Dólar Fecha em Alta
O dólar à vista encerrou a segunda-feira em alta em relação ao real, refletindo a valorização da moeda americana frente a outros pares no exterior. O movimento foi influenciado pela cautela dos investidores, que acompanharam as conversas entre o ex-presidente Donald Trump, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e líderes da Europa, em busca de avanços para um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
Expectativas no Mercado
O mercado manteve uma postura de espera, aguardando o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que ocorrerá no final da semana em Jackson Hole.
No fechamento, o dólar à vista subiu 0,67%, cotado a R$ 5,4344, após oscilar entre R$ 5,4045 e R$ 5,4406 durante o dia. No mercado futuro, o contrato de setembro avançava 0,73%, a R$ 5,4530, às 17h07.
Desempenho Internacional
No cenário externo, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, registrava alta de 0,27%, a 98,120 pontos. O euro recuava 0,33%, a US$ 1,1667, enquanto a libra caía 0,34%, cotada a US$ 1,3506.
Movimentações do Real
O real apresentou volatilidade nesta segunda-feira, em um contexto de busca por ativos considerados mais seguros, após a cúpula ocorrida na sexta-feira entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O encontro, que buscava avançar na resolução do conflito na Ucrânia, terminou sem acordo e sem a definição de um cessar-fogo, o que deixou os mercados mais cautelosos.
Embora ambos os lados relatassem algum progresso, falta de entendimentos concretos gerou pessimismo entre os investidores sobre uma possível solução imediata para a guerra.
Durante o dia, o mercado acompanhou um encontro entre Trump e Zelensky, onde o presidente norte-americano afirmou que os Estados Unidos poderiam apoiar a Europa na segurança da Ucrânia como parte de um eventual acordo e manifestou esperança em uma reunião trilateral com Putin e Zelensky.
Análise do Mercado
“Desde cedo, o dólar abriu com viés de alta e consolidou o movimento de valorização à medida que a agenda geopolítica avançava”, explicou Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. Segundo ele, no pregão anterior, a moeda americana havia recuado devido ao otimismo com a cúpula Trump-Putin. “Como terminou sem acordo, o mercado devolve hoje parte do ajuste, corrigindo as expectativas criadas anteriormente”, acrescentou.
O índice DXY subiu 0,29%, para 98,116 pontos. A moeda norte-americana atingiu uma máxima de R$ 5,4403 (+0,76%) às 14h05 e uma mínima de R$ 5,4013 (+0,03%) logo após a abertura.
Fatores Internos e Intervenção do Banco Central
Além das tensões geopolíticas, investidores mantêm atenção à política monetária do Federal Reserve, especialmente em relação ao discurso de Jerome Powell programado para sexta-feira durante o simpósio de Jackson Hole. Nas últimas semanas, expectativas de cortes na taxa de juros em setembro pressionaram o dólar globalmente, mas uma postura mais firme de Powell contra a inflação pode reverter essa tendência.
No âmbito doméstico, o mercado acompanha as negociações do governo brasileiro com os Estados Unidos sobre a tarifa de 50% aplicada a produtos nacionais. Na manhã de ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o impasse persiste porque a solução proposta pelos norte-americanos seria "constitucionalmente impossível" para o Brasil.
O Banco Central atuou no mercado, vendendo 35.000 contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025, com o objetivo de reforçar a liquidez e a estabilidade cambial.
Cotação de Câmbio
- US$ 1 = R$ 5,43
- US$ 1 = €$ 0,85
- US$ 1 = £$ 0,74