Venda da Eletronuclear
A Eletrobras anunciou, nesta quarta-feira (15), que vendeu a totalidade da sua participação na Eletronuclear para a Âmbar Energia, que é uma unidade de negócios do grupo J&F, pelo valor de R$ 535 milhões.
O acordo estabelece que a holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista assumirá as garantias de empréstimos que foram prestadas pela Eletrobras, além da responsabilidade de integralização das debêntures que são devidas à Eletronuclear, conforme estipulado no contrato firmado entre a empresa e a União, num total de R$ 2,4 bilhões.
Um documento divulgado pela Eletrobras na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indica que essas condições permitirão a liberação total das responsabilidades remanescentes, o que contribuirá para melhorar o perfil de risco da companhia e possibilitará a liberação de capital a ser alocado pela empresa.
As negociações que resultaram no acordo tiveram início em 2023. Considerando o investimento registrado na Eletronuclear, que foi de R$ 7,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, a Eletrobras informou que o processo de venda gerou uma provisão aproximada de R$ 7 bilhões, que será contabilizada no terceiro trimestre deste ano.
A J&F comemorou a transação como um marco para a entrada da Âmbar no setor de geração de energia nuclear, visando fortalecer sua posição no sistema elétrico brasileiro.
“A energia nuclear combina estabilidade, previsibilidade e baixas emissões, características que são fundamentais em um momento de descarbonização e de crescente demanda por eletricidade impulsionada pela inteligência artificial e pela digitalização da economia”, comentou Marcelo Zanatta, presidente da Âmbar Energia.
Diversificação da Âmbar Energia
A Âmbar Energia atualmente opera com 50 unidades em diversas etapas de desenvolvimento, englobando negócios em áreas como energia solar, hidrelétricas, biodiesel, biomassa, biogás e gás natural, entre outras.
Sobre a Eletronuclear
A Eletronuclear é a companhia responsável pelo Complexo Nuclear de Angra dos Reis, localizado no estado do Rio de Janeiro. Ela administra as usinas Angra 1, com capacidade instalada de 640 megawatts (MW), e Angra 2, com 1.350 MW, além do projeto em desenvolvimento de Angra 3, que terá uma produção de 1.405 MW. No total, as três unidades são capazes de gerar até 3.400 MW, quantidade suficiente para atender mais de 10 milhões de pessoas.
As duas usinas que estão em operação atualmente possuem contratos de longo prazo. Angra 1 está contratada até o ano de 2044, enquanto Angra 2 possui contrato até 2040. Em 2024, a Eletronuclear registrou uma receita líquida de R$ 4,7 bilhões e um lucro líquido de R$ 545 milhões.
“A participação na Eletronuclear nos assegura um fluxo estável de receitas, com energia gerada próxima aos principais centros de consumo do país”, afirmou o presidente da Âmbar.
De acordo com o contrato, a Âmbar será responsável por 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear, que antes estavam nas mãos da Eletrobras. A União, que não está envolvida nesta transação, continuará a controlar a Eletronuclear por meio da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), que possui 64,7% do capital votante e aproximadamente 32% do capital total.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br