Mercado Financeiro
O Ibovespa futuro (WINV25), também conhecido como mini-índice, finalizou o pregão desta quinta-feira, 9 de outubro, registrando uma queda de 0,42%, encerrando em 141.905 pontos.
Conforme a análise técnica realizada pelo BTG Pactual, o ativo estava enfrentando resistência na média de 21 períodos, localizada em 142.700 pontos, sendo necessário que houvesse um rompimento desse nível para confirmar a retomada da força compradora. A próxima resistência se encontra na média de 50 períodos, que está em 143.720 pontos. Com a queda registrada, o índice está agora em processo de testar o suporte em 141.400 pontos. Caso esse nível seja perdido, existe a possibilidade de que se inicie um teste nos 140 mil pontos.
Dólar Futuro
No que tange ao dólar futuro com vencimento em outubro, houve uma alta de 0,75%, com a cotação alcançando R$ 5,4060. Essa valorização reflete um conjunto de incertezas fiscais no Brasil, além de preocupações vindas do exterior.
Os analistas do BTG preveem que o dólar futuro pode testar a parte superior do canal, que está próxima dos R$ 5,420. Contudo, as médias móveis ainda não apresentam uma tendência definida, o que reforça um cenário de incerteza no curto prazo.
Dólar Futuro e Mercado Externo
O comportamento do dólar futuro também refletiu a tendência observada no mercado internacional. Por volta das 17h, no horário de Brasília, o índice DXY, que compara o dólar com uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, apresentou uma alta de 0,49%, registrando 99.407 pontos.
Nos Estados Unidos, a situação política permanece tensa, com o governo federal em situação de shutdown há nove dias. Isso se deu após uma nova tentativa frustrada de acordo no Senado norte-americano, a qual resultou na sétima votação sem consenso sobre um orçamento temporário necessário para a reabertura da administração pública. O impasse político, aliado à escassez de dados econômicos recentes devido à interrupção, contribuiu para um clima de cautela no mercado global.
Além disso, alguns dirigentes do Federal Reserve (Fed) emitiram declarações contraditórias. Enquanto Michael Barr, um dos governadores da instituição, defendeu uma postura cautelosa em relação a novos cortes nas taxas de juros, John Williams, presidente do Fed de Nova York, indicou que ainda há espaço para mais reduções durante o ano.
O presidente do Fed, Jerome Powell, participou de um evento na quinta-feira, mas não abordou a política monetária durante sua fala.
Pressões Sobre o Ibovespa Futuro
No cenário interno, o Ibovespa futuro enfrentou pressão em decorrência da derrota do governo no Congresso e do aumento da inflação em setembro, fatores que intensificaram o clima de cautela entre os investidores.
No final da última quarta-feira, 8 de outubro, a Câmara dos Deputados aprovou um requerimento que retirou da pauta a Medida Provisória (MP) 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras. Com isso, a proposta perdeu validade antes de ser discutida e votada em mérito.
Em resposta à situação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que apresentará novas alternativas de medidas fiscais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante uma entrevista à Rádio Piatã, da Bahia, Lula afirmou que discutirá formas alternativas de cobrança ao sistema financeiro, como forma de compensação à rejeição da MP.
Essa condição reforçou os receios do mercado em relação às contas públicas do país.
Dados Macroeconômicos
Na área de dados macroeconômicos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou um aumento de 0,48% em setembro, após uma deflação de 0,11% em agosto, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Economistas analisam que esse resultado não altera a expectativa de manutenção da taxa Selic em 15% até o final do ano, considerando que a leitura da inflação subjacente ainda é controlada e o ambiente de incerteza fiscal persiste. Assim, a continuidade desse cenário deve ser acompanhada de perto por analistas e investidores, uma vez que as decisões sobre política monetária são influenciadas por diversos fatores internos e externos.
Fonte: www.moneytimes.com.br