GPA (PCAR3) destaca-se como a maior valorização do Ibovespa, enquanto Raízen (RAIZ4) apresenta o desempenho mais fraco; confira os principais destaques da semana.

Ibovespa Registra Semana Negativa

O Ibovespa (IBOV) interrompeu sua sequência de quatro altas consecutivas e registrou uma semana negativa com o aumento da aversão ao risco, influenciada pelo cenário fiscal doméstico e pelas relações comerciais entre os Estados Unidos e a China. O principal índice da bolsa brasileira acumulou uma queda de 2,45% nos últimos cinco pregões, encerrando a sessão na sexta-feira (10) em um nível próximo a 140 mil pontos.

No mesmo período, o dólar à vista (USBRL) terminou cotado a R$ 5,5037, apresentando uma valorização de 3,13% em relação ao real durante a semana.

Relações Comerciais entre Brasil e Estados Unidos

Em nível local, a relação comercial do Brasil com os Estados Unidos assumiu protagonismo. No início da semana, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump realizaram uma conversa por teleconferência. Ambos os mandatários consideraram a conversa bastante produtiva e concordaram em se reunir pessoalmente em breve, além de iniciarem as tratativas relacionadas à taxação sobre produtos brasileiros.

Desafios no Cenário Fiscal

O cenário fiscal continuou a atrair atenção. Na última quarta-feira (8), o governo enfrentou um revés na Câmara dos Deputados, onde foi aprovado um requerimento que retirou de pauta a Medida Provisória 1.303, que abordava a taxação de aplicações financeiras. Como resultado, a proposta perdeu validade sem que seu conteúdo tenha sido analisado.

Em resposta a essa situação no Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apresentará diversas alternativas de medidas ao presidente Lula após a derrota sofrida. Na sexta-feira (10), circulou no mercado a informação de que o governo Lula estaria elaborando um ‘pacote de bondades’ com impacto estimado em R$ 100 bilhões para 2026, ano eleitoral, levando em consideração tanto medidas do Orçamento da União quanto estímulos a financiamentos.

Paralisação nos Estados Unidos

No cenário internacional, o governo dos Estados Unidos continuou em “shutdown” (paralisação), que já dura quase duas semanas, sem acordo entre republicanos e democratas no Congresso para um novo financiamento da máquina pública. Essa paralisação, que corresponde à 15ª desde 1981, resultou na suspensão de atividades como pesquisas científicas, relatórios de dados econômicos, incluindo o relatório oficial de empregos (payroll) de setembro, regulamentação financeira e uma variedade de outras atividades.

Os receios aumentam, pois a falta de dados pode impactar a próxima decisão do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, prevista para o final do mês. No final da semana, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a aplicação de uma nova tarifa de 100% sobre produtos chineses, que entrará em vigor no dia 1° de novembro, acumulando-se às alíquotas já impostas no primeiro semestre deste ano.

Em uma publicação em sua rede social Truth, na sexta-feira (10), Trump declarou que “a China adotou uma postura extraordinariamente agressiva em relação ao comércio, enviando uma carta extremamente hostil ao mundo”.

Desempenho do Ibovespa

Na análise dos desempenhos das ações no índice, a ponta positiva do Ibovespa foi liderada pela GPA (PCAR3). No começo da semana, a varejista realizou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), na qual elegeu uma nova composição para o conselho de administração, que passa a contar com nove membros. Na sexta-feira (10), a companhia anunciou a eleição de André Coelho Diniz como presidente do conselho. A escolha foi unânime.

Além disso, o conselho também aprovou a eleição de Edison Ticle de Andrade Melo e Souza Filho, diretor de finanças da Minerva Foods (BEEF3), para assumir a vice-presidência da varejista.

Altas do Ibovespa (6 a 10 de outubro)

Na contra-mão, a ponta negativa do Ibovespa foi liderada pela Raízen (RAIZ4), que enfrentou a pressão de rumores envolvendo a desmontagem de posições de títulos de dívida externa por um grande investidor, o que afetou o valor de suas ações no mercado secundário.

A empresa se manifestou, afirmando que não considera qualquer reestruturação de dívida ou pedido de recuperação judicial ou extrajudicial. Além disso, destacou que mantém uma posição robusta de caixa, com R$ 15,7 bilhões em disponibilidades ao final do primeiro trimestre de 2025/26, e R$ 5,5 bilhões (equivalente a US$ 1,0 bilhão) em linhas de crédito rotativo disponíveis.

Quedas da Semana