Desempenho do Ibovespa e Contexto Econômico
O Ibovespa (IBOV) iniciou a semana em níveis recordes, impulsionado por novos dados econômicos, declarações de diretores do Banco Central, fluxo de capital estrangeiro e expectativas relacionadas a um possível corte nas taxas de juros nos Estados Unidos.
Fechamento do Pregão
Nesta segunda-feira, 29, o principal índice da bolsa brasileira registrou um aumento de 0,61%, alcançando 146.336,80 pontos ao final do pregão. Durante a sessão, o Ibovespa atingiu a máxima nominal histórica de 147.558,22 pontos, superando o recorde anterior de 147.178,47 pontos, registrado em 23 de agosto. Em relação ao dólar, a moeda norte-americana foi comercializada a R$ 5,3223, mostrando uma queda de 0,30%.
Reações de Investidores
No âmbito doméstico, os investidores manifestaram reações às falas recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Haddad reafirmou o compromisso do governo em cumprir as metas fiscais definidas para os anos de 2025 e 2026. O ministro enfatizou: “A meta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) está sendo perseguida com todo o esforço”, complementando que essa determinação se manterá para o ano de 2026, durante a Conferência Itaú Macro Vision em São Paulo.
Por sua vez, Galípolo destacou que ainda há "muito esforço" a ser feito pela autoridade monetária, apontando que nenhuma projeção de economistas ou do setor produtivo indica que a inflação estará dentro da meta em 2026.
Dados do Mercado de Trabalho
Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Brasil registrou a abertura de 147.358 vagas formais em agosto. Contudo, este resultado foi o pior para o mês desde o início da série histórica do Novo Caged, a qual começou em 2020. Para fins de comparação, em agosto de 2024, foram criados 239.069 postos de trabalho. No acumulado do ano, o saldo positivo foi de 1.501.930, inferior ao mesmo período de 2024, que contabilizou a criação de 1.742.664 vagas.
Altas e Quedas do Ibovespa
A valorização do Ibovespa foi influenciada por grandes empresas. Vale (VALE3) apresentou uma alta de quase 1%, mesmo diante da queda do minério de ferro na China. No entanto, o destaque foi a Eletrobras (ELET3; ELET6), cujas ações ultrapassaram R$ 50 pela primeira vez desde sua privatização em junho de 2022, liderando a ponta positiva do índice da bolsa.
Comportamento de Ações
No lado negativo, as ações da Braskem (BRKM5) foram as principais responsáveis pela desvalorização, em resposta ao rebaixamento de ratings por agências de classificação de risco, incluindo a Fitch e a S&P Global. Essas mudanças ocorreram após a companhia anunciar a contratação de consultores para reestruturar sua estrutura de capital, gerando preocupações sobre a possibilidade de uma recuperação judicial ou extrajudicial.
Além disso, a Petrobras (PETR3; PETR4) também se destacou negativamente, influenciada pelo desempenho do petróleo Brent, que levantou temores sobre um aumento na produção da commodity pelos membros da Opep+, liderada pela Rússia, previsto para novembro. Os papéis preferenciais da petroleira, sob o ticker PETR4, encerraram a sessão com uma queda aproximada de 1,50%, destacando-se como os mais negociados na B3.
Análise do Mercado Externo
Os índices de Wall Street encerraram a sessão em alta, impulsionados pela expectativa em relação ao relatório oficial de empregos, o payroll, de setembro. Este relatório, que será divulgado na próxima sexta-feira (3), é projetado para indicar a abertura de 51 mil postos de trabalho em agosto, segundo a mediana das projeções do Investing.com, em contraste com os 22 mil empregos criados em agosto deste ano.
Perto do fechamento do mercado, os agentes financeiros precificavam uma probabilidade de 89,3% de que o Banco Central dos Estados Unidos promova um corte nas taxas de juros de 0,25 pontos percentuais na próxima reunião, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. Na última sexta-feira (26), essa estimativa era de 87,7%. As taxas de juros atualmente variam entre 4,00% a 4,25%.
Adicionalmente, o presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou um plano para encerrar o conflito na Faixa de Gaza. A atenção do mercado também estava voltada para a possível paralisação do governo norte-americano, conhecida como shutdown. Trump planeja reuniões com líderes democratas e republicanos do Congresso para buscar evitar a paralisação até a noite de amanhã (30).
Fechamento dos Índices em Wall Street
Os fechamentos dos índices de Wall Street foram os seguintes:
- Dow Jones: +0,15%, aos 46.316,07 pontos.
- S&P 500: +0,26%, aos 6.661,21 pontos.
- Nasdaq: +0,48%, aos 22.591,15 pontos.
Na Europa, os principais índices fecharam em alta, com destaque para o setor farmacêutico. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,18%, atingindo 555,53 pontos.
Por outro lado, na Ásia, os índices apresentaram comportamentos divergentes. O Nikkei, do Japão, caiu 0,69%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,89%.
Fonte: www.moneytimes.com.br