Resultados Financeiros das Principais Empresas do Brasil – 2º Trimestre de 2025
No segundo trimestre de 2025, diversas empresas brasileiras divulgaram seus resultados financeiros, refletindo cenários variados em diferentes setores. A seguir, apresentamos um resumo dos principais dados e destaques de cada companhia.
Allos (ALOS3)
A Allos, destacada como a líder nacional na operação de shopping centers, encerrou o segundo trimestre de 2025 com um lucro líquido de R$ 186,7 milhões. Apesar da queda de 39% em comparação ao mesmo período de 2024, o resultado superou as expectativas do mercado, que projetava R$ 125,8 milhões. O desempenho foi impactado por despesas financeiras mais elevadas e um ano-base de comparação forte, marcado por um ciclo intenso de desinvestimentos.
Azul (AZUL4)
Em 13 de agosto, a Azul anunciou que um tribunal nos Estados Unidos aprovou elementos cruciais de seu processo de transformação. Isso inclui um acordo com a AerCap, a maior arrendadora de sua frota, além da rejeição de contratos de arrendamento de aeronaves e motores que não estavam em operação. Essa decisão representa um passo significativo na reestruturação da companhia.
Banco Pine (PINE4)
O Banco Pine SA reportou um lucro líquido de R$ 83 milhões no segundo trimestre de 2025, um aumento de 30,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Em comparação com o primeiro trimestre de 2025, o crescimento foi de 13%. As receitas totais chegaram a R$ 228,8 milhões, apresentando um avanço de 53,1% ao longo de um ano, refletindo a consistência em sua estratégia de expansão.
Casas Bahia (BHIA3)
O Grupo Casas Bahia, por outro lado, enfrentou dificuldades financeiras no segundo trimestre de 2025, encerrando o período com um prejuízo líquido de R$ 555 milhões. Essa situação contrasta com o lucro de R$ 37 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.
CPFL Energia (CPFE3)
A CPFL Energia anunciou importantes mudanças em sua alta administração em 13 de agosto. Vitor Fagali de Souza foi eleito como o novo diretor vice-presidente de operações de mercado, enquanto Roberto Sartori assumiu o cargo de vice-presidente de desenvolvimento de negócios, função que Fagali ocupava anteriormente.
Embraer (EMBR3)
A Embraer comunicou, também em 13 de agosto, a renúncia do Tenente-Brigadeiro Pedro Luís Farcic ao cargo de conselheiro, válida a partir de 1º de setembro de 2025. O conselheiro suplente, Tenente-Brigadeiro Maurício Augusto Silveira de Medeiros, assumirá a posição até a próxima Assembleia Geral Ordinária (AGO).
Adicionalmente, a Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, anunciou a captação de US$ 230 milhões por meio de uma oferta direta registrada de ações, com listagem simultânea de BDRs na B3 sob o código EVEB31. Essa operação, que envolveu a participação do BNDES, Embraer e investidores institucionais, visa diversificar sua base acionária.
Equatorial Energia (EQTL3)
A Equatorial Energia reportou um lucro líquido ajustado de R$ 614 milhões no segundo trimestre de 2025, mais que o dobro do resultado do mesmo período do ano anterior. Este crescimento reforça a estratégia de expansão e eficiência da companhia no setor elétrico.
Eneva (ENEV3)
A Eneva apresentou resultados mistos em seu balanço do segundo trimestre de 2025. O lucro líquido caiu 65,8%, totalizando R$ 364,5 milhões, enquanto o EBITDA ajustado alcançou R$ 1,67 bilhão, um recorde histórico para a companhia, impulsionado pela maior geração térmica e venda de energia.
Hapvida (HAPV3)
A Hapvida Participações e Investimentos SA reportou um prejuízo líquido de R$ 205,8 milhões, revertendo o lucro de R$ 54,3 milhões do primeiro trimestre de 2025. O aumento nos custos assistenciais e na provisão ao SUS impactou significativamente o resultado, apesar do crescimento na receita líquida e geração de caixa.
JBS (JBSS32)
A JBS NV anunciou a aquisição de uma unidade de produção em Ankeny, Iowa, por US$ 100 milhões, com a perspectiva de torná-la a maior fábrica de bacon e linguiças da empresa nos Estados Unidos, com operação prevista para meados de 2026.
No dia seguinte, a JBS apresentou um resultado expressivo para o segundo trimestre de 2025, com lucro líquido de US$ 528,1 milhões, um aumento de 60,6% em relação ao ano anterior. A receita líquida totalizou US$ 20,998 bilhões, um crescimento de 8,9%, impulsionado pela performance da Pilgrim’s Pride nos Estados Unidos e pela resiliência da Seara, que, apesar dos desafios, manteve margens sólidas.
Klabin (KLBN11)
A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, anunciou a assinatura de um memorando de entendimentos com um investidor institucional para criar duas Sociedades de Propósito Específico (SPEs). O acordo envolve um aporte de R$ 600 milhões e a transferência de 30 mil hectares de terras produtivas, principalmente localizadas nos estados do Paraná e Santa Catarina.
Moura Dubeux (MDNE3)
A incorporadora Moura Dubeux registrou um lucro líquido de R$ 120 milhões no segundo trimestre de 2025, representando um crescimento de 60,6% na comparação anual. Esse resultado reflete sua estratégia agressiva de lançamentos e vendas, consolidando sua posição no mercado da construção civil.
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras divulgou, em 14 de agosto, seu relatório fiscal do segundo trimestre de 2025, destacando arrecadação de R$ 131,7 bilhões, sendo R$ 86,5 bilhões em tributos próprios, R$ 31,8 bilhões em Participações Governamentais (PGOV) e R$ 13,4 bilhões em tributos retidos de terceiros. Estes números reforçam a importância da estatal para os cofres públicos.
Positivo Tecnologia (POSI3)
A Positivo Tecnologia relatou um lucro líquido de R$ 2,3 milhões no segundo trimestre de 2025, uma queda de 53,7% em relação aos R$ 4,9 milhões do ano anterior. Apesar da retração, a empresa apresentou forte geração de caixa operacional de R$ 266 milhões, beneficiada pela redução em estoques e contas a receber.
Raízen (RAIZ4)
A Raízen S.A, uma das maiores produtoras globais de açúcar e etanol de cana, anunciou um prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre da safra 2025/26, em comparação ao lucro de R$ 1,1 bilhão do mesmo período da safra anterior. O EBITDA ajustado caiu 23,4%, totalizando R$ 1,9 bilhão, abaixo das expectativas de R$ 2,16 bilhões, de acordo com pesquisa da LSEG.
SLC Agrícola (SLCE3)
A SLC Agrícola divulgou resultados que mostraram um EBITDA ajustado recorde de R$ 556,6 milhões no segundo trimestre de 2025, mais que o dobro do mesmo período em 2024. Entretanto, o lucro líquido caiu 56,5%, totalizando R$ 139,8 milhões, o que reflete desafios específicos e ajustes contábeis.
T4F Entretenimento (SHOW3)
A T4F Entretenimento SA. apresentou uma recuperação significativa no segundo trimestre de 2025, praticamente eliminando o prejuízo líquido de R$ 25 milhões registrado no mesmo período de 2024. O resultado operacional foi positivo em R$ 3,1 milhões entre abril e junho, revertendo o desempenho negativo de R$ 7,3 milhões do ano passado.
Tupy (TUPY3)
A Tupy SA reportou um lucro líquido de R$ 23,9 milhões no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 33% em relação ao ano anterior. Esse resultado foi impulsionado por um melhor desempenho financeiro e pela depreciação do peso mexicano, que teve um efeito positivo de R$ 75 milhões na comparação anual.
Ultrapar (UGPA3)
A Ultrapar Participações S.A., um dos grandes nomes do setor de energia e logística no Brasil, divulgou resultados do segundo trimestre de 2025 que superaram as expectativas de mercado. O lucro líquido atingiu R$ 1,15 bilhão, marcando um crescimento de 134% em comparação ao ano anterior.
Yduqs (YDUQ3)
A Yduqs Participações S.A. surpreendeu o mercado ao anunciar a aquisição de 100% do Centro Universitário Fametro (Unifametro), localizado no Ceará, por R$ 62 milhões. Com essa aquisição, a marca Wyden expande sua presença na região, especialmente em Fortaleza, criando novas oportunidades no promissor mercado de cursos de medicina.
Considerações Finais
Esses resultados financeiros refletem a diversidade de desafios e oportunidades enfrentados pelas empresas brasileiras no atual cenário econômico. Enquanto algumas empresas necessitam ajustar suas estratégias para enfrentar quedas no lucro, outras demonstram crescimento robusto, evidenciando a resiliência e adaptabilidade do mercado. Acompanhar esses dados é crucial para entender o panorama econômico do Brasil e as movimentações no setor corporativo.