Mercado Financeiro
Desempenho do Ibovespa
O Ibovespa encerrou a quarta-feira com leve alta, atingindo 134.666 pontos, uma variação de 0,17%. A sessão foi marcada por uma volatilidade significativa, impulsionada por preocupações acerca da aplicação da Lei Magnitsky no Brasil. Declarações do ministro do STF, Alexandre de Moraes, à Reuters, indicaram que bancos brasileiros poderiam ser penalizados caso seguissem sanções dos EUA sobre ativos locais.
O volume de negócios foi de R$ 12 bilhões, abaixo da média das últimas 50 sessões, que era de R$ 15,1 bilhões. O setor financeiro (IFNC) apresentou uma queda de 0,22%, refletindo a pressão sobre alguns bancos.
Curva de Juros
Os vértices da curva de juros fecharam próximos das mínimas do dia, com queda de até 17 pontos-base, acompanhando o movimento de correção observado nos Treasuries dos EUA, após a alta significativa registrada na véspera.
Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar futuro para setembro caiu 0,52%, cotado a R$ 5,487. O índice DXY, que mede a moeda americana em relação a uma cesta de divisas, perdeu 0,05%, atingindo 98,23 pontos. O real se destacou como a terceira melhor moeda em uma análise comparativa com 23 outras moedas acompanhadas pela Mover.
Declarações de Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes afirmou que tribunais locais podem punir bancos que bloqueiem ou confisquem ativos domésticos em resposta a ordens estrangeiras. Embora a Justiça americana possa agir sobre bancos com operações nos EUA, as instituições brasileiras não têm autonomia para aplicar tais sanções internamente. O ministro se pronunciou contra a aplicação da Lei Magnitsky em seu caso, a considerou "totalmente equivocada" e expressou confiança em reverter as sanções via canais diplomáticos ou judiciais.
Essas declarações impactaram as ações bancárias durante o pregão, que chegaram a intensificar perdas no início da tarde. Ao final do dia, Itaú, Banco do Brasil e Bradesco fecharam em alta, enquanto B3 e BTG Pactual registraram quedas. Na véspera, as ações dos cinco principais bancos brasileiros acumularam uma perda de aproximadamente R$ 41 bilhões em valor de mercado.
Cenário Político
A aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva subiu para 46% em agosto, frente a 43% em julho, conforme pesquisa da Quaest/Genial. A desaprovação do governo caiu para 51%, de 53% no mês anterior. Além disso, 40% dos entrevistados esperam uma melhora na economia nos próximos 12 meses, um aumento em comparação aos 35% registrados em julho. A mesma proporção acredita em piora, uma queda em relação aos 43% anteriormente. A pesquisa revelou uma melhora na popularidade do presidente entre mulheres, moradores do Nordeste e pessoas com renda de até dois salários-mínimos.
Destaques do Mercado
Ações em Alta
Entre os destaques de alta do Ibovespa, destacaram-se:
- Eletrobras ON (+1,32%)
- Petrobras PN (+0,60%)
- Eneva ON (+2,92%)
As ações que mostraram os maiores ganhos em termos percentuais foram:
- GPA ON (+8,62%)
- Ultrapar ON (+4,35%)
- Auren ON (+4,05%)
Ações em Baixa
Os maiores recuos na bolsa foram:
- Azzas ON (-3,42%)
- Marfrig ON (-3,16%)
- Rumo ON (-3,11%)
Mercado Internacional
Petróleo
O preço do petróleo Brent avançou 1,87%, chegando a US$ 67,02 por barril. O aumento foi impulsionado por um relatório da Energy Information Administration que indicou uma queda de seis milhões de barris nos estoques dos EUA, superando a expectativa de 1,3 milhão. As negociações entre Trump e os presidentes da Rússia e Ucrânia permanecem sob análise dos investidores, com autoridades militares da OTAN considerando medidas de segurança para facilitar um possível acordo de paz.
Minério de Ferro
Os contratos futuros de minério de ferro caíram 0,19%, sendo cotados a US$ 109,05 por tonelada na bolsa de Dalian. A expectativa de redução na produção de aço na China, em combinação com dados econômicos fracos e tarifas dos EUA sobre aço e alumínio, continuam pressionando o mercado.
Ranking de Desempenho do Ibovespa
| Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
|---|---|---|---|
| 01/08/2025 | -0,48% | 132.437,39 | R$ 45,4 bilhões |
| 02/08/2025 | 0,40% | 132.971,20 | R$ 15,2 bilhões |
| 05/08/2025 | 0,14% | 133.151,30 | R$ 18,8 bilhões |
| 06/08/2025 | 1,04% | 134.537,62 | R$ 21,0 bilhões |
| 07/08/2025 | 1,48% | 136.527,61 | R$ 23,9 bilhões |
| 08/08/2025 | -0,45% | 135.913,25 | R$ 25,3 bilhões |
| 11/08/2025 | -0,21% | 135.623,15 | R$ 17,6 bilhões |
| 12/08/2025 | 1,69% | 137.913,68 | R$ 23,9 bilhões |
| 13/08/2025 | -0,89% | 136.687,32 | R$ 22,6 bilhões |
| 14/08/2025 | -0,24% | 136.355,78 | R$ 22,6 bilhões |
| 15/08/2025 | -0,01% | 136.340,77 | R$ 24,5 bilhões |
| 18/08/2025 | 0,72% | 137.321,64 | R$ 19,7 bilhões |
| 19/08/2025 | -2,10% | 134.432,26 | R$ 22,3 bilhões |
| 20/08/2025 | 0,17% | 134.666,46 | R$ 16 bilhões |
Destaques Corporativos
BRB (BSLI3)
O Banco de Brasília confirmou a aprovação da Câmara Legislativa do Distrito Federal para a compra do Banco Master, marcando um movimento estratégico no setor financeiro.
Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3)
A fusão entre Marfrig Global Foods e BRF S.A. avançou com a aprovação do Cade para a operação que prevê a incorporação total das ações da BRF pela Marfrig.
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras anunciou o início do processo de contratação para a construção de sua primeira planta dedicada à produção de BioQAV e diesel renovável na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP).
Simpar (SIMH3) e Aegea
A Aegea Saneamento assinou contrato para a aquisição de 100% da Ciclus Ambiental, controlada da Simpar, por R$ 1,1 bilhão de Equity Value.
WEG (WEGE3)
A WEG aprovou dois novos financiamentos para reforçar sua capacidade de investimento e expansão internacional, autorizando a contratação de até R$ 130 milhões via BNDES e US$ 50 milhões para suas operações na África.