Ibovespa inicia novembro em alta
O Ibovespa (IBOV) começou o mês de novembro com desempenho positivo, atingindo novos recordes, novamente impulsionado pelas grandes empresas do índice.
Nesta segunda-feira (3), o principal índice da bolsa de valores brasileira encerrou o pregão com alta de 0,61%, alcançando 150.454,24 pontos. Este resultado representa a nona sessão consecutiva de ganhos, sendo a sexta vez que o índice fecha em um novo recorde nominal histórico. O maior nível anterior de fechamento foi registrado na última sexta-feira (31), quando o índice alcançou 149.540,43 pontos.
Este foi o 20º recorde do Ibovespa em 2025.
Durante a sessão, o índice atingiu também o recorde intradia ao chegar a 150,7 mil pontos.
Quanto ao dólar à vista (USBRL), o fechamento ocorreu a R$ 5,3574, apresentando uma leve queda de 0,43%.
Expectativa com a taxa de juros
O ambiente interno apresentou investidores cautelosos, aguardando a decisão sobre a taxa de juros. Na quarta-feira (5), o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar a manutenção da Selic em 15% ao ano.
Segundo a XP, o Banco Central (BC) “não tem motivo para pressa”. A equipe de economistas publicou em um relatório que o Copom recebeu boas notícias sobre a inflação de curto prazo desde a última reunião, mas que há razões para que se mantenha uma postura cuidadosa.
A atenção dos investidores também foi voltada para os resultados financeiros de empresas e os dados econômicos. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) para a indústria brasileira, coletado pela S&P Global, registrou um aumento para 48,2 em outubro, frente ao 46,5 de setembro, mantendo-se abaixo do nível de 50, que indica crescimento, por seis meses consecutivos.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as empresas listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Minerva (BEEF3) e da Equatorial (EQTL3) destacaram-se como as maiores altas do pregão.
Entre os grandes nomes, a Vale (VALE3) apresentou leve avanço, embora o desempenho do minério de ferro tenha impactado suas ações. A Petrobras (PETR4; PETR3) acompanhou a recuperação dos preços do petróleo Brent no final da sessão e fechou em alta. Os investidores reagiram também ao anúncio relacionado ao Programa de Demissão Voluntária (PDV).
Por outro lado, as ações da Marcopolo (POMO4) lideraram as perdas, ainda sob a influência dos resultados do terceiro trimestre (2T25). O Itaú BBA avaliou que a queda das ações após a divulgação do balanço reforçou as apreensões dos investidores em relação a um possível enfraquecimento da demanda, decorrente de receitas abaixo do esperado e volumes domésticos menos robustos.
Adicionalmente, os investidores reagiram às revisões nas estimativas feitas por bancos. O BTG Pactual rebaixou a recomendação de POMO4 de compra para neutra após uma “expressiva valorização das ações” e reduziu o preço-alvo de R$ 12 para R$ 10.
Segundo os analistas, as ações mais do que dobraram desde 2023, e a decisão de rebaixar a classificação da empresa reflete uma perspectiva de que o crescimento pode estagnar entre 2025 e 2026, mesmo que o desempenho no próximo ano deva ser sólido.
Cenário externo
Os índices de Wall Street encerraram a sessão com resultados mistos.
A política monetária continuou sendo um foco importante para os investidores, especialmente em relação à trajetória das taxas de juros nos Estados Unidos.
O presidente da unidade do Federal Reserve (Fed) de Chicago, Austan Goolsbee, declarou que não há pressa em realizar cortes na taxa de juros, devido à inflação ainda elevada, acima da meta de 2% estabelecida pelo banco central.
Por sua vez, o diretor do Fed, Stephen Miran, mencionou que é incorreto colocar muita ênfase na força dos mercados de ações e do crédito corporativo ao avaliar a política monetária, a qual, segundo ele, permanece muito restritiva e está aumentando o risco de uma desaceleração econômica. Na semana passada, ele foi um dos votos dissidentes, escolhendo uma redução de 0,50 ponto percentual.
No setor corporativo, as ações da Amazon tiveram uma alta superior a 4% após firmar um acordo com a OpenAI.
A criadora do ChatGPT estabeleceu um contrato de sete anos, no valor de US$ 38 bilhões, para contratar serviços de nuvem da Amazon.com, representando um importante movimento para fortalecer suas iniciativas em inteligência artificial após reestruturações que proporcionaram maior liberdade operacional e financeira à OpenAI.
Fechamento dos índices de Wall Street
- Dow Jones: -0,48%, com fechamento em 47.336,68 pontos;
 - S&P 500: +0,17%, encerrando a 6.851,97 pontos;
 - Nasdaq: +0,46%, atingindo 23.834,72 pontos.
 
Na Europa, os mercados apresentaram resultados mistos, com os balanços corporativos influenciando o clima. O índice pan-europeu Stoxx 600 finalizou com leve alta de 0,07%, encerrando a 572,28 pontos.
Atuação da Ásia
Na Ásia, os índices fecharam com forte alta, com os investidores reagindo ao índice de gerentes de compras (PMI) da China. A atividade industrial chinesa apresentou uma desaceleração, registrando 50,6, abaixo dos 50,9 esperados por economistas da Reuters e inferior aos 51,2 verificados em setembro.
O índice Nikkei, do Japão, marcou um novo recorde, com alta de 2,12%, fechando a 51.411,34 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve um crescimento de 0,97%, alcançando 26.158,36 pontos.
Fonte: www.moneytimes.com.br