Ibovespa Inicia Sessão em Queda
O Ibovespa (IBOV) começou o dia em queda, refletindo uma correção após alcançar recordes, influenciado pelo clima negativo nos mercados internacionais e pela queda dos preços do petróleo. O foco dos investidores está voltado para os balanços corporativos tanto dos Estados Unidos quanto do Brasil, além de dados sobre o emprego.
Queda do Ibovespa
Por volta das 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira mostrava uma diminuição de 0,67%, atingindo 147.643,66 pontos.
Alta do Dólar
O dólar à vista estava em alta em relação ao real, acompanhando a tendência observada no mercado externo. No mesmo horário mencionado, a moeda norte-americana apresentava um aumento de 0,65%, cotada a R$ 5,3945.
Principais Assuntos a Considerar ao Investir no Ibovespa Nesta Quinta-Feira (30)
1 – Inflação do Aluguel
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é conhecido como a “inflação do aluguel”, registrou uma queda de 0,36% em outubro. Esse resultado vem após uma alta de 0,42% no mês anterior, de acordo com informações fornecidas pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Esta diminuição foi maior do que o esperado. A previsão, segundo uma pesquisa realizada pela Reuters, era de uma queda de apenas 0,22%. Com o resultado atual, o índice acumulou um crescimento de 0,92% nos últimos 12 meses.
É importante observar que o IGP-M avalia os preços ao produtor, ao consumidor e na construção civil, considerando o período entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
2 – Nova Medida Provisória de Taxação
Na noite da última terça-feira (29), a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que incorpora trechos da Medida Provisória 1.303. Essa MP tratava da taxação de aplicações financeiras, visando compensar as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e ajudar a equilibrar as contas públicas após as discussões no Congresso. A medida provisória havia sido rejeitada pelos deputados no início do mês.
Dentre as novas diretrizes incluídas no projeto, que originalmente abordava a criação do Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial (Rearp), destacam-se a restrição a compensações tributárias e a limitação da despesa federal relacionada à compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência Social e as previdências dos servidores da União e de diversas esferas estaduais e municipais.
Uma das medidas controversas incluídas neste texto é o programa Pé-de-Meia, que agora deverá ser contabilizado dentro do cálculo do mínimo constitucional em educação.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a incorporação dos trechos poderá gerar uma receita de R$ 25 bilhões aos cofres públicos. Como o projeto passou por alterações, ele foi enviado novamente ao Senado.
3 – Confiança do Consumidor
A confiança no setor de serviços do Brasil apresentou uma leve queda em outubro, o que reforça a percepção de desaceleração nas atividades econômicas, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (30) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Durante o mês, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 0,1 ponto, chegando a 88,9 pontos, após ter registrado a maior alta do ano no mês anterior (+1,9 ponto).
De acordo com informações da FGV, o Índice de Situação Atual (ISA-S), que mede a percepção do atual cenário no setor de serviços, sofreu uma redução de 1,0 ponto, atingindo 92,9 pontos. Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-S), que analisa as projeções para os meses que estão por vir, teve uma alta de 0,8 ponto, alcançando 85,0 pontos.
O economista do FGV IBRE, Stéfano Pacini, observou que setores relevantes, como Alojamento e Alimentação, Informação e Comunicação, e Serviços Profissionais, estão entre os que apresentam as piores avaliações em relação à demanda atual.
4 – Juros nos Estados Unidos
Na última terça-feira (29), o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, em inglês) do Federal Reserve (Fed), equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro, decidiu cortar os juros em 0,25 ponto percentual, estabelecendo a nova faixa entre 3,75% e 4,00% ao ano, conforme era esperado pelo mercado.
No entanto, essa decisão não foi unânime. O diretor Stephen Miran, indicado por Donald Trump, votou pela redução de 0,50 ponto percentual, enquanto o presidente da unidade do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, defendeu a manutenção da taxa inalterada entre 4,00% e 4,25% ao ano.
Em seu comunicado, o Comitê mencionou que os indicadores disponíveis indicam uma expansão moderada da atividade econômica, embora a criação de empregos tenha desacelerado e a taxa de desemprego tenha subido ligeiramente, ficando ainda em níveis baixos. A inflação, por sua vez, aumentou ao longo do ano e permanece ainda um pouco elevada.
Além disso, o Banco Central dos Estados Unidos anunciou o encerramento da redução de seu balanço patrimonial de US$ 6,6 trilhões, em resposta a evidências de que as condições de liquidez do mercado monetário estão se tornando mais restritas e que os níveis de reservas bancárias estão em declínio.
Durante a coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que o ciclo de redução de juros, que teve início em setembro, pode ser interrompido na próxima reunião do Fomc, agendada para dezembro.
Como consequência, o mercado elevou suas apostas na possibilidade de manutenção das taxas na próxima decisão. Nesta manhã (30), as avaliações apontam uma probabilidade de 68,8% de que o Fed mantenha a taxa referencial na faixa de 3,75% a 4,00% ao ano, conforme a ferramenta FedWatch, do CME Group. Na terça-feira (29), esse percentual era de apenas 30,5%.
5 – Acordo Entre EUA e China
No dia de hoje (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que houve um consenso com o presidente da China, Xi Jinping, para a redução das tarifas sobre as importações chinesas em troca de medidas de Pequim para coibir o comércio ilícito de fentanil, reatar as compras de soja dos Estados Unidos e manter o fluxo das exportações de terras raras.
As conversas diretas entre Trump e Xi, ocorridas na cidade sul-coreana de Busan, foram as primeiras desde 2019 e encerraram uma viagem realizada por Trump à Ásia. Nesta jornada, os Estados Unidos também formalizaram acordos comerciais com a Coreia do Sul, o Japão e as nações do Sudeste Asiático.
Trump descreveu a reunião como “incrível” e classificou as negociações como “12 de 10” em termos de resultados.
Ele anunciou que as tarifas sobre importações chinesas serão reduzidas de 57% para 47%, e a taxa sobre medicamentos relacionados ao fentanil será diminuída pela metade, para 10%.
A China, por sua vez, concordou em suspender os controles de exportação que foram recentementes revelados, sobre as terras raras, substâncias cruciais para a fabricação de carros, aviões e armamentos, que têm se tornado uma importante ferramenta nas tensões comerciais entre Washington e Pequim.
O Ministério do Comércio da China se manifestou, afirmando que essa pausa nas restrições durará um ano.
Fonte: www.moneytimes.com.br