Aumento na Produção do Boeing 737 Max
A Boeing recebeu aprovação de reguladores para aumentar a produção de seu avião mais vendido, o 737 Max, para 42 unidades por mês, representando um marco importante para a fabricante quase dois anos após a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) ter limitado sua produção após um quase acidente em voo.
Restrições da FAA e Incidente com Alaska Airlines
Em janeiro de 2024, a FAA restringiu a Boeing a uma taxa máxima de produção de 38 unidades mensais, mesmo a empresa já produzindo em um nível inferior na época. Essa restrição foi imposta em decorrência de um incidente no qual um plugue de porta de um 737 Max 9 praticamente novo se desprendeu durante um voo da Alaska Airlines, ao decolar de Portland, Oregon.
Uma investigação do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes revelou que a Boeing não havia reinstalado os parafusos essenciais do plugue da porta antes do avião deixar a fábrica. Embora o 737 Max tenha retornado e pousado com segurança, o incidente levou a empresa a uma nova crise, em um momento em que seus líderes esperavam um ano de recuperação.
Supervisão Contínua da FAA
Na sexta-feira, a FAA anunciou que continuará a supervisionar a produção da Boeing. “Os inspetores de segurança da FAA realizaram revisões extensas nas linhas de produção da Boeing para garantir que esse pequeno aumento na taxa de produção seja realizado de forma segura”, afirmou a agência em um comunicado.
A Boeing se comprometeu a trabalhar com seus fornecedores para aumentar a produção. A empresa declarou: “Agradecemos o trabalho de nossa equipe, nossos fornecedores e a FAA para garantir que estamos preparados para aumentar a produção com segurança e qualidade em primeiro plano”, conforme comunicado divulgado na sexta-feira.
Importância do Aumento na Produção para a Recuperação da Empresa
O aumento na produção é crucial para a recuperação da Boeing após anos de problemas, já que as companhias aéreas e outros clientes pagam a maior parte do valor de uma aeronave ao recebê-la. O CEO Kelly Ortberg, que foi nomeado no ano passado para estabilizar o principal fabricante dos Estados Unidos, afirmou no mês passado que esperava receber em breve a aprovação da FAA para elevar a produção para 42 unidades, com outros aumentos planejados para o futuro.
“Vamos partir de 42 e, em seguida, aumentaremos mais cinco, e depois mais cinco”, disse Ortberg durante uma conferência de investidores da Morgan Stanley em setembro. “Chegaremos a um ponto em que o estoque estará mais equilibrado com a cadeia de suprimentos, provavelmente por volta da taxa de produção de 47 unidades por mês”.
Tons Mais Suaves da FAA e Aumento da Confiança em Boeing
Essa mudança demonstra um tom mais ameno por parte da FAA e um aumento de confiança na Boeing, após anos de restrições. No mês passado, a agência anunciou que permitiria que a Boeing assinasse a liberação de algumas de suas aeronaves antes da entrega aos clientes, em vez de essa responsabilidade recair exclusivamente sobre a FAA.
Cenário Difícil e Desafios da Boeing
O programa Max enfrentou sérios desafios após dois acidentes envolvendo as aeronaves em 2018 e 2019, resultando na morte de todas as 346 pessoas a bordo dos dois voos. O modelo ficou em solo por quase dois anos. A pandemia de Covid-19 também afetou a produção, seguida por problemas na cadeia de suprimentos e, no ano passado, por uma greve de trabalhadores nas principais fábricas da Boeing na área de Seattle.
A Boeing não registrou lucro anual desde 2018, mas conseguiu aumentar a produção, e suas entregas de novos aviões estão no caminho para atingir a maior taxa desde então.
A Boeing está programada para divulgar resultados trimestrais no dia 29 de outubro.
— Informações adicionais foram contribuições de Phil LeBeau e Meghan Reeder da CNBC.
Fonte: www.cnbc.com