Em trajetória de saída da B3, ações apresentam alta de quase 10% — mas há questões a serem observadas.

Reorganização das Ações da Gol

As ações da Gol (GOLL54) podem deixar de ser negociadas na B3 caso a proposta de reorganização societária apresentada pela companhia aérea seja aprovada. A proposta foi divulgada na noite de segunda-feira, dia 13. Durante o pregão desta terça-feira, dia 14, as ações apresentaram uma notável oscilação, chegando a subir quase 10% em seus pontos máximos do dia.

Justificativa da Reorganização

A Gol justifica a proposta mencionando a necessidade de simplificar sua estrutura, buscar sinergias e reduzir custos. De acordo com o plano, a Gol e sua subsidiária, Gol Investment Brasil (GIB), seriam incorporadas pela Gol Linhas Aéreas (GLA), a qual também é uma subsidiária integral da Gol, e é de capital fechado. Como resultado, a Gol e a GIB deixariam de existir, e a GLA assumiria todos os direitos e obrigações, o que culminaria na saída da Gol da Bolsa de Valores.

Performance das Ações

Por volta das 16h15, no horário de Brasília, as ações GOLL54 aumentavam 3,74%, sendo negociadas a R$ 5,27. No entanto, na máxima do dia, os papéis chegaram a ter uma alta de 9,84%, chegando a R$ 5,58, enquanto na mínima ocorreram desvalorizações, recuando 4,13%, com preço de R$ 4,87.

É importante observar que o código GOLL54 refere-se a um lote de 1.000 ações, o que significa que na tela o preço parece estar na faixa de R$ 5, mas, na prática, cada ação individualmente vale menos de um centavo. O valor por ação pode ser determinado ao se dividir o preço apresentado por 1.000.

Assembleia para Votação da OPA

A Gol convocou uma assembleia de acionistas para o dia 4 de novembro, onde será votada a reorganização proposta. A Gol Investment Brasil deverá lançar uma oferta pública de ações (OPA). O preço por ação a ser proposto na operação será determinado após a elaboração de um laudo de avaliação. A controladora já adiantou que não pretende pagar mais que R$ 47,25 milhões pelos papéis dos acionistas minoritários.

É relevante destacar que o free-float da Gol caiu para apenas 0,78% devido ao aumento de capital de R$ 12 bilhões realizado pela empresa neste ano. Após essa operação, a Gol Investment Brasil passou a deter cerca de 99,97% das ações ordinárias da companhia, além de 99,22% dos papéis preferenciais. A B3 havia dado um prazo para que a empresa se adequasse ao capital em circulação de pelo menos 25% até janeiro de 2027. No entanto, a empresa decidiu lançar a OPA para retirar seus papéis da bolsa.

Mercados e Valores

Considerando o preço de fechamento anterior, dividido por mil, que é de R$ 0,00508 por ação, o valor de mercado do free float da Gol se aproxima de R$ 38,17 milhões. Se considerado o teto previamente estabelecido, a oferta poderia incluir um prêmio de até 23,78% em relação às cotações de mercado.

Riscos do Investimento

Investir nas ações neste momento, seguindo a expectativa de um eventual prêmio, pode ser arriscado, visto que o preço final dependerá do laudo de avaliação, que pode sugerir um valor por ação inferior ao esperado, ou até mesmo mais elevado que o limite estipulado pela empresa para a realização da OPA.

Caso a incorporação seja efetivada, a GLA (Gol Linhas Aéreas, a entidade remanescente) integrará todo o acervo patrimonial da Gol e da Gol Investment Brasil (GIB). Em contrapartida, os acionistas da Gol e da GIB receberão ações ordinárias da GLA, de acordo com as seguintes proporções:

  • Cada acionista da Gol receberá uma ação ordinária da GLA para cada ação ordinária da Gol.
  • Para cada ação preferencial da Gol, o acionista receberá 35 ações ordinárias da GLA.
  • O único acionista da GIB, considerando que seu principal ativo são as ações da Gol e não contabilizou passivos materiais, receberá a totalidade das ações ordinárias da GLA que estavam originalmente destinadas à GIB.

Contexto do Mercado Aéreo

Antes de sua possível saída da bolsa, a Gol já havia se destacado nos noticiários do mercado ao longo de 2025 por três razões principais: uma fusão em potencial com a Azul, a saída do Chapter 11 — que corresponde ao processo de recuperação judicial nos Estados Unidos — e a capitalização da empresa.

Fusão com a Azul

A condução das negociações relacionadas à possível fusão entre as duas companhias aéreas foi realizada pelo Abra Group, controlador da Gol. Em um fato relevante, a aérea divulgou ao mercado que enviou uma carta à Azul. Nela, a Abra afirmou que, desde o momento da assinatura do Memorando de Entendimentos, se colocou à disposição para avançar nas conversações sobre uma combinação de negócios. Além disso, indicou que as discussões poderiam prosseguir em paralelo ao caso do Chapter 11 da Azul.

No entanto, conforme declarado, as partes não chegaram a realizar discussões significativas ou a progredir para uma possível operação de combinação de negócios nos últimos meses, uma vez que a Azul se concentrou em seu processo de Chapter 11.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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