Exportações, empregos e investimentos devem diminuir em razão do aumento de tarifas.

Tarifaço norte-americano e impacto nas exportações

O tarifaço norte-americano contra produtos brasileiros pode resultar, pela primeira vez em 21 meses, em uma queda nas exportações do Brasil. Essa situação deverá afetar também os investimentos e os índices de emprego na indústria nacional.

A projeção está presente na Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira (20) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento indicou que o índice que mede a expectativa de exportações da indústria para os próximos seis meses recuou 5,1 pontos em agosto, baixando para 46,6 pontos.

Um valor abaixo de 50 pontos no indicador sinaliza que os empresários esperam uma redução na quantidade exportada pelo setor.

“A piora das expectativas de exportações da indústria está muito relacionada a incertezas do cenário externo, principalmente em função da nova política comercial americana”, afirma a analista da CNI, Isabella Bianchi.

Emprego em queda e produção alta

De acordo com a CNI, as medidas anunciadas pelos Estados Unidos contribuíram para a redução do número de empregados na indústria, observada em julho de 2025, mesmo em um contexto de aumento da produção no setor.

“Após recuar dois pontos em agosto, o índice de expectativa de número de empregados caiu para 49,3 pontos. Isso significa que os empresários acreditam que a quantidade de postos de trabalho no setor não vai mais subir nos próximos seis meses”, declarou a CNI, referindo-se à diminuição no número de trabalhadores entre junho e julho.

O índice de evolução da produção ficou em 52,6 pontos em julho. Acima da linha dos 50 pontos, este índice indica um aumento da produção industrial em comparação ao mês anterior.

“Os índices de expectativa de demanda e de compra de insumos e matérias-primas caíram em agosto. O primeiro encolheu 2,3 pontos, indo para 53,1 pontos; o segundo recuou 1,6 ponto, para 52,1 pontos”, informou a CNI.

“No entanto, como permanecem acima da linha de 50 pontos, indicam uma perspectiva de crescimento para os próximos meses, ainda que em um grau menor do que em julho”, completou.

Investimento e Utilização da Capacidade Instalada

Os empresários também mostram-se menos inclinados a investir. O índice de intenção de investimento recuou 1,6 ponto, chegando a 54,6 pontos. Este é o menor valor para o indicador desde outubro de 2023. Apesar disso, o índice permanece 2,1 pontos acima da média histórica de 52,5 pontos.

O levantamento indica que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) permaneceu estável em 71%. Esse percentual é o mesmo observado em julho de 2024 e está dois pontos percentuais acima do registrado em julho de 2023, quando foi de 69%.

Estoques estáveis

Foi constatada também uma estabilidade, em 50,1 pontos, no índice que mede a evolução do nível de estoques.

Em relação ao índice de estoque efetivo em comparação ao planejado, foram observados 49,9 pontos, “revelando que os estoques estão ajustados ao que os empresários industriais planejavam”.

A Sondagem Industrial consultou 1.500 empresas, das quais 601 eram de pequeno porte, 518 de médio porte e 381 de grande porte. A pesquisa foi realizada entre 1º e 12 de agosto de 2025.

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