Produção Industrial e Vendas no Varejo da China
Crescimento Abaixo do Esperado
A produção industrial e as vendas no varejo da China registraram em agosto o crescimento mais fraco desde o ano passado. Essa situação mantém a pressão sobre o governo de Pequim para implementar novos estímulos com o intuito de evitar uma desaceleração significativa na segunda maior economia do mundo. Os dados que surpreenderam, por sua negatividade, dividiram as opiniões dos economistas quanto à necessidade de apoio fiscal adicional no curto prazo. Essa ajuda seria fundamental para que o país conseguisse atingir sua meta de crescimento anual, que se aproxima de "cerca de 5%".
A indústria também espera mais clareza sobre um possível acordo comercial com os Estados Unidos. Além disso, a demanda interna demonstra um comportamento contido em função de um mercado de trabalho instável e de uma crise no setor imobiliário.
Dados da Produção Industrial
Segundo informações do Escritório Nacional de Estatísticas, a produção industrial cresceu 5,2% em agosto em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Essa taxa representa a menor variação desde agosto de 2022, sendo inferior ao aumento de 5,7% verificado em julho. O número também ficou abaixo da previsão de 5,7% que economistas indicavam em uma pesquisa conduzida pela Reuters.
Indicadores de Vendas no Varejo
As vendas no varejo, que são um importante indicador do consumo interno, aumentaram apenas 3,4% em agosto, apresentando o desempenho mais fraco desde novembro de 2022. Esse crescimento é inferior ao aumento de 3,7% registrado no mês anterior e não alcançou a expectativa de aumento de 3,9% considerada por analistas.
Análise Sobre o Crescimento
Lynn Song, economista chefe da Grande China no ING, comentou sobre os dados, afirmando que, embora o início do ano tenha sido forte, as metas de crescimento para o restante do ano ainda estão possíveis de serem atingidas. Contudo, ela destacou que, tal como na situação do ano passado, pode ser necessário um estímulo adicional para garantir um fechamento robusto do ano.
Adicionalmente, Lynn enfatizou que, embora seja cedo para avaliar o impacto de subsídios para empréstimos ao consumidor que entrarão em vigor em setembro, a necessidade de apoio político adicional é evidente, considerando a desaceleração generalizada em vários setores. Ela observou que há uma grande possibilidade de um corte de 10 pontos-base na taxa de juros e de 50 pontos-base na reserva obrigatória nas próximas semanas.
Investimentos em Ativos Fixos
O investimento em ativos fixos também cresceu em um ritmo abaixo do esperado, apresentando apenas 0,5% nos primeiros oito meses em comparação ao ano anterior. Esse desempenho é inferior ao índice de 1,6% de janeiro a julho, marcando o pior resultado fora do período da pandemia.
Reações das Autoridades
As autoridades do país estão recorrendo ao setor industrial para explorar novos mercados. Isso é visto como uma estratégia para compensar a imprevisibilidade da política comercial sob a liderança do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o baixo nível de gastos dos consumidores.
Desvios de Remessas
Dados divulgados nesta mês indicaram que os proprietários de fábricas na China conseguiram redirecionar部分 remessas destinadas ao mercado dos Estados Unidos para regiões como Sudeste Asiático, África e América Latina. No entanto, o impacto negativo da crise no setor imobiliário continua a desfavorecer os esforços para estabilizar a economia.
Expectativas Futuras
Zhaopeng Xing, estrategista sênior da China no ANZ, analisou a situação destacando que, apesar dos dados apontarem para um enfraquecimento do ímpeto econômico, ainda não é considerada uma situação crítica o suficiente para justificar uma nova rodada de estímulos. Ele acrescentou que as políticas e as ações que visam apoiar o consumo de serviços podem ajudar a mitigar o impacto da demanda agregada neste mês.
Zhaopeng também mencionou que a repressão oficial contra empresas que reduzem seus preços de forma agressiva fez com que a demanda doméstica parecesse inferior à realidade.