Mercado aguarda decisões de juros na Super Quarta
No próximo dia 17 de setembro, o calendário econômico brasileiro e norte-americano se destaca com a chamada “Super Quarta”. Nesta data, o Banco Central do Brasil e o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) divulgarão suas respectivas decisões sobre a taxa de juros.
As expectativas para cada país apresentam diferenças significativas: enquanto se projeta que a taxa Selic se mantenha em 15% ao ano no Brasil, no EUA, boa parte do mercado antecipa o primeiro corte de juros desde dezembro de 2024, sugerindo uma alteração na política monetária vigente.
As decisões dos bancos centrais têm grande impacto e são cruciais para a economia global. Os comunicados do Copom (Comitê de Política Monetária) do Bacen são considerados indicadores da saúde econômica nacional. Em contrapartida, as deliberações do Fed reverberam mundialmente, uma vez que este é o controlador do dólar e da maior economia do mundo. Esse contexto se reflete diretamente no comportamento dos investidores, especialmente aqueles que aplicam em renda fixa, visto que os títulos dessa classe utilizam as taxas de juros como referência primária.
O que esperar para o investidor a partir da próxima Super Quarta? Principalmente, quais são as melhores oportunidades em renda fixa que se apresentam nas atuais circunstâncias – no Brasil ou nos EUA?
Renda fixa no Brasil e nos EUA: o que esperar nos próximos meses?
A comparação entre os mercados brasileiro e norte-americano é fundamental para compreender não apenas os rendimentos nominais, mas também os riscos e vantagens que cada um oferece. Se as previsões do mercado se confirmarem, temos que considerar o seguinte panorama:
Brasil
Uma parte significativa do mercado está atenta a dois sinais importantes nas próximas reuniões do Copom:
- Manutenção da taxa Selic em 15% ao ano na reunião de 17 de setembro;
- Possibilidade de início de ciclo de corte de juros a partir de 2026.
Esse cenário sugere que os ganhos proporcionados pela renda fixa nos próximos meses podem ser menores. Contudo, mesmo com cortes potenciais nos juros, projeções de mercado indicam que a Selic poderá se manter em dois dígitos pelos próximos três anos, no mínimo.
Portanto, com juros ainda elevados em um horizonte de médio prazo, a renda fixa brasileira pode continuar a oferecer retornos atrativos. Este contexto pode ser favorável para aqueles em busca de retornos mais substanciais, mas é importante considerar alguns aspectos.
Nos títulos pós-fixados (como Tesouro Selic e a maioria dos CDBs, LCIs e LCAs): os rendimentos acompanham a Selic vigente, apresentando pequenas variações. Entretanto, caso uma diminuição na taxa de juros realmente ocorra no médio prazo, os investidores devem observar que os retornos nesta modalidade podem vir a ser reduzidos.
Por outro lado, os títulos pré-fixados oferecem a oportunidade de “travar” retornos na faixa de dois dígitos atualmente, independentemente de eventuais cortes na taxa de juros.
Os títulos atrelados à inflação (como o Tesouro IPCA+) proporcionam retornos ajustados pela inflação, além de uma taxa pré-fixada que atualmente pode exceder 7% nos títulos públicos, um patamar considerado bastante atrativo por analistas do mercado.
No entanto, é necessário destacar que os elevados retornos das opções de renda fixa observados hoje refletem o chamado “risco Brasil” – uma percepção de instabilidade econômica e fiscal maior em comparação com economias desenvolvidas. Em outras palavras, para compensar esses riscos adicionais, os títulos brasileiros acabam oferecendo juros mais altos do que aqueles observados em países com maior estabilidade e previsibilidade.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, a expectativa de mercado aponta para o primeiro corte de juros desde o final de 2024. A taxa básica de juros americana está posicionada entre 4,25% e 4,50%, o que é considerado elevado para os padrões econômicos do país, tornando esses retornos na renda fixa atraentes.
Historicamente, os cortes de juros tendem a reduzir os rendimentos de novos títulos emitidos, uma vez que são ofertados em taxas menores. Em contrapartida, a renda fixa americana apresenta um risco de crédito menor do que o brasileiro, e investir em uma moeda forte como o dólar pode ser uma estratégia eficaz para proteção de patrimônio.
Dentre as opções disponíveis nos Estados Unidos, destacam-se:
- Treasury bonds e notes: equivalentes ao Tesouro Direto, esses são títulos públicos que oferecem retornos pré-fixados acompanhados de cupom semestral ou atrelados à inflação;
- Títulos corporativos “investment grade”: semelhantes às debêntures, esses títulos de dívida são emitidos por empresas de alta reputação e qualidade, como Apple e Microsoft.
Entretanto, é importante lembrar que os EUA se encontram em uma situação econômica e política única. A guerra comercial durante a administração de Donald Trump pode aumentar a pressão inflacionária, afetando diretamente os preços dos produtos no mercado interno. Esse é um dos fatores que levaram o Fed a manter os juros estáveis durante os últimos nove meses. Assim como o Brasil, a economia americana está sob um estado de “alerta” atualmente.
Adicionalmente, a variação cambial deve ser considerada. Segundo projeções do relatório Focus, espera-se que o dólar permaneça acima de R$ 5,50 nos próximos três anos. Dependendo do prazo dos investimentos, é essencial que o investidor avalie o impacto da taxa de câmbio ao converter seus ganhos para a moeda brasileira.
Como descobrir as oportunidades mais vantajosas na renda fixa para o seu perfil?
Em resumo, este artigo proporciona uma visão geral do que esperar da macroeconomia e dos títulos de renda fixa nos dois países no futuro próximo.
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