Elon Musk chama seguidores para cancelar assinaturas da Netflix
Contexto da declaração
Na última semana, Elon Musk fez um apelo aos seus seguidores para que cancelassem suas assinaturas da Netflix, motivado por uma controvérsia relacionada a um show animado e seu criador. Musk utilizou a plataforma X, onde publicou a frase: "Cancele a Netflix pela saúde de seus filhos." Essa postagem foi uma resposta a uma imagem que alegava que a Netflix estaria promovendo uma "agenda woke transgênero."
Controvérsia em destaque
A polêmica parece ter surgido em função de uma reação negativa de grupos conservadores em relação ao programa animado da Netflix intitulado "Dead End: Paranormal Park", que inclui um personagem transgênero. O show foi cancelado em 2023, após duas temporadas de exibição.
Além das postagens repetidas contra temas relacionados à identidade de gênero, Musk também se manifestou em relação a um post que criticava declarações atribuídas ao criador do programa, Hamish Steele. Um proeminente perfil conservador na plataforma X afirmou que Steele "zombava" do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.
Resposta do criador do programa
Hamish Steele respondeu ao chamado de Musk em outra plataforma de mídia social, conhecida como Bluesky, dizendo que "provavelmente será um dia muito estranho." Steele também compartilhou uma publicação do roteirista Jack Bernhardt, que descreveu "Dead End" como um "show brilhante sobre personagens bondosos e maravilhosos."
Reação da Netflix
Ainda não houve uma resposta oficial da Netflix ao pedido de comentários feito pela CNBC.
Análise dos analistas de mercado
Perspectivas sobre o impacto da controvérsia
Analistas do mercado financeiro afirmam que a reação negativa provinda da postagem de Musk pode não representar uma ameaça significativa para a Netflix, da forma que ele pode estar imaginando. Segundo a empresa, a Netflix registrou 301,63 milhões de assinantes no último trimestre de 2024, sendo essa a última vez em que a companhia divulgou esse dado antes de mudar seu foco de crescimento de usuários para a geração de receita. A companhia possui uma capitalização de mercado de aproximadamente 490 bilhões de dólares, e suas ações apresentaram uma alta superior a 60% nos últimos doze meses.
Recentemente, as ações da Netflix apresentaram uma queda de 4% ao longo da semana atual.
Comentários de especialistas
"Isso realmente vai fazer diferença? … Você vai ver pessoas se inscrevendo em resposta a isso, para contrabalançar," declarou Guy Adami, colaborador da CNBC, durante o programa "Fast Money." Ele acrescentou que "não acredita que isso seja um motivo para vender a ação."
Tim Seymour, da Seymour Asset Management, afirmou que, embora um dia repleto de manchetes possa afetar temporariamente as ações, elas são, em última análise, muito valiosas para serem influenciadas de maneira significativa por reações na internet. "Já vivenciamos momentos em que, seja por uma campanha publicitária que deu errado ou por alguma impressão de que uma empresa estava alinhada a um viés político específico… não creio que isso seja o motivo para vender a Netflix neste momento," disse Seymour em declaração na quarta-feira.
Comparação com boicote a outras marcas
Os chamados para o boicote à Netflix são semelhantes aos que ocorreram contra a Anheuser-Busch InBev em 2023, quando a empresa lançou uma campanha publicitária com a influenciadora transgênero Dylan Mulvaney. Entretanto, segundo a colaboradora da CNBC, Karen Finerman, o boicote ao Bud Light resultou em uma "destruição muito maior" em comparação a outros exemplos recentes. "Acredito que isso será algo muito passageiro," finalizou Finerman.
Fonte: www.cnbc.com