Déficit Primário das Empresas Estatais
As empresas estatais do Brasil apresentaram um déficit primário de R$ 8,3 bilhões entre os meses de janeiro e agosto do ano de 2025. Esse valor é notoriamente superior ao prejuízo registrado em qualquer outros anos da série histórica divulgada pelo Banco Central (BC).
Os déficits recorrentes dos Correios, junto ao seu plano de reestruturação e equilíbrio orçamentário, que foi apresentado no dia 15 de agosto, reacendem discussões sobre a gestão das estatais sob o atual governo. Durante o primeiro semestre do ano corrente, somente a empresa postal acumulou um déficit de R$ 4,3 bilhões.
Contexto Financeiro das Estatais
O cenário financeiro das empresas públicas vem se deteriorando progressivamente. No ano de 2022, essas estatais registraram um superávit de R$ 6,1 bilhões. Entretanto, em 2023, esse resultado se transformou em um déficit de R$ 2,2 bilhões, e o problema se agravou em 2024, com um prejuízo que alcançou R$ 8 bilhões.
Em 2022, os Correios foram acompanhados em suas dificuldades financeiras por grandes estatais que também impactaram negativamente as contas públicas. Entre essas, destacam-se a Emgepron, que atua em projetos navais, a Infraero, responsável por obras e pela gestão de aeroportos, o Serpro, que lida com o processamento de dados, além da DataPrev, que oferece informações e tecnologia para previdência, entre outras.
Perspectivas Futuras
As projeções para o restante do ano indicam que o prejuízo poderá aumentar ou ser parcialmente revertido. Especialistas que foram consultados pela CNN sugerem que a tendência é que o déficit se mantenha, especialmente em um ano marcado pela proximidade das eleições.
Série Histórica de Resultados
A seguir, uma série histórica dos resultados financeiros das estatais brasileiras:
- 2001: superávit de R$ 9,4 bilhões;
- 2002: superávit de R$ 4,97 bilhões;
- 2003: superávit de R$ 3,02 bilhões;
- 2004: superávit de R$ 2,3 bilhões;
- 2005: superávit de R$ 4,2 bilhões;
- 2006: superávit de R$ 4,8 bilhões;
- 2007: déficit de R$ 1,3 bilhão;
- 2008: superávit de R$ 1,7 bilhão;
- 2009: superávit de R$ 1,3 bilhão;
- 2010: superávit de R$ 2,3 bilhões;
- 2011: superávit de R$ 2,7 bilhões;
- 2012: déficit de R$ 2,6 bilhões;
- 2013: déficit de R$ 321,5 milhões;
- 2014: déficit de R$ 4,2 bilhões;
- 2015: déficit de R$ 4,3 bilhões;
- 2016: déficit de R$ 982,8 milhões;
- 2017: superávit de R$ 362 milhões;
- 2018: superávit de R$ 4,4 bilhões;
- 2019: superávit de R$ 11,8 bilhões;
- 2020: superávit de R$ 3,6 bilhões;
- 2021: superávit de R$ 2,9 bilhões;
- 2022: superávit de R$ 6,1 bilhões;
- 2023: déficit de R$ 2,2 bilhões;
- 2024: déficit de R$ 8,07 bilhões;
- 2025 (até agosto): déficit de R$ 8,3 bilhões.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br