ações da HYBE no valor de 8,4 bilhões de won.
- 21,3 bilhões de won em ativos virtuais foram roubados, dos quais 12,8 bilhões de won foram recuperados pela polícia.
As autoridades sul-coreanas descobriram um dos maiores casos de fraude cibernética do país, desmantelando uma quadrilha internacional que roubou quase 39 bilhões de won de vítimas de alto perfil.
A Polícia Metropolitana de Seul confirmou que o grupo explorou a segurança fraca em plataformas governamentais, de TI e financeiras para roubar dados de 258 pessoas, que foram utilizados posteriormente para fraudes em larga escala relacionadas a troca de SIM.
Vítimas e extensão da operação
Os suspeitos visaram líderes empresariais ricos, advogados, atletas, investidores de criptomoedas e celebridades, incluindo o membro do BTS, Jungkook, que quase perdeu 8,4 bilhões de won em ações da HYBE.
Investigações revelaram a escala transnacional da operação, que se estendeu de Seul a Banguecoque.
Hackers exploraram dados de 258 vítimas
Entre julho de 2023 e abril de 2024, a quadrilha infiltrou seis portais públicos e financeiros com proteções fracas. As invasões expuseram detalhes pessoais, como números de registro de residentes e dados de verificação financeira.
A polícia afirmou que 258 vítimas foram afetadas, incluindo 75 executivos de negócios, 11 advogados e oficiais, 12 celebridades, seis atletas e 28 investidores em ativos virtuais.
Coletivamente, o grupo acessou contas com holdings combinadas estimadas em 55,22 trilhões de won, com algumas contas individuais excedendo 12 trilhões de won. Para executar a fraude, os hackers criaram 118 contas móveis em nome de 89 vítimas, que foram utilizadas para contornar verificações de segurança e desviar dinheiro diretamente de contas bancárias e carteiras de criptomoedas.
No total, 16 vítimas perderam 39 bilhões de won, enquanto instituições financeiras conseguiram bloquear mais 25 bilhões de won em tentativas de roubo. A maior perda confirmada envolveu 21,3 bilhões de won em ativos virtuais.
Jungkook alvo de tentativa de roubo de 8,4 bilhões de won
O esquema ganhou ampla atenção após a confirmação policial de que o membro do BTS, Jungkook, era uma das vítimas-alvo.
Os hackers tentaram transferir 8,4 bilhões de won em ações da HYBE em seu nome, mas a transação suspeita foi bloqueada antes que os fundos saíssem da conta.
Oficiais creditaram bancos e agências por sinalizar atividades anormais, evitando perdas potenciais para Jungkook. No total, a polícia conseguiu recuperar 12,8 bilhões de won através de intervenções rápidas, incluindo o congelamento de contas e a interrupção de retiradas.
No entanto, investigadores ressaltaram que o caso expôs uma fraqueza crítica nos sistemas de autenticação sem contato da Coreia do Sul, que o grupo manipulou para realizar suas operações.
Prisões em toda a Coreia do Sul, China e Tailândia
A investigação começou em setembro de 2023, quando ativações não autorizadas de telefones móveis foram primeiramente relatadas à Estação de Polícia de Namdaemun. Nos meses seguintes, 16 suspeitos foram identificados e detidos.
Os líderes da quadrilha, identificados apenas como Sr. A (35) e Sr. B (40), transitavam frequentemente entre China e Tailândia. Ambos foram eventualmente presos em Banguecoque em maio, após a colaboração da polícia de Seul com autoridades tailandesas e a Interpol.
O Sr. A foi extraditado para a Coreia do Sul em 22 de agosto e enfrenta 11 acusações, incluindo fraude em grande escala e hacking, enquanto o Sr. B permanece detido na Tailândia à espera de extradição.
Três suspeitos ainda estão detidos na Coreia do Sul, enquanto os demais enfrentam processo por fraude, hacking e violação da Lei de Redes de Informação e Comunicações. A polícia observou que o resultado poderia ter sido muito pior se o grupo tivesse continuado suas operações.
Crescimento de fraudes relacionadas a criptomoedas na Coreia do Sul
O caso se junta a uma crescente onda de crimes cibernéticos ligados a criptomoedas na Coreia do Sul. Em 15 de maio, a polícia de Jeju prendeu 25 suspeitos por organizarem esquemas de investimento falsos que fraudaram 48 pessoas em 734 milhões de won.
Em um incidente separado, um policial em Incheon foi acusado de desviar 700 milhões de won de investidores em um projeto de criptomoeda fraudulento.
Além disso, Park “Jonbur Kim”, conhecido como o “Rei do Coin”, está em julgamento por manipular a moeda Artube, que resultou em perdas para investidores de 68 bilhões de won.
As autoridades também estão investigando a lavagem de dinheiro em larga escala. Promotores afirmam que corretores não licenciados canalizaram 943,4 bilhões de won por meio do Neteller Pay entre 2019 e 2024, ganhando 26 bilhões de won em comissões.
Ativos no valor de 4,4 bilhões de won em Ethereum foram apreendidos de carteiras ocultas.
Os casos se estendem até fraudes românticas, com um homem na casa dos 50 anos que perdeu 100 milhões de won em julho, e fraudes ligadas a celebridades, com a atriz Hwang Jung-eum enfrentando julgamento por desvio de 4,3 bilhões de won de sua agência para compras de criptomoedas.
Apesar desses riscos, a Coreia do Sul continua sendo um dos mercados de criptomoedas mais ativos do mundo. Dados da Chainalysis mostram entradas de 130 bilhões de dólares em 2024, com mais de 10,8 milhões de sul-coreanos negociando ativos digitais.
Mais de 10.000 investidores possuem saldos acima de 1 bilhão de won, especialmente entre negociantes na faixa dos 20 anos. Reguladores estão agora se preparando para aprovar o primeiro ETF de criptomoedas à vista do país e um stablecoin atrelado ao won, enquanto grandes bolsas de valores expandem serviços de custódia para instituições.