Desempenho do Ibovespa Futuro
O Ibovespa futuro com vencimento em outubro (WINV25) registrou uma queda significativa de 1,12%, fechando a 140.305 pontos nesta sexta-feira, 10 de outubro.
Uma análise técnica realizada pelo BTG Pactual havia indicado que, caso o suporte em 141.300 fosse rompido, a tendência de baixa seria acelerada, o que de fato ocorreu. Com esse rompimento, a expectativa é de que a taxa de desvalorização continuasse até a região dos 140.000 pontos.
Os analistas da corretora destacam que a sessão de hoje foi crucial. O rompimento desses níveis sugere que a tendência de alta observada nos meses anteriores pode ter sido revertida.
Dólar Futuro em Alta
Por outro lado, o dólar futuro com vencimento em novembro (WDOX25) apresentou uma valorização expressiva de 2,83%, atingindo R$ 5,5590. Este ativo também superou uma resistência significativa encontrada em R$ 5,45.
A análise do mercado ressalta que qualquer possibilidade de reversão da tendência de baixa para alta do dólar só seria considerada com o rompimento da faixa dos R$ 5,600.
Cenário Externo do Dólar
No contexto externo, a moeda norte-americana registrou uma queda. Às 17h, o índice DXY, que mede a força do dólar em comparação com uma cesta de moedas de países desenvolvidos, apresentava uma baixa de 0,59%, marcando 99,949 pontos.
No início da tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a implementação de uma nova tarifa de 100% sobre produtos chineses. Essa medida foi uma resposta ao comunicado do governo de Pequim, que sinalizou a possibilidade de restrições em exportações de elementos de terras raras.
Trump classificou a decisão como “hostil”, enfatizando que se sentiria “forçado a contra-atacar financeiramente”. Adicionalmente, o país enfrenta um shutdown governamental que já dura dez dias, sem que republicanos e democratas consigam chegar a um acordo para a aprovação de um financiamento temporário que assegure o funcionamento das instituições públicas.
Esse impasse, juntamente com a intensificação da guerra comercial com a China, elevou a busca por ativos de proteção e resultou em pressão sobre ativos de países emergentes, como o Brasil. Paulo Monteiro, que é o head da Gravus Capital, explica que “o governo norte-americano enfrenta divisões quanto à continuidade ou não das tarifas, o que afeta o comércio global e amplia a volatilidade cambial. Em um ambiente caracterizado pela incerteza externa e um cenário fiscal doméstico fragilizado, o real está sujeitado a uma pressão dupla”.
Cenário Local e Ibovespa Futuro
No que tange ao cenário local, a atenção dos investidores voltou-se para os riscos fiscais após a publicação de uma reportagem no jornal Estadão. O material revelou que o governo federal está em fase de elaboração de um “pacote de bondades” que pode totalizar cerca de R$ 100 bilhões para o ano de 2026, que coincidirá com as eleições.
O conteúdo deste pacote incluirá medidas vinculadas ao Orçamento da União, com foco no estímulo ao crédito, entre as quais se destacam as seguintes propostas:
- Ampliação da isenção do Imposto de Renda para indivíduos que recebem até R$ 5 mil por mês;
- Implementação da tarifa zero para transportes públicos, proposta que ainda está em análise no Ministério da Fazenda;
- Distribuição gratuita de gás de cozinha para famílias cadastradas no Cadastro Único;
- Isenção na fatura de energia elétrica para cerca de 17 milhões de lares;
- E iniciativas de bolsas estudantis por meio do programa Pé-de-Meia para jovens do ensino médio.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, destacou que “o anúncio reforça a percepção de que o Executivo pode estar se dirigindo para um cenário de aumento de gastos com a proximidade das eleições, o que eleva o prêmio de risco e levanta questionamentos acerca da credibilidade do ajuste fiscal”.
Fonte: www.moneytimes.com.br