Desempenho do Dólar e Expectativas do Mercado
Na quinta-feira, dia 11 de outubro, o dólar apresentou uma queda, seguindo uma tendência observada no mercado internacional. Esse movimento ocorreu em um cenário em que os investidores estavam atentos aos dados de inflação nos Estados Unidos e esperando o início do ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
A moeda norte-americana, em relação ao real, encerrou o dia com uma redução de 0,27%, cotada a R$ 5,3922. Durante o mesmo período, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em comparação a uma cesta de outras moedas, também registrou um recuo de 0,34% por volta das 17h.
Dados da Inflação nos EUA
Nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) apresentou uma alta de 0,4% em agosto, após um aumento de 0,2% em julho. Economistas consultados pela Reuters tinham previsto um incremento de 0,3%. No acumulado de 12 meses, a inflação alcançou a taxa de 2,9%, que encontra-se dentro das expectativas do mercado.
Analistas do Bradesco, em relatório enviado a clientes, comentaram que, apesar do dado acima do esperado, não observaram um impacto significativo das tarifas sobre a inflação. Eles também forneceram uma estimativa para a inflação do núcleo do PCE, que é a medida preferida de inflação pelo banco central dos EUA, prevendo uma alta de 0,22% para agosto, o que deve ser considerado um resultado positivo para o Fed.
Pedidos de Auxílio-Desemprego
Em um contexto paralelo, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA subiram em 27.000, somando 263.000, com os dados ajustados sazonalmente, na semana que se findou no dia 6 de setembro. Economistas haviam previsto que o número chegaria a 235.000 para o mesmo período. Este aumento nos pedidos pode sinalizar uma fragilidade no mercado de trabalho, o que poderá influenciar futuras decisões sobre a política de juros nos Estados Unidos.
A próxima semana terá um evento importante, conhecido como Super Quarta, quando os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil anunciarão decisões referentes à taxa de juros em seus respectivos países.
Julgamento de Jair Bolsonaro
Pela tarde, o dólar conseguiu recuperar parte de suas perdas, tanto no Brasil como no exterior, mas ainda assim manteve-se em um território negativo. A atenção dos investidores estava voltada para a continuidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
O voto da ministra Cármen Lúcia resultou em uma maioria para a condenação de Bolsonaro por cinco crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. O ministro Cristiano Zanin, que apresentou suas considerações no final da tarde, também votou pela condenação, alterando o placar para 4 a 1 contra o ex-presidente.
Expectativas Futuras do Mercado
A condenação de Bolsonaro era amplamente antecipada pelo mercado, que agora continua acompanhando possíveis novas retaliações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Tal situação é considerada crucial, tendo em vista o impacto potencial que poderia ter sobre os ativos financeiros.
Em julho, Trump impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, citando como um dos motivos o julgamento de Bolsonaro, seu aliad. O desenrolar desse caso e suas repercussões poderão influenciar a percepção de risco e confiança dos investidores em relação ao Brasil.
*Com informações da Reuters