Dólar recua para R$ 5,44 com expectativa de redução nas taxas de juros nos EUA.

Desempenho do Dólar em Relacionamento ao Mercado Internacional

Apesar do aumento da aversão a risco em Wall Street, o dólar apresentou mais uma sessão de perdas quando comparado a outras moedas fortes e emergentes, com as crescentes apostas em um possível corte de juros nos Estados Unidos ao final de outubro.

No dia 16 de setembro, o dólar à vista (USDBRL) encerrou suas operações cotado a R$ 5,4431, apresentando uma queda de 0,35%.

Esse movimento teve correlação com a tendência do cenário internacional. Por volta das 17h (horário de Brasília), o indice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas globais, como o euro e a libra, operava em baixa de 0,45%, marcando 98,339 pontos.

Fatores que Impactaram o Dólar na Sessão

A movimentação no mercado de câmbio nesta quinta-feira (16) foi influenciada por reações dos investidores ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br).

Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o índice registrou um avanço de 0,4% em agosto em relação ao mês anterior, de acordo com dados dessazonalizados do Banco Central (BC). No entanto, o resultado ficou aquém das expectativas, que apontavam uma alta de 0,6%, após uma queda de 0,52% em julho (dado revisado).

Ao comparar com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br mostrou uma alta de 0,1%, e no acumulado nos últimos 12 meses, registrou um aumento de 3,2%, conforme dados não dessazonalizados.

Na análise do economista Leonardo Costa, do ASA, “a leve alta no mês confirma que a atividade segue positiva, mas com ritmo moderado e heterogêneo entre setores, compatível com um cenário de desaceleração gradual”.

Para Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, “o dado de agosto reforçou a interpretação de que a economia brasileira não corre risco de uma desaceleração mais brusca, mas vive um período de crescimento mais contido.” Ela acrescentou que “a trajetória do segundo semestre será influenciada pela política monetária, a confiança dos agentes e a dinâmica do mercado de trabalho, em um contexto fiscal e externo desafiador”.

Adicionalmente, o mercado aguardava um encontro entre o secretário dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Este encontro assinala o início das tratativas comerciais após a imposição de uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros no início do segundo semestre. O evento ocorreu na tarde de quinta-feira (16) e, segundo informações do Itamaraty, Vieira deve conceder uma coletiva de imprensa ainda hoje, às 18h (horário de Brasília).

Ainda estiveram em pauta as expectativas relacionadas ao anúncio de medidas de compensação depois que a Câmara dos Deputados reprovou a Medida Provisória (MP) 1.303, que abordava a taxação de aplicações financeiras e de empresas de apostas esportivas como alternativa às alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Tensão Geopolítica e Expectativas sobre os Juros nos EUA

A tensão conturbada entre Estados Unidos e China continuou a influenciar o câmbio de moedas fortes. Contudo, o ponto alto da jornada foi a conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, discutindo o encerramento da guerra na Ucrânia. Ambos os líderes concordaram em se reunir em Budapeste, na Hungria, embora não haja uma data definida para o encontro.

Apesar dos riscos geopolíticos existentes, o dólar perdeu força devido à consolidação das previsões de um possível corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

No transcurso da sessão, o diretor do Fed, Christopher Waller, expressou que está a favor de um novo corte na taxa de juros durante a reunião de política monetária programada para este mês, em virtude das leituras variadas sobre o estado do mercado de trabalho.

“Baseando-me em todos os dados disponíveis sobre o mercado de trabalho, acredito que (o comitê de política monetária do Fed) deva reduzir a taxa de juros em mais 25 pontos base durante a reunião que se conclui em 29 de outubro”, afirmou Waller, em um texto que seria apresentado em um evento do Conselho de Relações Exteriores em Nova York.

A posteriori da referida reunião, o que ocorrerá dependente dos dados futuros. Waller destacou: “Ao avaliar a necessidade de mais cortes nos juros, irei considerar como os dados robustos do PIB se compatibilizam com a desaceleração do mercado de trabalho”.

Por outro lado, Stephen Miran, também diretor do Fed, declarou que não está preocupado com o potencial de que a flexibilização da política monetária venha a inflacionar ainda mais os preços de ativos, que já estão, em sua maioria, em níveis historicamente altos, com alguns alcançando recordes.

Perto do fechamento do mercado, os operadores observaram uma probabilidade de 96,8% de que o Fed irá reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, levando as taxas para a faixa de 3,75% a 4,00% na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) marcada para 29 de outubro. Na véspera, essa probabilidade era de 97,3%, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group. Quanto à possibilidade de um corte de 0,50 ponto percentual, essa chance também aumentou de zero (ontem) para 3,2% hoje.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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