Nova Política Habitacional
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou durante um evento na cidade de São Paulo, nesta sexta-feira (10), que a nova política habitacional do governo federal representa o "primeiro passo" para a transição no modelo de financiamento imobiliário no Brasil.
Galípolo afirmou: "Damos hoje o primeiro passo, ainda utilizando recursos da poupança, mas a partir deles endereçando uma série de questões estruturais." Segundo ele, a nova orientação permitirá a combinação e maximização de recursos da poupança com instrumentos de mercado destinados ao financiamento do setor imobiliário.
Estabilidade e Políticas Monetárias
Para o presidente do BC, essa medida promoverá maior estabilidade no mercado e contribuirá com mudanças estruturais que favorecem a política monetária vigente. Galípolo acrescentou que a iniciativa é uma resposta ao processo de esvaziamento da poupança, que representa uma das principais fontes de financiamento para habitação no país. "Com as pessoas tendo mais acesso à educação financeira e produtos, é natural que a atratividade desses produtos diminua," explicou.
O evento, que marca o lançamento da nova abordagem habitacional, se destina especialmente à classe média, visando financiar moradias para famílias que possuem uma renda mensal entre R$ 12 mil e R$ 20 mil.
Liberação de Recursos do SBPE
Conforme noticiado pela CNN, a proposta permitirá, na prática, a liberação de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), conforme fontes informadas sobre o tema. Atualmente, 65% dos capitais captados pelos bancos com a poupança devem ser destinados ao crédito imobiliário, enquanto 15% estão disponíveis para operações mais rentáveis e 20% ficam retidos pelo Banco Central na forma de compulsório.
Utilização Flexível dos Recursos
A nova política do governo tem como objetivo possibilitar a livre utilização dos recursos pelos bancos em operações que geram maior rentabilidade, contanto que as instituições financeiras concedam crédito imobiliário em um montante equivalente ao valor que foi captado. Inicialmente, estão previstos 5% da liberação do compulsório; se não houver complicações, os 20% deverão estar acessíveis a partir de 2027.
Receios do Setor Imobiliário
Durante as discussões sobre a proposta, representantes do setor imobiliário manifestaram ao governo suas preocupações sobre as potenciais consequências de uma mudança abrupta e solicitaram a implementação de uma regra de transição que amenizasse os impactos dessa nova política.
Expectativas de Investimentos
Atualmente, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo acumula aproximadamente R$ 750 bilhões. Dessa forma, a injeção de recursos que poderá ser realizada nos primeiros momentos pode alcançar até R$ 35 bilhões. Quando a política estiver plenamente estabelecida, a expectativa é que esse montante chegue a R$ 150 bilhões.
Este conjunto de ações está planejado para impulsionar o financiamento habitacional e proporcionar uma nova dinâmica ao mercado imobiliário, que busca atender à demanda crescente de famílias com renda na faixa mencionada. A formulação e a implementação da nova política habitacional envolvem uma série de considerações técnicas que visam garantir tanto a eficiência operacional das instituições financeiras quanto a estabilidade do mercado habitacional.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br