Conexão Amazônica: A Rota Finalizada
Durante a COP30, o governo brasileiro finalizou a rota que conecta a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, a quatro portos localizados na costa voltada para o Oceano Pacífico. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, concedeu uma entrevista exclusiva à CNN sobre o assunto.
Desenvolvimento da Rota
Os esforços para implementar essa rota, que inclui hidrovias e rodovias, envolveram colaborações com os governos do Peru, Equador e Colômbia. As iniciativas começaram em 2023 e foram concluídas em novembro deste ano. A última etapa finalizada foi a dragagem do Alto Solimões, um processo que torna essa parte do rio navegável.
“Embora ainda não tenha sido oficialmente inaugurada pelo governo federal, essa rota já está em operação. Anteriormente, sua funcionalidade era bastante limitada. Ela é a rota mais sustentável do plano de integração do governo, pois é totalmente fluvial e atravessa o Rio Solimões, o Rio Madeira e o Rio Amazonas”, afirmou Tebet.
Benefícios e Impactos
A conclusão da rota no contexto da COP30 é vista como um marco significativo pelo governo, já que um dos principais benefícios dessa infraestrutura será a facilitação do escoamento de produtos de bioeconomia da floresta para diversas regiões da América do Sul e, especialmente, para o continente asiático, através da costa do Pacífico.
Segundo a ministra, “Para garantir a preservação da floresta, é imprescindível oferecer meios de subsistência aos habitantes da Amazônia. A rota tem o potencial de estimular cooperativas que lidam com uma variedade de produtos, desde pescado e coco até açaí e borracha, aumentando sua competitividade. O principal objetivo desta rota é otimizar o tempo de transporte.”
Além disso, o governo espera que a rota aumente significativamente a exportação de máquinas, equipamentos e outros produtos industrializados provenientes da Zona Franca de Manaus, com destinos voltados para os mercados latino-americanos e asiáticos. Espera-se também que a nova rota melhore a logística para as importações.
Turismo e Comércio
Tebet destaca ainda o potencial que a rota oferece para o aumento do fluxo de pessoas na região, além de impulsionar o turismo ecológico, a ser realizado através de barcaças e navios de baixa emissão de carbono.
No primeiro semestre de 2025, as exportações que passaram por Tabatinga, um município amazonense situado na tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru, apresentaram um crescimento significativo, trazendo otimismo ao governo federal. O aumento nas vendas ocorreu antes da finalização de intervenções essenciais na rota, como a instalação de aduanas na fronteira e novos processos de dragagem no Solimões.
“Neste ano, a rota registrou um fluxo comercial superior ao total dos sete anos anteriores combinados. Embora o volume de mercadorias ainda seja reduzido, é notável o grande crescimento observado. Este projeto traz um potencial extraordinário a uma região que enfrenta graves desafios econômicos”, comentou a ministra.
Aspectos Sustentáveis da Rota
Dentro do conjunto de cinco rotas que compõem o plano de integração sul-americana promovido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento sob a liderança de Simone Tebet, essa rota se destaca por sua sustentabilidade, sendo 100% hidroviária no território brasileiro. Este tipo de transporte é considerado menos poluente em comparação com outros modais.
A Rota Amazônica
No território brasileiro, a rota é totalmente hidroviária. O trajeto começa em Manaus, a capital do Amazonas, e segue pelo Rio Solimões até chegar ao município de Santo Antônio do Içá (AM). A partir desse ponto, a rota se divide em dois caminhos distintos.
O primeiro trajeto direciona-se em direção à Colômbia, navegando pelo Rio Putumayo até a cidade de Puerto Asis, onde uma rodovia conecta a região ao Porto de Tumaco. O segundo caminho dirige-se até Iquitos, no Peru, onde se desdobra em três rotas alternativas.
As três opções disponíveis são: seguir pelo Rio Napo até a cidade equatoriana de Francisco de Orellana, onde uma rodovia leva ao Porto de Manta; optar pelo Rio Marañón até o município peruano de Yurimaguas e depois continuar pela estrada até o Porto de Paita; ou navegar pelo Rio Ucayali até a cidade de Pucallpa, seguindo por estrada até o Porto de Chancay.
É relevante ressaltar que Tumaco está localizado na Colômbia, enquanto Manta encontra-se no Equador, e tanto Paita quanto Chancay estão situados no Peru.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br