Grandes nomes de Wall Street alertam para riscos de queda nas ações

Mercados de Ações e Altas Preocupações

Presidentes-executivos de instituições financeiras de renome, como Morgan Stanley e Goldman Sachs, expressaram, nesta terça-feira (4), preocupações de que os mercados de ações possam estar à beira de uma correção. O alerta destaca um aumento nas preocupações relacionadas ao elevado nível das avaliações dos ativos no mercado.

As inquietações sobre a possibilidade de uma bolha no mercado emergem em um contexto em que o índice S&P 500 mantém uma trajetória de crescimento acentuado, marcando sucessivos recordes históricos e evocando lembranças do auge da bolha da internet.

“Devemos estar preparados para a possibilidade de uma redução de 10% a 15% que não tenha relação com um colapso macroeconômico”, afirmou Ted Pick, presidente-executivo do Morgan Stanley. Essa declaração foi feita durante a Cúpula Global de Investimentos de Líderes Financeiros, realizada em Hong Kong.

Até o momento, os mercados demonstram uma tendência de ignorar em grande parte preocupações com a inflação, taxas de juros elevadas, incerteza política oriunda das dinâmicas comerciais em constante mudança, e a paralisação do governo dos Estados Unidos que já perdura por cinco semanas.

Conforme ressaltou David Solomon, presidente-executivo da Goldman Sachs, “Quando esses ciclos se manifestam, as condições podem se sustentar por algum tempo. Contudo, existem fatores que podem alterar o sentimento do mercado e levar a declínios, bem como modificar a percepção sobre o crescimento, e nenhum de nós possui a habilidade de prever esses desdobramentos até que se concretizem.”

Desempenho dos Mercados nos EUA

Nesta terça-feira, os principais índices operavam em baixa na bolsa de Wall Street, enquanto o índice VIX, conhecido como “medidor do medo”, permanecia próximo de sua máxima em duas semanas.

David Solomon observou que “os múltiplos do setor de tecnologia estão saturados”, embora tenha enfatizado que essa condição não se aplica a todo o mercado. Suas observações refletem o sentimento predominante entre executivos experientes de Wall Street, que monitoram de perto as tendências atuais.

No mês anterior, Jamie Dimon, presidente-executivo do JPMorgan Chase, indicou a probabilidade de uma correção significativa nos mercados de ações dos Estados Unidos no horizonte de seis meses a dois anos. Ele revelou estar “muito mais preocupado com isso do que com outros fatores”, revelando suas inquietações sobre a incerteza presente, que é reforçada por diversos elementos de risco, incluindo tensões geopolíticas, crescimento das despesas fiscais e a global remilitarização.

Na início desta semana, os codiretores de investimento do fundo de hedge Bridgewater Associates expressaram que os investidores parecem estar negligenciando os riscos crescentes que permeiam o mercado atual.

Inteligência Artificial: Boum ou Bolha?

O crescente entusiasmo em relação à inteligência artificial (IA) generativa tem gerado comparações com a bolha da internet, à medida que os investidores aplicam bilhões em empresas de tecnologia, mesmo diante de avaliações extremamente elevadas e altas expectativas de crescimento.

Michael Burry, um gestor de fundos de hedge conhecido por sua abordagem pessimista em relação ao mercado imobiliário dos EUA antes da crise de 2008, compartilhou em sua conta na rede social X, na semana passada, que “Às vezes, vemos bolhas”. Acompanhou sua opinião com uma imagem de seu personagem no filme “A Grande Aposta”.

Em setembro, o Citigroup divulgou previsões que estimam que os gastos com infraestrutura relativa à IA por parte das grandes empresas de tecnologia poderão ultrapassar US$ 2,8 trilhões até 2029, valor que supera os US$ 2,3 trilhões que haviam sido projetados anteriormente.

O frenesi em torno da IA é evidente em diversas transações corporativas. Na segunda-feira, a OpenAI firmou um acordo de sete anos avaliado em US$ 38 bilhões para adquirir serviços de nuvem da Amazon.com.

A bolha das empresas de tecnologia “ponto-com”, que ocorreu no final da década de 1990, foi impulsionada por investimentos especulativos em companhias da internet, resultando em uma valorização excessiva das ações desse setor, que acabou colapsando em 2000, eliminando trilhões em valor de mercado.

Entretanto, algumas análises atuais sugerem que o atual aumento da IA possui características distintas da bolha da internet. Isso se deve ao fato de que as empresas líderes nesse crescimento estão sustentadas por lucros robustos e um desempenho comercial tangível.

No mês passado, a Nvidia fez história ao se tornar a primeira empresa a atingir um valor de mercado de US$ 5 trilhões, ressaltando a solidez que algumas dessas empresas podem apresentar em um contexto econômico de incertezas.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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